Conheça o pop eletrônico de Maria Luiza, a filha caçula de Tom Jobim

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  • Hagamenon Brito

Publicado em 4 de novembro de 2019 às 06:20

- Atualizado há um ano

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Maria Luiza Jobim costuma dizer que, em sua vida, a música já existia - e então ela apareceu. A declaração faz mais sentido ainda pelo fato de a cantora ser filha do maestro soberano Tom Jobim (1927-1994), um dos compositores mais importantes da história do Brasil. Filha caçula do genial Tom Jobim (um dos pais da bossa nova), Maria Luiza Jobim estreia solo com o álbum Casa Branca, produzido por Kassin (Foto/Guilherme Nabhan/Divulgação) Quando tinha 7 anos,  inclusive, Marilu - como era chamada por Tom Jobim - gravou com o pai a graciosa canção Samba de Maria Luiza, composta em sua homenagem. Antes disso, foi em torno do piano de cauda do pai que a garotinha deu os seus primeiros passos.

Hoje, com 32 anos e depois de alguma resistência em seguir a carreira musical e de experiências em bandas e no duo eletrônico Opala, Maria Luiza Jobim se harmoniza com o passado e a sua história com o álbum Casa Branca, seu primeiro trabalho solo.

Produzido por Kassin (Los Hermanos, Adriana Calcanhotto, Vanessa da Mata) e com sonoridade eletrônica suave, Casa Branca revela esse tom afetivo e mezzo biográfico logo na abertura com a faixa-título.

"Eram paredes/ Que as cores conheço de cor/ Calor e sombra/ E o tempo mudando ao redor/ Tudo que lembro dos meus sonhos/ O corredor/ A sala de estar/ Todas as tardes de Nintendo/ Os filmes que fizemos", canta.

A letra fala sobre a casa de sua família no Jardim Botânico, no Rio, onde ela viveu até os 14 anos (dirigido por Julio Secchin, o videoclipe da música mostra fotos e vídeos de sua infância na residência).

"Essa música é uma referência direta à  casa em que cresci, mas também um agradecimento ao carinho e à minha herança familiar. É um modo de me reconectar com a minha infância, incluindo alegrias e perdas", afirma Maria Luiza, por telefone, de São Paulo, onde mora atualmente com o marido e a filha Antonia, de 1 anos e três meses, inspiração da delicada canção homônima que fecha o disco. Maria Luiza e o pai Tom Jobim na casa, no Rio de Janeiro, onde a cantora viveu até os 14 anos (Foto/Acervo Pessoal) Estética synth-pop - A maternidade ajudou no crescimento pessoal e artístico de Maria Luiza Jobim que, nas sessões de análise, sempre trabalhou o fato de ser filha de um pai tão famoso.

Além disso, ela faz um tipo de música que, certamente, não é o que muita gente espera de um(a) filho(a) de Tom Jobim, um artista sofisticado admirado por grandes nomes americanos do jazz e um dos pais da bossa nova.

"Sempre convivi com essa situação, mas a minha verdade musical é essa. Tem uma influência natural famíliar, mas gosto do pop eletrônico. Na adolescência, eu frequentava muitos festivais eletrônicos, aquela coisa de dançar, fazer uma catarse", afirma.

O toque bossa-novista do repertório de 8 faixas de Casa Branca é a boa regravação de Meditation, versão em inglês do clássico composto por Tom Jobim e Newton Mendonça (1927-1960), e já gravado por Frank Sinatra (1915-1998). No restante, predomina o synth-pop num álbum que mostra uma artista promissora construindo a sua identidade e que alcança bons momentos na faixa-título, na viajante  Sonhos ("Vem pousar aqui/ Faz o meu medo passar/ Eu escuto o seu som/ O que mais pode haver além") e a dançante Corpo e Calor.

Afilhada de batismo e de casamento do músico Danilo Caymmi, filho de Dorival Caymmi (1914-2008) e pai de Alice Caymmi,  a quem considera como irmã, a cantora planeja estrear o show de Casa Branca em 2020. A Bahia também te espera, Maria Luiza.

Veja o video de Casa Branca e o áudio da cantora, aos 7 anos, cantando Samba de Maria Luiza com o pai, Tom Jobim

 

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RACISMO É O TEMA PRINCIPAL DA ÓTIMA SÉRIE WATCHMEN (HBO)

Em 1985, o mundo de Watchmen estava amedrontado pela Guerra Fria e por Richard Nixon. Os vigilantes mascarados daquela que se tornaria uma das HQs mais influentes da história falavam de medo, corrupção, trauma e paranoia nuclear.

Trinta e quatro anos depois, Damon Lindelof (Lost) e a HBO (domingo, 22h, e no app HBO GO) voltam a Watchmen imersos totalmente em 2019. A nova série não copia a novela gráfica de Alan Moore, remistura tudo.  Ao som de Trent Reznor, Atticus Ross, Future ou Beastie Boys, os Watchmen do Século XXI arriscam tudo para expor o racismo do sistema.  

Há muitos estereótipos sociais invertidos entre negros e brancos, polícias e cidadãos, homens e mulheres, e espaço para uma reflexão sobre os males que um governo progressista, anti-armas e anti-racista pode não conseguir combater. A primeira cena é memorável e recria o Massacre de Black Wall Street, ocorrido em 1921, em Tulsa, Oklahoma: há violência nas ruas, destruição, pessoas negras mortas por supremacistas brancos e outras a arder em fogo.  

Veja o trailer de Watchmen

 

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Homeboys, esta é a última coluna Popland. Chegou a hora de dizer adeus ao jornalismo diário e ao Correio*, onde fui feliz durante 26 anos e 5 meses. Brigaduuuu!