Copa de 70: olha lá, olha lá, olha lá, olha lá no placarrrrrr

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  • Paulo Leandro

Publicado em 3 de junho de 2020 às 05:05

- Atualizado há um ano

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Félix, Carlos Alberto, Brito, Piazza e Everaldo; Clodoaldo e Gérson; Jair, Tostão, Pelé e Rivelino. Faz 50 anos, nesta quarta-feira, dia 3 de junho, o começo da campanha no México-70, a estreia contra a Tchecoslováquia, que havia sido nossa vice em 62, no Chile.

Até definir-se por esta escalação, Zagallo, sucessor de Saldanha, fez algumas observações nos últimos testes depois de três meses de trabalho, mais da metade deles sob o comando de Saldanha.

Até para o time do Atlético Mineiro a seleção perdeu, além do empate com o Bangu, lá em Moça Bonita, mas tantas experimentações, se geraram muitas dúvidas, ofereceram também as boas opções para Zagallo.

No meio da zaga, o mais cotado para formar par com Brito era Fontana. Até Baldocchi ainda se aceitava. Foi uma grande surpresa o recuo de Piazza, uma vez que a posição de volante tinha como dono absoluto o sergipano Clodoaldo.

No meio-campo, Dirceu Lopes e Zé Carlos, ambos do Cruzeiro, reivindicavam uma vaga e Paulo César poderia fazer este serviço, se jogasse mais recuado, como queria mesmo Zagallo.

Na frente, Tostão, convalescendo de uma operação de deslocamento da retina, e Pelé, criticado por querer uma seleção jogando em sua intenção, resistiam à pressão dos gols de Roberto Miranda, do Botafogo, e Dario, do Atlético Mineiro.

Era tanta fartura na seleção de 1970 que tínhamos para a zaga Joel Camargo e, na lateral esquerda, Marco Antônio, tecnicamente superior a Everaldo, sendo o gremista mais cauteloso, fazendo a sentinela, sem passar da linha do meio-campo.

Na ponta esquerda, a figura lisa de Edu, sem precisar provar nada para ninguém, muito óbvio para todos tratar-se de um dos grandes jogadores do futebol mundial, pela sabedoria da finta curta e do passe perfeito. Mas Rivelino não era fácil de barrar.

Quem foi em sonho a Guadalajara, naquele 3 de junho de 1970, viu o Brasil pressionando a Tchecoslováquia, com a sabedoria de aproveitar espaços. Rivelino ou Gérson caía pela esquerda, Pelé atraía ao menos dois marcadores e via Jair passar veloz à direita ou em diagonal para a área.

Mas, foi numa subida destas, que a seleção da Cortina de Ferro achou uma bola, mano a mano, Petras e Brito, Brito duro, cintura pesada, o atacante levou para um lado, Félix demorou a fechar o ângulo, 1x0 para eles.

Petras fez até o sinal da cruz, uma ação interpretada como uma ideia da restrição de Moscou às práticas religiosas em seus países-satélites, entre os quais este nascido da união da República Tcheca com a Eslováquia, separados consensualmente após a derrubada dos muros.

Derrubado Pelé na meia lua. Era tudo que Rivelino queria. O goleiro Viktor armou uma barreira de sete homens, pois já ouvira falar da fama de uma certa patada atômica. Riva despachou um foguete que passou à direita da barragem humana. Sem chance de defesa.

Foi nesse jogo que Pelé mirou laaaaá do meio-campo e a bola passou rente à trave de Viktor. Gérson chutou uma no poste... Mas o que o canhota gostava mesmo era de servir o artilheiro. Entre marcar um gol e dar um passe, a generosidade falava mais alto.

Foi assim que ele passou bem taco no giz e lançou a fita métrica, no peito de Pelé, que amorteceu a pelota e fuzilou o arqueiro tchecoslovaco. O gol da virada deu aquela acalmada, porque o jogo estava muito mais aberto com o empate e a tcheca preparava o bote.

O terceiro gol também saiu de um lançamento de Gérson, do meio-campo, para o Furacão arrancar firme, dar um banho de cuia em Viktor, com um toque suave, aparar no peito, deixar quicar e estufar com um forte estrondo a rede de Guadalajara.

Ah, saudade do tempo de jogar e deixar jogar, permitindo e até incentivando ao craque exibir seus dotes! Neste lance, Gérson ajeita uma, duas, três vezes e dispara na medida para Jairzinho. A experiência estética era contemplada até pelos adversários! "A arte existe para que a realidade não nos destrua" (Friedrich Nietzsche) O quarto gol foi uma jogada individual de Jairzinho, muito parecida com um dos gols de Maradona em 1986, aliás o gardelito veio depois, portanto ele é que fez algo próximo ao Furacão, catando um por um os zagueiros até balançar o filó pela quarta vez. 

Estreamos bem, vamos ver os próximos jogos, se chegamos ao título.

Aqui no link abaixo você pode curtir cinco minutinhos mágicos do grande fútil-ball brasileiro! Com direito a hino e close dos heróis! Na tradução da narração dos gols, você pode baixar o volume e gritar como Geraldo José de Almeida: olha lá olha lá olha lá no placarrrrrrr!

https://www.youtube.com/watch?v=kjPF30JRXH0