Coração é impresso em 3D em Israel a partir de tecido humano

Professor Tal Dvir, que liderou a pesquisa, afirmou que o coração está completo, vivo e palpitando

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  • Da Redação

Publicado em 16 de abril de 2019 às 09:13

- Atualizado há um ano

. Crédito: Jack Guez/AFP

Cientistas da Universidade de Tel Aviv, em Jerusalém, apresentaram um coração vivo feito a partir de tecido humano com uma impressora 3D. O estudo, publicado na revista Advanced Science, abre caminho para a realização de transplantes sem risco de rejeição, já que o órgão é feito com células do próprio paciente.

"Já haviam conseguido imprimir em 3D a estrutura de um coração, mas esta é a primeira vez que alguém consegue projetar e imprimir um coração inteiro, repleto de células, vasos sanguíneos, ventrículos e câmaras", disse nessa segunda-feira (15) o professor Tal Dvir, que liderou a pesquisa, ressaltando que o coração está completo, vivo e palpitando. (Foto: Jack Guez/AFP) "Realizamos uma pequena biópsia de tecido adiposo do paciente, removemos todas as células e as separamos do colágeno e de outros biomateriais, as reprogramamos para que fossem células-tronco e, então, as diferenciamos para que sejam células cardíacas e células de vasos sanguíneos", detalhou.

O protótipo de coração tem cerca de três centímetros, o equivalente ao tamanho do órgão de um coelho ou de uma cereja.

No momento, as células podem se contrair, mas o coração completo não bombeia. "Ainda é muito básico", disse Dvir.

Transplante De acordo com o pesquisador, é preciso desenvolvê-lo mais, para conseguir um órgão que possa ser transplantado para um ser humano."O próximo passo é amadurecer essas células e ajudá-las para que se comuniquem entre elas, de forma que se contraiam juntas. É preciso ensinar as células a se comportarem adequadamente", explicou."Depois, teremos outro desafio, que é conseguir desenvolver um coração maior, com mais células. Temos que descobrir como criar células suficientes para produzir um coração humano", acrescentou.

Futuramente, a equipe liderada por Dvir planeja transplantar os corações em pequenos animais, como coelhos e ratos.

"Talvez, em dez anos, haja impressoras de órgãos nos melhores hospitais do mundo, e esses procedimentos sejam conduzidos rotineiramente", finalizou Dvir.

*Com informações da Deutsche Welle (agência pública da Alemanha)