CORREIO monta roteiro com destaques da Flipelô; confira

Ladeiras, casarões e largos vão abrigar a programação da Festa Literária Internacional do Pelourinho que começa amanhã e segue até domingo

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  • Da Redação

Publicado em 8 de agosto de 2017 às 06:25

- Atualizado há um ano

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“Por aqui, passa a vida inteira da Bahia, sua humanidade, a melhor e a mais sofrida”, escreveu Jorge Amado (1912-2001) sobre o Pelourinho, bairro que se transformou em uma espécie de cartão de visitas de Salvador muito por conta da literatura do escritor, traduzida em dezenas de línguas e adaptada em diversas produções audiovisuais.  Inspiração e cenário de livros como Pastores da Noite e A Morte e A Morte de Quincas Berro D’Água, o Pelourinho chegou a ser definido por ele como o “coração da vida popular baiana”. Por isso, a partir de amanhã o bairro vai pulsar de um jeito diferente.  Ladeiras, casarões e largos vão abrigar a programação da Festa Literária Internacional do Pelourinho, a Flipelô, que segue até domingo. Realizada pela Fundação Casa de Jorge Amado, que este ano completa 30 anos, a festa homenageia o escritor que dá nome ao espaço, além de Zélia Gattai(1916-2008) e Myriam Fraga (1937-2016), duas das mais relevantes personalidades culturais diretamente ligadas à trajetória de vida de Jorge."O coração da vida popular baiana situa-se na parte mais velha da cidade, a mais poderosa e fascinante" -  Jorge Amado sobre o Pelourinho em trecho do livro Bahia de Todos-os-Santos (1945) Foi de Myriam, que por mais de 30 anos dirigiu a fundação, a ideia de levar ao Pelourinho uma festa que celebrasse o encontro entre autores e leitores exatamente no mês de aniversário de Jorge Amado, que faria 105 anos dia 10. A estreia aconteceria em 2014, mas por falta de patrocínio, foi cancelada. “É a realização de um sonho antigo, mas, diversas vezes, a gente se perguntou se, com tantas festas e feiras literárias no país, o formato ainda interessava, se não estaria desgastado. Só que a cada ano cresce o número de eventos e também de público. Apesar de a Flipelô ser mais uma, ela vai ser a única a ser desse jeito”, comenta Angela Fraga, atual gestora da Fundação Casa de Jorge Amado.  Destaques Com a Flipelô, Salvador entra no cenário nacional de eventos literários - a exemplo da Flica, em Cachoeira, já fez isso com a região do Recôncavo da Bahia. Na programação, nomes como Antônio Torres e Aleilton Fonseca, dois dos autores cujos livros são os mais procurados nas bibliotecas públicas da cidade, segundo levantamento feito pela Fundação Pedro Calmon a pedido do CORREIO na semana passada. Além das rodas de conversas com escritores, lançamentos de livros, saraus, exibição de filmes, exposições e shows integram o evento, que começa amanhã, com o sarau Maria Bethânia e As Palavras, na Igreja de São Francisco. A abertura é restrita a convidados (acesse programação completa aqui). Apesar de a programação abarcar diversas linguagens, Angela Fraga destaca que a grande estrela da programação é o objeto livro. “Para mim, ainda continua sendo o mais importante. Tanto assim, que além da livraria oficial, vamos contar com bibliotecas móveis no Terreiro de Jesus e com a casa das editoras baianas, que funcionará no Museu da Cidade (ao lado da Fundação Casa de Jorge Amado)”, comenta. O CORREIO preparou um roteiro com alguns destaques dos cinco dias de programação. Confira: