Cozinheira é morta pelo ex com espeto de churrasco em Itapuã

Filhos estavam na casa quando crime ocorreu; casal estava separado há 4 meses

  • Foto do(a) author(a) Nilson Marinho
  • Nilson Marinho

Publicado em 17 de setembro de 2018 às 12:55

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Marina Silva/CORREIO

Uma cozinheira de 38 anos foi morta na noite deste domingo (16) pelo ex-companheiro depois de colocar um ponto final em uma relação de 16 anos. Jaqueline Conceição da Anunciação foi golpeada pelo pescador Nivaldo do Espírito Santo dos Santos com um espeto de churrasco. O crime aconteceu na casa da mãe da vítima, por volta das 19h, na Rua Nova Esperança, em Itapuã.

Segundo familiares, esse era o novo endereço da vítima que, cansada de sofrer agressões, decidiu se mudar da casa que dividia com o agressor e os três filhos, próximo à sede do Malê de Balê. A cozinheira, que tinha terminado o casamento havia quatro meses, estava decidida a tocar a vida sozinha, com ajuda da mãe.

No dia do crime, Jaqueline havia saído na companhia de familiares para passar o dia na praia do bairro de Itapuã. O seu ex-companheiro, que há dias insistia para reatar o casamento, esteve na casa da sogra por três vezes à procura da ex-esposa. 

O pescador, depois de não encontrar a vítima em casa, decidiu esperar por sua chegada, já carregando consigo, escondido na cintura, o espeto de churrasco que utilizaria para atacar a cozinheira. Pescador não aceitava fim do casamento, que ocorreu há quatro meses (Foto: Marina Silva) O agressor também foi à procura da vítima na casa da irmã dela, que fica na rua onde aconteceu o crime. A dona de casa Joseleide Conceição, 34, percebeu que o agressor estava portando uma arma na cintura e tentou avisar à vítima. "Eu percebi um volume diferente na calça dele. Sabia que podia acontecer alguma coisa. Quando minha irmã chegou da praia, pedi para que ela não retornasse para casa. Mas quando percebi, ela já havia ido", lembra a irmã. Quando Jaqueline chegou na casa da mãe, na companhia dos três filhos, o agressor estava na porta da residência. Eles tiveram uma discussão antes da vítima entrar em casa para tomar banho. Ao retornar do banheiro, já no quarto da mãe, onde Jaqueline dormia desde a separação, o agressor supreendeu a vítima - no momento em que ela se abaixou para tirar um colchão que estava embaixo da cama.  Quarto onde Jaqueline foi morta (Foto: Nilson Marinho/CORREIO) O pescador, após acertar Jaqueline por quatro vezes, chegou a dar um soco em uma das duas filhas de 15 anos. O filho menor do casal, de 10 anos, após ver a mãe ferida, pegou uma faca na cozinha e correu atrás do pai, que fugiu em direção à Avenida Dorival Caymmi. 

"Se eu estivesse lá ele teria me matado, mas eu não deixaria minha filha morrer. O que mais me dói é que pedi, por diversas vezes, que ele parasse de bater nela. Nós nunca imaginávamos que isso um dia pudesse acontecer", desabafa a mãe da vítima, a dona de casa Ana Lúcia Conceição, 57.

A família conta que, mesmo sofrendo agressões, a cozinheira nunca procurou a polícia para formalizar as denúncias. Ele também é acusado de espancar os três filhos.

Procurada, a Polícia Civil informou que equipes da 1ª Delegacia de Homicídio – Atlântico (DH/Atlântico) estão em busca do autor do feminicídio, já identificado como Nivaldo do Espírito Santo dos Santos, o Geleia. 

As últimas notícias que a família da vítima teve do suspeito, por meio de ligações anônimas, é que Geleia estaria na região do Bosque das Bromélidas, no bairro Jardim das Margaridas. A informação, conforme uma das irmãs da cozinheira, foi passada para a polícia.

Jaqueline vai ser enterrada na manhã desta terça-feira (18), no Cemitério Municipal de Portão. 

