Defesa de médico critica pedido de prisão e diz que pessoas viram Sattia pular de prédio

Advogado acredita que decisão judicial foi tomada para dar uma resposta à sociedade

Publicado em 10 de agosto de 2021 às 14:25

- Atualizado há um ano

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O advogado de defesa de Rodolfo Cordeiro Lucas, Gamil Föppel, criticou a decisão do Ministério Público da Bahia (MP/BA), de pedir a prisão preventiva dele. Por meio de nota, a medida foi classificada como "ultrajante" e "vazia". O médico é acusado de empurrar a ex-namorada, Sattia Lorena, da janela do apartamento onde moravam, no bairro de Armação.

"A denúncia e o pedido de prisão feitos pelo MP em relação a Rodolfo Lucas são vazios tecnicamente e não contêm um único elemento que possa justificar os seus processamentos", diz trecho do documento divulgado por Föppel.

Segundo o advogado, o pedido da prisão preventiva surge com o objetivo de gerar uma “tranquilidade social”, já que o caso ganhou grande repercussão na mídia e ficou conhecido diante do público.

"A sociedade não precisa de respostas que violem, escancaradamente, as suas próprias garantias individuais. A sociedade não precisa que um inocente seja preso (novamente) para que apenas depois ele possa cobrar o preço de ter sido encarcerado injustamente", diz a nota.

No documento, a defesa destaca ainda que a decisão judicial ignora pontos importantes do processo, como o relato das testemunhas que presenciaram o crime, que teriam afirmado que Sattia pulou da janela do quinto andar espontaneamente. Além disso, Gamil Föppel cita o Laudo de Engenharia da Polícia Civil da Bahia, que indica que a médica foi a responsável pela própria queda, além do Laudo de Perito Médico da Polícia da Bahia, que aponta que a ex-namorada de Rodolfo estava dopada por entorpecentes na hora da queda.

"Se tudo isso fosse mentira, por que o Ministério Público não investiga essas (inocorrentes) falsidades? A quem interessa calar a verdade? Todas essas provas técnicas não foram apreciadas pelo Promotor de Justiça, que, verdadeiramente, age como quem está arrebatado pela quarta versão de Sattia", criticou o escritorio de advocacia.

Por fim, os advogados do médico disseram que a decisão judicial é "precária, baseada, unicamente, no despautério acusatório", e acrescentou que "apresentada a defesa, o seu recebimento certamente será revisto pela autoridade judicial, por ser de Justiça, a partir da demonstração da precariedade e franciscana pobreza técnica da acusação. Rodolfo Lucas, certamente, continuará se defendendo dos excessos do estado". 

O posicionamento da defesa ocorre após a denúncia contra Rodolfo, apresentada pelo MP/BA, ser recebida pelo juiz Vilebaldo José Pereira, na sexta-feira (6).

Com isso, Rodolfo deixa de ser suspeito do crime e passa a ser réu do processo em que é acusado de cometer o crime de feminicídio na modalidade tentada. O pedido de prisão preventiva apresentado pelo promotor de Justiça Davi Gallo na última quarta (4) ainda não foi avaliado.