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Da Redação
Publicado em 18 de novembro de 2020 às 15:30
- Atualizado há um ano
O câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens, atrás apenas do câncer de pele não-melanoma. Até o final de 2020, a estimativa é que surjam cerca de 66 mil novos casos no Brasil, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA). Silenciosa e de evolução lenta, a doença pode levar até 15 anos para apresentar algum sintoma no indivíduo, a exemplo de fluxo urinário fraco ou interrompido, nictúria (vontade frequente de urinar), sangue na urina ou no sêmen etc.
Considerada uma patologia rara entre jovens, mais comum na terceira idade, o câncer de próstata começa a ser uma ameaça a partir dos 50 anos. No entanto, a etnia e a hereditariedade são fatores de risco que não devem ser desconsiderados. O câncer de próstata é duas vezes mais comum em homens negros americanos. Em relação à genética, se o paciente tem parente de primeiro grau com a doença, como pai e irmão, a possibilidade de desenvolver um tumor é 2 a 10 vezes maior, se comparado com uma pessoa que não tem a doença na família.
Para as pessoas que estão no grupo de risco, a prevenção deve ser ainda mais precoce, a partir dos 45 anos. Já para quem está fora dessa zona, o médico orienta consultas para avaliação a partir dos 50 anos. O câncer de próstata tem cura, desde que seja diagnosticado precocemente, ou esteja somente na próstata. Daí, a razão de se estimular a prevenção através de consultas com o urologista.
Os exames mais realizados para a detecção do câncer de próstata são dosagens de PSA (marcador tumoral), a ultrassonografia e a ressonância da próstata, além do toque retal. Esse último é fundamental, pois o urologista analisa com o tato as características da próstata. Dentre os avanços médicos, destaca-se o tratamento cirúrgico conhecido como Prostatectomia Robótica, que mantém a potência sexual do homem em, aproximadamente, 90%; incontinência urinária próxima a zero e rápido retorno ao trabalho.
Tabu entre os homens, o toque retal não é um procedimento doloroso e nem demorado. O especialista introduz o dedo na região retal para sentir a superfície da próstata e verificar se existe alguma alteração significativa. Com duração de até 10-15 segundos, o processo é rápido e dá informações sobre o volume, sensibilidade, consistência, textura e presença de anormalidades no órgão.
Através do robô Da Vinci SI, que já existe em Salvador, é possível realizar, com ainda mais segurança, cirurgias delicadas e de alta complexidade, inclusive na área urológica. Na prática, o equipamento tem quatro “braços articulados” que realizam movimentos de alta precisão, possibilitando a preservação de estruturas vitais do organismo: um deles possui uma câmera e os demais ficam livres para o manuseio dos instrumentos c médico, que estará no console de comando visualizando imagens em 3D e com alta definição, comandará todo o procedimento, alcançando, através da tecnologia, áreas do corpo humano de difícil acesso.
Frederico Mascarenhas é chefe do setor de Urologia do Hospital São Rafael
Opiniões e conceitos expressos nos artigos são de responsabilidade dos autores