CPI aprova pedido à Justiça por afastamento de secretária do Ministério da Saúde

Mayra Pinheiro, a "Capitã Cloroquina", é considerada investigada

Publicado em 3 de agosto de 2021 às 11:16

- Atualizado há um ano

. Crédito: Evaristo Sá/AFP

A CPI da Covid aprovou nesta terça-feira (3) um pedido de afastamento da secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, Mayra Pinheiro, que será encaminhado à Justiça.

Mayra é conhecida como Capitã Cloroquina por defender o uso do medicamento, ineficaz contra a covid-19, no tratamento da doença. Ela é uma das 14 pessoas que são consideradas investigadas pela CPI.

A lei prevê que "suspensão do exercício de função pública" em caso de "justo receio" de que este cargo esteja sendo usado para prática de infrações penais. 

Vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP) foi o responsável pelo pedido. Ele afirma que Mayra mentiu ou se contradisse em pelo menos 11 oportunidades ao ser ouvida na comissão. Também afirma que a permanência dela no cargo pode acabar atrabalhando as investigações.

O presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM), também considerou que não há condições para Mayra continuar no cargo diante de tudo que se conhece hoje.  "Depois do que o Brasil assistiu, sinceramente, não dá para o ministro Marcelo Queiroga (Saúde) manter na sua equipe uma pessoa que pensa totalmente diferente da ciência", afirmou ele, segundo o G1.

Para ele, Mayra pode ter cometido crime contra a vida, por "prescrever medicação que não salvava ninguém, mas que matou muitos amazonenses". 

Depoimento No seu depoimento à CPI, Mayra manteve a defesa do uso da cloroquina para tratar a covid-19. Ela contradisse o ex-ministro da Saúde, general Pazuello, ao menos três vezes. Mayra confirmou o documento em que considerava "inadmissível" não usar o kit covid em meio ao colapso de saúde em Manaus - Pazuello disse que a pasta não indicou os medicamentos sem eficácia.

Além disso, Mara também afirmou que a pasta soube do desabastecimento de oxigênio na cidade dois dias antes do que Pazuello informou aos senadores. 

Por fim, a médica também admitiu que não houve ataque hacker ou algo do tipo no aplicativo TrateCov, do Ministério da Saúde, que indicava de maneira indiscriminada o uso de cloroquina e ievermectina - até bebês e animais podiam sair com essa recomendação. Pazuello afirmou que o aplicativo foi ao ar após ação de hackers.