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Vinicius Nascimento
Publicado em 25 de janeiro de 2019 às 19:34
- Atualizado há 2 anos
Salvador está bem perto de conhecer os Reis Momos do Carnaval 2019. Isso mesmo, no plural. Pela primeira vez, a folia contará com três representantes no posto - um será o grande Rei e os outros dois servirão como suplentes. Nesta sexta-feira (25), foram apresentados os 17 candidatos.>
A grande final só acontece no dia 16 de fevereiro, às 19h. O chamado "Rei titular" ganhará um prêmio de R$ 10 mil - a organização ainda não definiu a premiação dos suplentes. >
A ansiedade pela final é grande, mas, até lá, os participantes têm de cumprir algumas missões impostas a eles, como arrecadar pelo menos 50 kg de alimentos e conseguir 10 pessoas para doar sangue no Hemoba. Cinco instituições serão beneficiadas com os alimentos arrecadados: os hospitais Martagão Gesteira e Aristides Maltez, Casa de Apoio e Assistência do Portador do Vírus HIV Aids (Caasah), Obras Sociais Irmã Dulce (Osid) e Instituição Beneficente Conceição Macedo (IBCM).>
Os candidatos chegaram cedo ao Clube Fantoches, no bairro Dois de Julho, para discutir o regulamento e outros detalhes do concurso, junto com a organização do evento. O coordenador Reginaldo Santos ressaltou a importância do debate com quem pretende herdar a coroa.“Eles podem construir junto com a gente e isso dá credibilidade e transparência ao concurso”, apontou.Segundo Reginaldo, essa decisão de eleger três representantes nasceu como uma medida preventiva. Ele conta que, como o Carnaval tem um ritmo intenso e muitas obrigações, é comum ver um Rei Momo faltar a alguns compromissos por motivo de doença, fadiga ou choque de agenda. Agora, com três pessoas, esse problema deve ser resolvido.>
No dia da final, os candidatos só terão 15 minutos de tolerância de atraso e não poderão apresentar sinais de embriaguez, bem como não poderão portar bebidas alcoólicas e qualquer outro tipo de entorpecente.>
Candidatos O CORREIO bateu um papo com 16 candidatos, entre os 17 que concorrem ao título de Rei Momo na cidade. O único não entrevistado foi Cristiano Santos, que foi embora do Clube Fantoches antes de conversar com nossa reportagem. >
Esta edição do concurso conta com dois candidatos que já foram Rei Momo em outras ocasiões. Os perfis são bem diversos: de motorista a produtor de eventos a técnico de enfermagem. Tem até irmãos concorrendo. Além disso, pela primeira vez, um candidato com deficiência visual está no páreo.>
Saiba um pouco mais sobre postulantes a Rei Momo 2019:>
1. Dirceu Factum, 50, jornalista e cantor. Concorre pela primeira vez Foto: Mauro Akin Nassor/CORREIO “Estar aqui é uma grande celebração para mim. Completo 40 anos de carnaval e também representa meu retorno à folia. Tive um AVC em 2011 e fiquei distante da festa por quase 5 anos. Hoje retorno de coração aberto e pronto para representar essa que é a festa mais bonita do mundo”2. Duzinho Nery, 41, diretor de teatro e gestor cultural. Rei Momo de Salvador em 2016 Foto: Mauro Akin Nassor/CORREIO “Atualmente sou o Rei Momo de Lauro de Freitas. Já tenho experiência comandando a folia na cidade. Estar aqui é sempre uma grande honra. Eu sou uma pessoa alegre e represento o espírito carnavalesco. Quero mais uma vez ser um embaixador do carnaval”3. Everaldo Neris, 40, técnico de Rádio e TV. Concorre pela primeira vez Foto: Mauro Akin Nassor/CORREIO “Tenho glaucoma desde que tenho dois anos de idade e perdi a visão totalmente aos 16. Mesmo assim, nunca deixei o carnaval de lado. Sempre curti. Passei por várias experiências curiosas tipo uma vez que estava na corda e uma fila de policiais bateu em mim sem saber que eu era cego. Daqui pra que eu explicasse… por essas e outras eu quero fazer história e mudar o carnaval de Salvador. Será uma honra pra mim”4. Robson Djamerson, 19, judoca e estudante de educação física. Concorre pela primeira vez Foto: Mauro Akin Nassor/CORREIO “Meus amigos ficavam brincando comigo que eu tenho toda a pegada de Rei Momo. Nesse ano eu topei o desafio e vim pra cá. Adoro carnaval e se conseguir ser o vencedor ficarei muito feliz. Fora que também a