Coronavírus: Conselho de Enfermagem constata racionamento de EPIs no Hospital da Mulher

Unidade de saúde possui 19 profissionais afastados com suspeita ou confirmação da covid-19

Publicado em 7 de maio de 2020 às 05:30

- Atualizado há um ano

. Crédito: Carol Garcia/GOVBA

Com 19 funcionários afastados por suspeita ou infecção pelo novo coronavírus, responsável pela covid-19, o Hospital da Mulher, localizado no Largo de Roma, em Salvador, foi vistoriado pelo Conselho Regional de Enfermagem da Bahia (Coren-BA), que constatou o racionamento dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs).

O Conselho havia recebido denúncias de uma possível falta de EPIs na unidade de saúde. Em vistoria realizada na terça-feira (5), o Comitê de Enfermagem para Enfrentamento da covid-19 na Bahia teve acesso aos registros de imagens dos treinamentos realizados pelo hospital e constatou que os profissionais de enfermagem estão sendo treinados.

O Sindicato dos Médicos do Estado da Bahia (Sindimed) também recebeu denúncias da ausência de um número satisfatório de EPIs por lá e vai realizar uma inspeção na unidade. “Criamos uma canal para o médico fazer denúncias de condições não apropriadas de trabalho”, informou a assessoria do sindicato. 

Em nota divulgada nesta terça-feira (5), a unidade de saúde diz seguir as normas e regulamentos estabelecidos pelos órgãos competentes no que se refere aos EPIs. “Todas as ações de prevenção e condução de casos suspeitos e/ou confirmados foram discutidas e implementadas pelo Comitê de Enfrentamento ao covid-19, instituído pelo Instituto Fernando Filgueiras, Organização Social que administra a unidade, o qual reúne equipe especializada com objetivo de garantir as melhores práticas neste contexto de pandemia”, pontua.

O texto indica ainda que sete dos 19 colaboradores afastados já estão aptos para retornarem às atividades. O hospital também relaciona o fato de muitos funcionários trabalharem em outras unidades de saúde com a infecção dos trabalhadores. “O fato [a atuação em outras unidades] desencadeou, há aproximadamente 15 dias, a ocorrência de colaboradores com testes positivos”, ressalta a instituição.

Apesar de não ser de referência para a doença, a unidade afirmou considerar casos com sintomas similares ao coronavírus como suspeitos e realizar testes. “Quando considerada suspeita, a paciente é direcionada para ALA específica do Hospital, obedecendo a todas as recomendações dos órgãos competentes, ficando em isolamento para não haver contato entre as mesmas”, indicou sobre o fluxo do paciente.

Ao ser questionada sobre o número de casos confirmados da covid-19 na unidade de saúde, a assessoria do Hospital afirmou que os dados devem ser buscados junto à Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab).

Procurada, a pasta respondeu com a mesma nota emitida em 5 de maio pela assessoria do hospital. De acordo com o documento, apenas um pacientes testou positivo para a covid-19 até a última segunda-feira (4). Este foi transferido para o Hospital Ernesto Simões, que fica no bairro de Pau Míudo, uma das unidades especializadas na covid-19 em Salvador.

Martagão Gesteira Além das denúncias da quantidade de EPIs reduzida no Hospital da Mulher, os profissionais do Martagão Gesteira também comunicaram ao Sindimed a escassez dos equipamentos na unidade filantrópica de saúde pediátrica.

Em nota enviada ao CORREIO na última terça (5), o Martagão Gesteira afirma ter adotado todas as medidas preventivas contra o coronavírus para garantir a segurança dos pacientes, familiares e colaboradores, de modo a combater o contágio e transmissão do novo coronavírus dentro da unidade.

Devido às infecções na unidade, as medidas de prevenção adotadas desde o início da pandemia são intensificadas.Dentre elas, está, segundo a instituição, a existência de uma “Blitz” para verificar uso adequado de EPIs e a criação de uma campanha para uso adequado da proteção.

Segundo a assessoria do Martagão, são 20 funcionários e quatro pacientes infectados pelo novo coronavírus.