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Da Redação
Publicado em 21 de agosto de 2019 às 05:00
- Atualizado há um ano
A caminhada do Vitória nesta Série B pode ser dividida em pequenos processos. Imerso em uma crise profunda que se intensificou no início da temporada, ainda na gestão de Ricardo David, o primeiro desafio era somar três pontos, afinal o rubro-negro somou apenas um triunfo durante as nove primeiras rodadas da competição – contra o Vila Nova, em casa. O triunfo por 2x0 diante do Criciúma, na 10ª rodada, foi o ponto de virada nesse aspecto.
O passo seguinte era vencer fora de casa. E esse aí demorou. Levou 16 rodadas até que o Vitória aprontasse longe de Salvador, e a vítima foi o CRB, em Maceió, no último fim de semana. Até então, o melhor resultado havia sido um empate diante do Atlético-GO, em uma partida em que o time baiano chegou a estar na frente, mas cedeu o empate. Era a estreia de Osmar Loss.
O último dos desafios era fortalecer o sistema defensivo, e isso passa por terminar as partidas sem sofrer gol. Não é de hoje que a defesa é o calcanhar de Aquiles do Vitória, portanto resolver esse problema não seria tarefa das mais fáceis. Ainda sob o comando de Osmar Loss, o Leão venceu o Criciúma e não foi vazado. Era pouco. Só agora, sob o comando de Carlos Amadeu, é que o Vitória ficou dois jogos seguidos sem levar gol, algo que não acontecia desde o ano passado. Esse dado dá uma ideia de quão árdua era a tarefa.
São passos que mostram que o Vitória está evoluindo. Não na velocidade ideal, não no tempo que a torcida gostaria e talvez não a tempo de alcançar os líderes da segundona. Mas está evoluindo e, nesse momento, é isso o que importa. A cada degrau superado, a confiança dos atletas vai sendo restabelecida. No futebol, sem confiança você está morto. O passe não vai sair, o chute não vai sair, o bote sairá errado.
Os jogadores do Vitória, hoje, acreditam. E essa confiança é transmitida para a torcida, que começa a sacar a calculadora do bolso para fazer as contas. O cuidado reside aí. Acreditar, sim, é preciso. Entretanto, é importante não perder de vista que a equipe está a nove pontos do quarto colocado e tem a mesma pontuação do 17º. Ou seja, a zona do rebaixamento é uma realidade mais palpável do que o G4.
Além de demonstrar conhecimento de campo e da instituição Esporte Clube Vitória, Carlos Amadeu é um profissional extremamente razoável. Ele sabe que o momento é de controlar a euforia e manter os pés no chão. Não adianta fazer projeções mirabolantes quando se está mais perto do chão do que do topo. Se continuar nessa toada, pensando jogo a jogo, em subir degrau a degrau, o rubro-negro vai se afastar da zona do rebaixamento e, consequentemente, estará mais próximo dos líderes.
As últimas três rodadas do primeiro turno da Série B vão dizer muito sobre o futuro do Vitória na competição: se será de luta contra o rebaixamento, briga pelo meio da tabela ou uma caçada desenfreada aos líderes. Em casa, a equipe recebe América-MG e Operário, dois confrontos direitos. Fora, uma pedreira chamada Coritiba, vice-líder e melhor mandante do torneio. A batalha começa hoje à noite, contra o Coelho mineiro, no Barradão.
Rafael Santana é repórter do globoesporte.com e escreve às quartas-feiras.