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Cúpula do MP discute afastamento de promotora que fez campanha para Bolsonaro


 

Carmen Eliza Bastos de Carvalho faz parte da investigação do caso Marielle

  • Da Redação

Publicado em 01/11/2019 às 10:07:00
Atualizado em 20/04/2023 às 11:18:04
. Crédito: Reprodução

A cúpula do Ministério Público do Rio de Janeiro se reuniu na noite desta quinta-feira (31) para discutir o possível afastamento da promotora Carmen Eliza Bastos de Carvalho das investigações sobre a morte de Marielle Franco e Anderson Gomes.

De acordo com a TV Globo, o MP recebeu questionamentos sobre a promotora ter feito campanha para o então candidato Jair Bolsonaro, durante as eleições de 2018. Ela também já postou foto com o deputado estadual Rodrigo Amorim (PSL), conhecido por quebrar uma placa com o nome da vereadora Marielle Franco.

Carmen foi uma das três do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) que participaram de uma entrevista coletiva sobre o caso na quarta-feira (30). 

Na ocasião, Carmen Eliza, Letícia Emile e Simone Sibilio afirmaram que o depoimento de um porteiro sobre o que aconteceu horas antes do atentado não condiz com as provas reunidas pelo MPRJ. Especialistas, no entanto, apontam lacunas na perícia.

Postagens No dia da posse de Bolsonaro, em janeiro deste ano, a promotora escreveu que "há anos" não se sentia tão emocionada. Antes, ao celebrar a vitória do então presidente eleito, comemorou que o Brasil teria se livrado do "cativeiro esquerdopata". "Patriotismo. Assim que se constrói uma NAÇÃO! União em prol do Brasil! Família, moral, honestidade, vitória do bem!", anotou.

Na foto com Amorim, a promotora aparece com a Medalha Tiradentes pendurada no pescoço. Ela foi agraciada com a maior honraria do Legislativo fluminense em setembro deste ano, por iniciativa do deputado Delegado Carlos Augusto (PSD). "Sempre tive certeza de que a minha árdua tarefa de vida seria o combate aos criminosos, que acabam com a paz no Rio de Janeiro", disse Carmen na ocasião.