Veja onde buscar ajuda em casos de violência domésticaCedap (Centro Estadual Especializado em Diagnóstico, Assistência e Pesquisa) – Atendimento médico, odontológico, farmacêutico e psicossocial a pessoas vivendo com HIV/AIDS. Endereço: Rua Comendador José Alves Ferreira, nº240 – Fazenda Garcia. Telefone: 3116-8888.  Cedeca (Centro de Defesa da Criança e do Adolescente Yves de Roussan) – Oferece atendimento jurídico e psicossocial a crianças e adolescentes vítimas de violência. Endereço: Rua Gregório de Matos, nº 51, 2º andar – Pelourinho. Telefone: 3321-1543/5196.  Cras (Centro de Referência de Assistência Social) – Atende famílias em situação de vulnerabilidade social. Telefone: 3115-9917 (Coordenação estadual) e 3202-2300 (Coordenação municipal)  Creas (Centro de Referência Especializada de Assistência Social) – Atende pessoas em situação de violência ou de violação de direitos. Telefone: 3115-1568 (Coordenação Estadual) e 3176-4754 (Coordenação Municipal)  Creasi (Centro de Referência Estadual de Atenção à Saúde do Idoso) – Oferece atendimento psicoterapêutico e de reabilitação a idosos. Endereço: Avenida ACM, s/n, Centro de Atenção à Saúde (Cas), Edifício Professor Doutor José Maria de Magalhães Neto – Iguatemi. Telefone: 3270-5730/5750.  CRLV (Centro de Referência Loreta Valadares) – Promove atenção à mulher em situação de violenta, com atendimento jurídico, psicológico e social. Endereço: Praça Almirante Coelho Neto, nº1 – Barris, em frente a Delegacia do Idoso. Telefone: 3235-4268.  Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) – Em Salvador, são duas: uma em Brotas, outra em Periperi. São delegacias que recebem denúncias de violência contra a mulher, a partir da Lei Marinha da Penha.  Deam Brotas – Rua Padre José Filgueiras, s/n – Engenho Velho de Brotas. Telefone: 3116-7000.  Deam Periperi – Rua Doutor José de Almeida, Praça do Sol, s/n – Periperi. Telefone: 3117-8217.  Deati (Delegacia Especializada no Atendimento ao Idoso) – Responsável por apurar denúncias de violência contra pessoas idosas. Endereço: Rua do Salete, nº 19 – Barris. Telefone: 3117-6080.  Derca (Delegacia de Repressão a Crimes Contra a Criança e o Adolescente) Endereço: Rua Agripino Dórea, nº26 – Pitangueiras de Brotas. Telefone: 3116-2153.  Delegacias Territoriais – São as delegacias de cada Área Integrada de Segurança Pública. Segundo a Polícia Civil, os estupros que não são cometidos em contextos domésticos devem ser registrados nessas unidades. Em Salvador, existem 16 (http://www.policiacivil.ba.gov.br/capital.html).  Disque Denúncia – Serviços de denúncia que funcionam 24 horas por dia. No caso de crianças e adolescentes, o Departamento de Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos oferece o Disque 100. Já as mulheres são atendidas pelo Disque 180, da Secretaria de Políticas Para Mulheres da Presidência da República. Fundação Cidade Mãe – Órgão municipal, presta assistência a crianças em situação de risco. Endereço: Rua Prof. Aloísio de Carvalho – Engenho Velho de Brotas.  Gedem (Grupo de Atuação Especial em Defesa da Mulher do Ministério Público do Estado da Bahia) – Atua na proteção e na defesa dos direitos das mulheres em situação de violência doméstica, familiar e de gênero. Endereço: Avenida Joana Angélica, nº 1312, sala 309 – Nazaré. Telefone: 3103-6407/6406/6424.  Iperba (Instituto de Perinatologia da Bahia) – Maternidade localizada em Salvador que é referência no serviço de aborto legal no estado. Endereço: Rua Teixeira Barros, nº 72 – Brotas. Telefone: 3116-5215/5216.  Nudem (Núcleo Especializado na Defesa das Mulheres em Situação de Violência Doméstica e Familiar da Defensoria Pública do Estado) – Atendimento especializado para orientação jurídica, interposição e acompanhamento de medidas de proteção à mulher. Endereço: Rua Pedro Lessa, nº123 – Canela. Telefone: 3117-6935.  Secretaria Estadual de Políticas Para Mulheres Endereço: Alameda dos Eucaliptos, nº 137 – Caminho das Árvores. Telefone: 3117-2815/2816.  SPM (Superintendência Especial de Políticas para as Mulheres de Salvador) – Endereço: Avenida Sete de Setembro, Edifício Adolpho Basbaum, nº 202, 4º andar, Ladeira de São Bento. Telefone: 2108-7300.  Serviço Viver – Serviço de atenção a pessoas em situação de violência sexual. Oferece atendimento social, médico, psicológico e acompanhamento jurídico às vítimas de violência sexual e às famílias. Endereço: Avenida Centenário, s/n, térreo do prédio do Instituto Médico Legal (IML) Telefone: 3117-6700.  1ª Vara de Violência Doméstica e Familiar – Unidade judiciária especializada no julgamento dos processos envolvendo situações de violência doméstica e familiar contra a mulher, de acordo com a Lei Maria da Penha. Endereço: Rua Conselheiro Spínola, nº 77 – Barris. Telefone: 3328-1195/3329-5038. *Com supervisão do chefe de reportagem Jorge Gauthier.