Declarações podem tornar Jerônimo primeiro candidato governista de oposição

Por Jairo Costa Júnior

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Publicado em 12 de agosto de 2022 às 05:00

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Do jeito como vem se dirigindo recentemente à imprensa, o petista Jerônimo Rodrigues corre risco de virar o primeiro candidato governista de oposição na história das disputas pelo Palácio de Ondina. Em declaração publicada na última quarta-feira por blogues e portais especializados na cobertura política, boa parte deles irrigada com anúncios do governo da Bahia, Jerônimo garantiu que vai "colocar o pobre no orçamento" do estado. Por tabela, é como se afirmasse que a população baiana de baixa renda ficou fora do planejamento orçamentário do governador Rui Costa (PT), de quem é afilhado político e com quem atuou durante mais de sete anos no comando das secretarias de Desenvolvimento Agrário e de Educação.

Nem precisa de inimigo Na mesma série de fogo amigo, Jerônimo assegurou "atuação rigorosa" contra o crime organizado e prometeu que em sua eventual gestão a bandidagem profissionalizada "não terá espaço na Bahia". Ou seja, disse indiretamente que, com Rui, falta hoje rigor e sobra espaço para as organizações criminosas.

Caroço no angu Partidos da coalizão oposicionista decidiram apurar a real origem e a credibilidade de um levantamento sobre o apoio dos 417 prefeitos do estado na eleição para governador, distribuído a veículos de comunicação na segunda passada. Atribuído a dois pesquisadores - um da Universidade Católica do Salvador (Ucsal), outro da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab) -, o estudo aponta 272 aliados para Jerônimo Rodrigues, 65% do total, e 114 ou 27% para o candidato da União Brasil, ACM Neto. A primeira sigla a desconfiar do balanço foi o PP, para quem a soma dos prefeitos pepistas na pesquisa nem de longe bate com a conta da legenda, realizada com base nos anúncios já formalizados.

Pontas atadas Além das divergências numéricas e da fragilidade na metodologia do levantamento, buscas em perfis nas redes e notícias na internet sem especificar o intervalo de data, as suspeitas de conteúdo feito sob encomenda para o PT ficaram mais fortes após outra descoberta. No caso, a fonte responsável por enviar o material a jornalistas e órgãos da imprensa. Em vez dos pesquisadores ou das respectivas instituições, o disparo foi feito a partir da assessoria da campanha petista.

Pá de cal Virou pó o acordo entre o deputado federal Abílio Santana (PSC) e o vereador Joceval Rodrigues (Cidadania) para a dobradinha na sucessão. A princípio, Abílio desistiria de tentar a reeleição, apoiaria Joceval para federal e concorreria a estadual com a ajuda do parceiro. Para coroar o acerto, Abílio se licenciou do mandato, deixando que o vereador, primeiro suplente, assumisse seu lugar no Congresso.

Ordem de cima Perto do prazo para registro de candidaturas, a dupla foi desfeita. Abílio retomou o lugar em Brasília e entrou no páreo para renovar o mandato. Joceval voltou à Câmara de Vereadores, mas segue na briga para federal. Parlamentares próximos a ambos dizem que "forças ocultas" externas derrubaram a parceria.  Parei um pouquinho e fui ver fotos da visita que fizemos a Macururé, Abaré, Rodelas e Glória pra ouvir as pessoas. E como eu já gosto de um chamego, aproveitei pra receber carinho ACM Neto, candidato da União Brasil a governador, ao postar no Twitter imagens onde aparece abraçado com apoiadores no périplo feito ontem pelo interior