Crianças também precisam ser protegidas

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  • Andreia Santana

Publicado em 27 de fevereiro de 2021 às 07:30

- Atualizado há um ano

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Só quem já teve crises agudas de asma ou já correu em desespero para um pronto-socorro, de madrugada, com uma criança sufocando por doenças respiratórias, sabe o quanto é difícil e angustiante a situação. Com o agravamento da pandemia na Bahia, o risco de ver mais e mais crianças sem ar é cada vez maior, mesmo entre aquelas que não são asmáticas crônicas, mas contraíram o vírus, que circula e sofre mutações cada vez mais depressa. 

Nessa quinta-feira, 25, em mais um dia das UPAs lotadas em Salvador, a médica pediatra Juliana Parreira, que atende na UPA de Brotas, disse ao CORREIO que a unidade está sobrecarregada e que o número de pacientes cresce sem parar desde novembro passado. Ainda segundo ela, a área de pediatria, que era a mais tranquila, agora está cheia de crianças com sintomas de covid-19 esperando atendimento. A especialista ainda alertou que os pequenos e pequenas estão desenvolvendo casos mais graves.

“Todo mundo fala ‘covid é só de velhinho e gente que tem comorbidade’, mas não é bem assim. Atualmente, as crianças estão ficando graves também. No último domingo (21 de fevereiro), eu e outros colegas tivemos um plantão cheio, muita criança cansando, criança precisando de oxigênio, tendo que ser internada, intubada”, afirmou a dra. Juliana à repórter Carolina Cerqueira.

Criança sendo intubada, cansando – que na linguagem popular quer dizer em crise de falta de ar, quando o peito arfa e o asmático tenta puxar o oxigênio e ele não vem, não chega aos pulmões. As pessoas realmente ainda duvidam que o coronavírus contamina crianças, que pode matá-las? 

Além da preocupação muito pertinente sobre se a meninada vai ficar assintomática e transmitir o vírus para as professoras, familiares, babás e auxiliares da escola, vale também pensar sobre os efeitos da covid-19 em vidas que mal começaram. Adultos que passaram pela doença relatam meses à fio de sofrimento com as sequelas. As pessoas querem mesmo ver toda essa gente miúda que será o futuro do mundo passando por esse tipo de tormento ou tendo problemas de saúde pelo resto da vida? Na UPA dos Barris, na quinta-feira, 25, pequeno paciente aguardava sua vez para triagem (Foto: Marina Silva/CORREIO) Em dezembro passado, o secretário de Saúde de Salvador, Léo Prates, já havia sinalizado que os casos de covid-19 entre crianças e jovens estavam crescendo. As novas cepas do vírus, algumas bem mais agressivas que aquela de um ano atrás, causam estragos em faixas etárias menores dia após dia.

Segundo dados do próprio Ministério da Saúde (MS), divulgados na quinta-feira, 25, o Brasil já registrou, desde o começo da pandemia, 736 casos e 46 mortes de crianças e adolescentes pela Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P) associada à covid-19. Essa doença ocorre entre 0 e 19 anos e só ataca quem, nessa faixa etária, já teve a infecção do novo coronavírus. A doença se instala até mesmo quando a criança já se curou da infecção pelo Sars-CoV-2. 

Diante das mais de 250 mil mortes que já ocorreram no país pela covid-19, algum negacionista ou comparativista sem muito critério, há de dizer que 46 crianças mortas em um universo de 250 mil pessoas não é justificativa suficiente para manter as escolas fechadas, por exemplo. Os pais e mães dessas 46 mini vidas perdidas discordam dessa matemática mal intencionada. Os familiares das outras mais de 600 crianças com sequemas da SIM-P também.

É preciso entender que assim como foi com a criança de outra pessoa, poderia ser a nossa. É preciso entender que nenhuma vida mais deve ser perdida para a covid-19 ou para as doenças que derivam dessa infecção.

Outros destaques:

Porto fecha e muda a dinãmica da orla da Barra Porto ficou deserto e silencioso no primeiro dia de fechamento das praias (Foto: Nara Gentil) As praias de Salvador foram fechadas  na quarta-feira, 24, para barrar o avanço da covid-19 na cidade, onde a doença cresce no rastro das aglomerações. No Porto da Barra, uma das faixas de areia mais disputadas e famosas da orla, a ausência dos banhistas, ambulantes e barraqueiros alterou a rotina e silenciou todo o entorno. Estados e municípios poderão manter campanhas com vacinas compradas sem espera pelo MS (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil) Vacinas liberadas

A maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, na terça (23), que os estados e municípios podem comprar vacinas contra a covid-19. A medida vale em caso de descumprimento do Plano Nacional de Vacinação do Ministério da Saúde (MS) ou insuficiência das doses previstas para imunizar a população. A liberação também só ocorre   para os casos em que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) não conceda a autorização de uso em até  72 horas para os imunizantes  aprovados por agências reguladoras de outros países.  Diversidade da Mata Atlântica abriga mais de 17 mil espécies (Foto: Divulgação/PlantVerde) Exclusividade da natureza 

Mais de 25 mil espécies de plantas, algas e fungos nativos do Brasil são endêmicas, ou seja, só existem  no país. Isso representa 55% do total das espécies nativas daqui, que chegam a 46,9 mil. Os dados são do estudo Flora do Brasil 2020, coordenado pelo Jardim Botânico do Rio de Janeiro e divulgado na terça, 23. Segundo o estudo, a Mata Atlântica é  o bioma onde existem mais espécies genuinamente brasileiras: 17.150. Mulher pediu indenização no acordo do divórcio (Foto: Freepik) Indenização merecida

Tribunal de Pequim, na China, condenou um homem a indenizar a mulher pelo trabalho doméstico que ela  desempenhou no casamento. A decisão, divulgada na quinta, 25,  foi tomada no julgamento do pedido de divórcio feito pelo homem. A mulher argumentou na corte que o marido pouco ou nada contribuiu para o serviço da casa e para a criação dos filhos ao longo dos cinco anos de união do casal.

O que as celebridades disseram Vera fará 70 anos em 2021 (Foto: Divulgação) Até fevereiro do ano passado não tinha nem celular. Mas depois acabei percebendo no mundo das redes sociais um leque  de oportunidades profissionais, o que me surpreendeu, Vera FischerA atriz, que está prestes a completar 70 anos, disse em entrevista ao site Cenapop, essa semana, que descobriu ‘as maravilhas’ do mundo digital durante pandemia e que se lançou e diversos projetos virtuais, inclusive uma websérie.