Coronavírus: Saúde cria estratégia para evitar aglomerações em vacinação contra gripe

A vacina não é eficaz no combate ao coronavírus, mas é fundamental para acelerar o processo de diagnóstico de Covid-19

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  • Da Redação

Publicado em 20 de março de 2020 às 20:55

- Atualizado há um ano

. Crédito: Marina Silva/CORREIO

A vacina contra a Influenza não é eficaz no combate ao novo coronavírus, mas é fundamental para descartar a gripe na triagem da Covid-19 e acelerar o processo de diagnóstico da doença. Em meio à necessidade de isolamento social, a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) pensou estratégias para evitar aglomerações durante a imunização.

De acordo com o secretário de saúde de Salvador, Leo Prates, as estratégias para realizar a Campanha Nacional de Vacinação já foram fechadas, mas precisam ser discutidas com o prefeito ACM Neto antes da divulgação da forma com que a campanha será organizada. A ideia é vacinar o maior número de pessoas evitando a formação de aglomerações.

Em nota, a Sesab afirma ter enviado orientações às secretarias municipais de saúde de toda a Bahia. Dentre as propostas, está a realização da vacinação extramuro, por exemplo, em locais de convivência social (supermercados, centro de idosos, igrejas, escolas) e em locais abertos e ventilados. A utilização das unidades móveis da saúde também é proposta.

Campanha antecipada Historicamente, a Campanha Nacional de Vacinação contra a gripe é realizada em abril, mas a ação foi antecipada em um mês por conta do momento em que o mundo passa no combate ao novo coronavírus. A partir da próxima segunda-feira (23), quando começa a medida, o objetivo é proteger a população contra a influenza, além de minimizar o impacto sobre os serviços de saúde. 

Na Bahia, a meta é imunizar 90% do público alvo, formado por cerca de 4,6 milhões de pessoas. Este ano, os primeiros a serem imunizados são os idosos e os profissionais de saúde que atuam na linha de frente no atendimento à população. Também nesta primeira fase serão vacinados funcionários do sistema prisional e as populações indígena e a privada de liberdade.

De acordo com o Ministério da Saúde, a priorização dos idosos nessa primeira etapa é uma forma de auxiliar os profissionais de saúde a descartarem as influenzas na triagem e acelerarem o diagnóstico para a Covid-19. A pasta considera os estudos e dados que apontam que casos mais graves de infecção por coronavírus têm sido registrados em pessoas acima de 60 anos.

A partir do dia 16 de abril, professores, profissionais das forças de segurança e salvamento, além dos portadores de doenças crônicas e outras clínicas especiais, poderão se vacinar. As crianças de 6 meses a menores de 6 anos (5 anos,11 meses e 29 dias), mulheres grávidas, mães no pós-parto, jovens de 12 a 21 anos sob medida socioeducativa, pessoas com 55 anos ou mais e pessoas portadoras de deficiências podem se imunizar partir de 9 de maio.

Para a campanha será utilizada uma vacina de vírus inativado, trivalente (proteção para três vírus: H1N1, H3N2 e Influenza B) e que não têm a capacidade de causar gripe. No estado da Bahia, em 2020, já foram confirmados 64 casos de influenza, e dentre esses, 48 foram confirmados para H1N1, com ocorrência de três óbitos pela doença.