premiação vai me ajudar a competir e financiar minha vida de atleta.”5. Amauri Geisel, 57, professor. Concorrendo pela segunda vez Foto: Mauro Akin Nassor/CORREIO “Sou catarinense, mas fui criado no Caldeirão do Diabo, lá na Arena da Baixada, o estádio do Athlético Paranaense. Lá tinha sempre muita coisa de carnaval: marchinha, baile e tudo a ver com a folia. Então desde sempre eu amei carnaval e quando era pequeno sonhava em ser Rei Momo. Agora que estou aqui na Bahia, conheço o carnaval daqui estou em busca dessa minha vocação.”6. Almir Barreto, 53, corretor. Primeira vez concorrendo Foto: Mauro Akin Nassor/CORREIO “Queria fazer algo diferente em 2019 e o concurso surgiu como uma possibilidade. Amo carnaval, sou folião e acho que tenho condições de representar a folia sendo esse símbolo tão importante”7. Igor Teixeira, 25, estudante. Primeira vez concorrendo Foto: Mauro Akin Nassor/CORREIO “Minha vontade nasceu de uma resenha. Meus amigos ficavam dizendo que eu posso ser Rei Momo, que tenho toda pegada e aí topei o desafio. Caso eu consiga ganhar vai ser muito legal ver uma brincadeira se tornando realidade”8. Raimundo Fernandes, 55, técnico em enfermagem. Concorre pela primeira vez Foto: Mauro Akin Nassor/CORREIO “O carnaval está no sangue de todo o baiano. O Rei Momo é uma parte importante da festa e eu tenho condições de ser essa pessoa que leva alegria, alto astral e contagia a galera na folia. Tudo isso casa muito bem comigo”9. Cris Sampaio, 41, produtor de eventos. Concorrendo pela segunda vez Foto: Mauro Akin Nassor/CORREIO “Eu gosto de estar com o público, minha profissão fala muito disso. Também amo a magia do carnaval então acho que ser Rei Momo é a minha cara”10. Edval Perez, 24, motorista. Concorre pela primeira vez Foto: Mauro Akin Nassor/CORREIO “Começou através de uma brincadeira que rola entre meus amigos e já rolou também durante o carnaval, que é uma das festas que mais amo. Por isso topei o desafio e agora estou aqui”11. Rosalvo Lima, 49, funcionário público. Primeira vez concorrendo Foto: Mauro Akin Nassor/CORREIO “Eu quero representar toda a galera rastafari, os guerreiros africanos e levar essa mensagem de força e identidade para o Carnaval. Quero ser a cara de uma grande mudança no Rei Momo e deixar minha contribuição”12. Joanito Carmo, 43, funcionário público. Primeira vez concorrendo Foto: Mauro Akin Nassor/CORREIO “Sou amante do carnaval. Saio no primeiro dia e só paro na quarta-feira de cinzas. Vim para o Rei Momo porque quero ser a cara das comunidades na festa. Já fui morador do Engenho Velho da Federação e hoje estou na Cidade Nova. Eu sou a cara das comunidades e quero representá-las como Rei”13. Aderbal Neto, 38, corretor. Primeira vez concorrendo Foto: Mauro Akin Nassor/CORREIO “Eu sou muito comunicativo, divertido e carnavalesco. Quero levar isso para o público sendo o Rei Momo”14. Alan Nery, 31, publicitário. Foi Rei Momo em 2015 e 2017 Foto: Evandro Veiga/CORREIO “Ser Rei Momo já é tradição de família. Meu irmão também já foi. Hoje eu estou retornando ao concurso porque tenho espírito carnavalesco e consigo levar para o povo a felicidade que existe em mim. Eu acho que tenho a cara do carnaval”15. Nicolas Dias, 24, ator. Primeira vez concorrendo Foto: Mauro Akin Nassor/CORREIO “Meu desejo de ser Rei Momo começou esse ano brincando com uns amigos em uma viagem. Eu fui o Rei Momo da casa que a gente tava: peguei um cabo de vassoura, amarrei um lençol no pescoço, improvisei uma coroa e fiquei na frente da grade da casa dizendo que estava no trio elétrico. E aí fui agitando meus amigos. Agora que a gente voltou pra casa eu vi sobre o concurso e decidi levar a brincadeira a sério porque sei que tenho jeito pra isso”16. Renildo Barbosa, 42, educador social. Rei Momo de 2014 Foto: Mauro Akin Nassor/CORREIO “Eu quero representar o carnaval e o respeito às diferenças. O Rei Momo tem esse papel e precisa colaborar na conscientização de várias coisas durante a folia. Conscientizar que não é não, falar um basta para o trabalho infantil, para as explorações. É nosso dever saber disso. E a folia corre em minhas veias”*Com supervisão do chefe de reportagem Jorge Gauthier>