Copa Sul-Americana já começou; veja panorama de cada grupo

Torneio continental tem sete representantes brasileiros na fase de grupos

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  • Da Redação

Publicado em 21 de abril de 2021 às 10:55

- Atualizado há um ano

. Crédito: Conmebol/Divulgação

Se o futebol europeu vive um clima de guerra e incertezas com relação às suas competições internacionais, os times sul-americanos iniciam a busca pela glória internacional. A fase de grupos da Copa Sul-Americana começou na terça-feira (20), e o Bahia estreia nesta quarta (21), contra o Torque, em Montevidéu.

O torneio é considerado o segundo mais importante do continente, atrás da Libertadores, e terá um novo formato este ano: os 32 times que chegaram a esta fase estão divididos em oito grupos com quatro equipes cada um. Após jogos de ida e volta (seis rodadas), somente o primeiro colocado de cada chave avança rumo às oitavas de final. 

Nas oitavas, os oito terceiros colocados da fase de grupos da Libertadores se juntarão às equipes que se classificaram para disputar o mata-mata, que terá formato de ida e volta até chegar na final, disputada em jogo único em um campo neutro, que ainda não teve local estabelecido.

O Brasil tem sete representantes no torneio: Bahia, Ceará, Athletico-PR, Corinthians, Atlético-GO, Red Bull Bragantino e Grêmio, sendo que nenhum deles está no mesmo grupo. Saiba um pouco mais de cada chave e como estão divididas as equipes que buscam o título internacional:

Grupo A  Rosario Central (ARG) Huachipato (CHI) 12 de Octubre (PAR) San Lorenzo (ARG)

Único sem representantes brasileiros, o grupo A tem dois times argentinos, um chileno e um paraguaio. Ao que tudo indica, a briga pela vaga deve ficar entre os hermanos, com destaque para o San Lorenzo. A tradicional equipe campeã da Libertadores de 2014 chegou à Sula após ser eliminada pelo Santos na pré-Libertadores. Deu trabalho ao Peixe no segundo jogo, em que conseguiu empatar em 2x2 com um jogador a menos e quase complicou o alvinegro. Campeão da Copa Sul-Americana em 2002, o time do papa Francisco tem como destaques os gêmeos Óscar e Ángel Romero, este último bicampeão brasileiro pelo Corinthians e, até hoje, artilheiro da Neo Química Arena. O Rosario Central venceu a competição precursora, a Copa Conmebol, no ano de 1995.

Grupo B Independiente (ARG) Bahia Guabirá (BOL) Montevideo City Torque (URU)

O grupo do Bahia tem uma das camisas mais pesadas da América do Sul: o Independiente, conhecido como "Rey de Copas". O time argentino é dono de sete taças de Libertadores e duas de Copa Sul-Americana. Um detalhe importante é que o time jamais perdeu uma final continental, além de ser, junto com o Boca Juniors, o único bicampeão da Sula. Vale atenção também ao Torque, uruguaio fundado em 2007 e pertencente ao mesmo grupo dono do Manchester City. No entanto, a equipe só disputou duas partidas na atual temporada, justamente na "pré-Sulamericana'', etapa em que eliminou o conterrâneo Fénix.

Grupo C Jorge Wilstermann (BOL) Arsenal de Sarandí (ARG) Ceará Bolívar (BOL)

Comandado por Guto Ferreira e com nomes conhecidos do futebol baiano, como Vina, Mendoza e Jael, o Ceará também não terá uma vida muito fácil. Isso porque pega os dois maiores campeões bolivianos: Bolívar e Jorge Wilstermann. Para azar dos cearenses, ambos jogam na altitude, em La Paz e Cochabamba, respectivamente. Uma sorte do time brasileiro é a crise política que vive o Campeonato Boliviano, que causou a interrupção do torneio, além do mau momento do Jorge Wilstermann, que é apenas o 14º colocado. 

O quarto time do grupo também não vive seus melhores dias. O Arsenal é o lanterna do seu grupo no Campeonato Argentino.

Grupo D Athletico-PR Melgar (PER) Aucas (EQU) Metropolitanos (VEN)

Último time brasileiro a ser campeão da Sula, o Athletico-PR é franco favorito do grupo D, do qual é cabeça de chave. Os paranaenses estrearam com vitória de 1x0 sobre o Aucas, em Quito, no primeiro jogo do time principal na temporada, visto que disputa o estadual com a equipe de transição. O Aucas teve um surto recente de covid-19 no elenco que o levou a jogar com apenas sete jogadores pelo Campeonato Equatoriano na semana passada e, além disso, vive um momento judicial delicado. Segundo a imprensa local, a Justiça declarou falência do clube, que negou a informação.

