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Da Redação
Publicado em 7 de novembro de 2022 às 13:55
O valor do conjunto dos alimentos que compõem cesta básica aumentou em Salvador e em outras 11 capitais das 17 onde o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) realiza mensalmente a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos.>
Em outubro de 2022, o preço da cesta básica da cidade de Salvador aumentou 0,41% em relação a setembro. A cesta da capital baiana foi a quarta mais barata, com valor de R$ 562,59.>
Em comparação com outubro de 2021, no entanto, a cesta aumentou 15,38%. Na variação acumulada ao longo do ano, a elevação foi de 8,56%.>
Cesta básica X Salário mínimo>
De acordo com a pesquisa, em outubro, o trabalhador de Salvador, remunerado pelo salário mínimo de R$ 1.212,00, precisou trabalhar 102 horas e 07 minutos para adquirir a cesta básica. Em setembro de 2022, o tempo de trabalho necessário foi de 101 horas e 43 minutos, e, em outubro de 2021, de 97 horas e 31 minutos.>
Considerando o salário mínimo líquido, após o desconto de 7,5% da Previdência Social, o mesmo trabalhador precisou comprometer, em outubro de 2022, 50,18% da remuneração para adquirir os produtos da cesta básica, que é suficiente para alimentar um adulto durante um mês. Já em setembro, o percentual comprometido foi de 49,98% e, em outubro de 2021, de 47,92%.>
Aumento nos preços médios>
De setembro para outubro, entre os 12 produtos que compõem a cesta básica, 5 tiveram aumento nos preços médios, na comparação com o mês anterior.>
Veja lista e aumentos:banana (9,25%) tomate (3,78%) carne bovina de primeira (1,93%) arroz agulhinha (0,60%) açúcar cristal (0,46%) Outros 7 produtos apresentaram queda de preço:feijão carioquinha (-6,36%) leite integral (-5,67%) manteiga (-2,46%) café em pó (- 0,69%) farinha de mandioca (-0,62%) óleo de soja (-0,44%) pão francês (-0,14%) No acumulado dos últimos 12 meses, foram registradas elevações em 10 dos 12 produtos da cesta:leite integral (55,24%) café em pó (39,75%) banana (36,60%) pão francês (29,90%) farinha de mandioca (28,74%) manteiga (27,81%) açúcar cristal (19,18%) feijão carioquinha (18,50%) óleo de soja (9,76%) carne bovina de primeira (0,35%) Apenas o arroz agulhinha (-6,03%) e o tomate (-1,06%) acumularam taxa negativa.>
Demais capitais>
Porto Alegre foi a capital onde o conjunto dos alimentos básicos apresentou o maior custo (R$ 768,82), seguida por São Paulo (R$ 762,20), Florianópolis (R$ 753,82), Rio de Janeiro (R$ 736,28) e Campo Grande (R$ 733,65).>
Nas cidades do Norte e Nordeste, onde a composição da cesta é diferente, os maiores valores médios foram registrados em Belém (R$615,22), Natal (R$573,40), Salvador (R$ 562,59), João Pessoa (R$ 559,57) e Recife (R$ 558,40).>
Em 2022, o custo da cesta básica apresentou elevação em todas as cidades, com destaque para as variações acumuladas em Campo Grande (14,39%), Goiânia (13,15%), Porto Alegre (12,58%), Brasília (12,47%) e Curitiba (10,80%). Em Recife, foi observado o menor percentual (4,89%).>
Com base na cesta mais cara, que, em outubro, foi a de Porto Alegre, e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o DIEESE estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário.>
Em outubro de 2022, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 6.458,86, ou 5,33 vezes o mínimo de R$ 1.212,00. Em setembro, o valor necessário era de R$ 6.306,97 e correspondeu a 5,20 vezes o piso 2 mínimo. Em outubro de 2021, o valor do mínimo necessário deveria ter ficado em R$ 5.886,50 ou 5,35 vezes o valor vigente na época, de R$ 1.100,00.>
Em outubro de 2022, o tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica foi de 119 horas e 37 minutos, maior do que o registrado em setembro, de 118 horas e 14 minutos. Em outubro de 2021, a jornada necessária era de 118 horas e 45 minutos>
Quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto de 7,5%, referente à Previdência Social, verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu em média, em outubro de 2022, 58,78% do rendimento para adquirir os produtos alimentícios básicos, mais do que em setembro, quando precisou usar 58,10%. Em outubro de 2021, quando o salário mínimo era de R$ 1.100,00, o percentual ficou em 58,35%.>