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Levantamento mostra o impacto da pandemia no desenvolvimento de soft skills de jovens
Carmen Vasconcelos
Publicado em 25 de outubro de 2021 às 06:00
- Atualizado há um ano
Frágil, ansioso, não linear e incompreensível. O chamado mundo BANI se transformou numa realidade no ambiente corporativo, especialmente para quem ingressou no mercado de trabalho durante a pandemia.
Buscando conhecer um pouco mais da realidade desses profissionais, o LinkedIn realizou um levantamento para conhecer as percepções dos profissionais brasileiros sobre o futuro do trabalho e o resultado mostrou que 72% desses jovens profissionais sentem que a pandemia prejudicou o aprendizado de habilidades comportamentais, conhecidas como soft skills, amplamente solicitadas pelas organizações como fundamentais para os resultados laborativos.
Entre essas habilidades emocionais, foram listadas, por ordem de importância, a comunicação, inteligência emocional, aprendizado contínuo, a resolução de problemas e a adaptabilidade.
Habilidades pandêmicas
Responsável pelo desenvolvimento de negócios da InfoJobs, Nathália Paes diz que as habilidades destacadas fazem sentido com o momento que se vive, onde se está mais recluso e há uma dificuldade de comunicação. “As transformações exigem profissionais adaptáveis, capazes de manter o aprendizado e que tenham a capacidade de resolver problemas de forma ágil, e é claro o momento de incertezas e vulnerabilidades colocam em destaque a inteligência emocional”, reflete. Nathália compara que as habilidades escolhidas pelos jovens trabalhadores dialoguem com as necessidades do momento nos ambientes de trabalho (Foto: Divulgação) A representante do InfoJobs destaca que a geração de jovens profissionais se caracteriza pela criatividade, a capacidade de se comunicar, muito por influência das novas redes sociais, o senso coletivo, empatia e que a pandemia impactou as relações e o desenvolvimento de habilidades interpessoais. “Por isso é preciso ter paciência ao recrutar esse perfil”, diz.
Nathália defende que a adaptabilidade é a principal soft skill a ser trabalhada. “Mas também não podemos esquecer da colaboração que é muito mais presente no ambiente presencial e também a comunicação. Além disso, a resiliência tem grande importância, pois após quase dois anos no formato remoto, voltar às atividades presenciais pode ser um desafio”, explica.
Autoconhecimento
A gestora de Relações Institucionais, Consultora e Mentora de Carreira, Personal Branding e LinkedIn, Alessandra Calheira lembra que o desenvolvimento dessas habilidades não é algo simples e exigirá tempo e dedicação porque quase sempre têm a ver com hábitos, personalidade e a forma com a qual as pessoas lidam com suas próprias emoções e relacionamentos. “Um ser humano tem inúmeras habilidades emocionais e deverá desenvolvê-las sempre que houver necessidade, mas não existe uma fórmula pronta para isso, então é preciso que esses jovens profissionais invistam no autoconhecimento e no conhecimento do mercado, identificando a competência que deseja desenvolver e se permitindo estar exposto a situações com a o propósito de desenvolvê-las”, sugere. Alessandra Calheira lembra que o desenvolvimento das habilidades emocionais é um processo e exige que o profissional invista em autoconhecimento (Foto: DIvulgação/Irley Rêgo) Alessandra lembra que essas competências elencadas dialogam com aquelas extraídas do relatório do Fórum Econômico Mundial, que apontam as competências que serão relevantes para as empresas e seus profissionais durante os próximos anos. “Essas competências são importantes independente do modelo de trabalho adotado. A questão do aprendizado contínuo, por exemplo, é algo que tem a ver com a necessidade dos profissionais se adaptarem (adaptabilidade) a uma série de mudanças ágeis e profundas promovidas, em especial, pelas novas tecnologias”, completa.
As experiências desses últimos meses mostraram a gestora que a adaptação e a Inteligência emocional foram as softskills mais solicitada nesses quase dois anos. “Foi preciso usar estratégias para manter a sanidade mental e se adaptar a um cenário improvável, amedrontador e adverso, agora o esforço de retomada será semelhante”, defende. Para Alessandra, os profissionais deverão se readaptar a uma nova rotina, em modelos que possivelmente serão ainda postos à prova, vivenciando perdas em múltiplos níveis. “Tudo isso associado a uma grave crise econômica. Alguns terão ainda que conviver e superar as sequelas emocionais deixadas pelo vírus na sociedade”, finaliza.
3x4 das habilidades emocionais
o Comunicação (62%)
o Inteligência emocional (48%)
o Aprendizado contínuo (30%)
o Resolução de problemas (30%)
o Adaptabilidade (28%)