Além disso, o rubro-negro enfrenta o Melgar, que foi eliminado com goleada pelo Bahia na segunda fase da edição 2020, e o Metropolitanos, que fez apenas três partidas na atual temporada, duas delas nos playoffs da Sul-Americana. 

Grupo E Corinthians Sport Huancayo (PER) River Plate (PAR) Peñarol (URU)

No grupo E, o Corinthians de Vagner Mancini teoricamente tem um adversário direto na briga pela vaga na próxima fase: o Peñarol. A equipe aurinegra é pentacampeã da Libertadores e não teve grandes problemas para chegar na fase de grupos, após vencer o Cerro Largo por 6x3 no placar agregado. A equipe foi a segunda colocada no Clausura do Uruguai, equivalente ao segundo turno do campeonato nacional. 

Comandados por Cássio, Fagner e o atacante Jô, que voltou a balançar as redes no fim de semana, o time brasileiro também enfrenta o Huancayo e o River Plate "genérico", do Paraguai, que atualmente ocupa a última colocação do Apertura no seu país.

Grupo F Newell's Old Boys (ARG) Palestino (CHI) Atlético-GO Libertad (PAR)

Depois de conseguir garantir a permanência na elite do futebol brasileiro por mais de uma temporada, o que não acontecia desde 2011, o Atlético-GO ainda conseguiu cavar uma vaga na Copa Sul-Americana. O time treinado pelo técnico Jorginho, ex-Bahia, tem também os antigos tricolores Eder (zagueiro) e Zé Roberto (atacante), além do goleiro Fernando Miguel, ex-Vitória. No entanto, pega um grupo mais equilibrado, com duas camisas pesadas: Newell's e Libertad. Na estreia, ficou no 0x0 com os argentinos, em Goiânia. 

O time argentino tem no elenco os incansáveis Maxi Rodríguez, meia de 40 anos e três Copas do Mundo, e o atacante Scocco, que chegou a jogar no Internacional e foi campeão da Libertadores com o River Plate. Cristaldo, ex-Palmeiras, é outro nome conhecido da torcida brasileira. Já o Libertad chegou a sonhar com a Libertadores, mas foi goleado pelo Atlético Nacional na fase preliminar e caiu na Sul-Americana. É o atual líder do Campeonato Paraguaio, após 12 rodadas.

Grupo G Emelec (EQU) Tolima (COL) Talleres (ARG) Red Bull Bragantino

Mais um brasileiro na competição, o Red Bull Bragantino encara o primeiro desafio internacional após a injeção financeira da empresa de energéticos. O destaque é o meia Claudinho, um dos maiores destaques e também eleito craque do Brasileirão 2020. O time paulista tem uma chave com equipes que ficaram conhecidas aqui no país por serem carrascas de brasileiros.

Tolima e Talleres eliminaram Corinthians em 2011 e São Paulo em 2019, respectivamente, na fase de pré-Libertadores. Na Sula deste ano, os colombianos passaram pelo Deportivo Cali na fase eliminatória. Outra equipe da chave, o Emelec é o que tem melhor desempenho no campeonato nacional da atual temporada: é o segundo colocado do Equatoriano.

Grupo H Lanús (ARG) La Equidad (COL) Aragua (VEN) Grêmio

O fim de uma era marca o representante brasileiro do grupo H. O Grêmio demitiu o treinador Renato Gaúcho, que estava desde 2016 no clube. Ainda sem técnico, o tricolor gaúcho busca um nome para o comando e, coincidência ou não, reencontra o adversário da maior glória dessa recém-acabada passagem do ídolo: o Lanús, time que o Grêmio venceu na final da Libertadores 2017. Os brasileiros chegam em baixa pela eliminação na pré-Libertadores diante do Independiente del Valle.

Apesar disso, o Imortal não deve ter grande trabalho com o seu grupo na Sul-Americana. O La Equidad, primeiro adversário, chegou a ter dificuldade para vir ao Brasil por causa das medidas sanitárias da pandemia. Os venezuelanos do Aragua perderam o jogo em casa na fase prévia, mas conseguiram uma virada diante do Mineros de Guayana e classificaram pelo critério do gol fora.

*sob orientação do editor Herbem Gramacho