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Da Redação
Publicado em 14 de maio de 2019 às 22:35
- Atualizado há 2 anos
A defesa de Luis Felipe Manvailer, acusado de matar a mulher, Tatiane Spitzner, no Paraná, pediu na segunda-feira (13) que ele não vá a júri popular. Os advogados ainda pediram que o réu seja absolvido das acusações de fraude processual e cárcere privado. Também foi pedido que a Justiça afaste do caso as qualificadoras motivo fútil, meio cruel, dificultar defesa da vítima e feminicídio da acusação de homicídio. As informações são do G1.>
Os pedidos fazem parte das alegações finais da defesa. O Ministério Público pediu que Manvailer vá a júri popular. Agora, a Justiça irá tomar a decisão.>
Ele é réu por homicídio qualificado, cárcere privado e fraude processual. Tatiane morreu em julho do ano passado em Guarapuava, cidade paranaense.>
O Ministério Público diz que Manvailer matou a mulher esganada. Depois, ele a jogou da sacada do prédio onde os dois moravam, simulando um suicídio. O corpo foi levado de volta para o apartamento pelo próprio suspeito. >
A defesa, por sua vez, sustenta que Tatiane tirou a própria vida. Alegam os advogados que Manvailer teria que ter "a força de um guindaste" para conseguir jogar o corpo da esposa pela sacada do apartamento. Também dizem que como o corpo caiu a quase quatro metros de distância do parapeito, é possível perceber que houve um "impulso típico de suicídio".>
Outro argumento dos defensores é que testemunhas apresentaram versões diferentes em juízo em relação ao que falaram na delegacia na época - as versões da fase do inquérito policial reforçam que houve suicídio, dizem. >
Fraude e cárcere A defesa diz também que não houve fraude processual ou cárcere privado. O MP acusa Manvailer de alterar a cena do crime e também de usar a força para impedir que Tatiane se afastasse dele, caracterizando os dois crimes. Os advogados dizem que Manvailer recolheu o corpo da calçada para não deixá-lo "exposto ao relento", não com intenção de remover provas. >
"O mesmo se diga com relação à limpeza dos vestígios de sangue do elevador: sua intenção não foi a de burlar a investigação, mas sim a de evitar que outros moradores não se sobressaltassem ao se deparar com sangue na área comum de circulação dos condôminos", alega o documento da defesa.>
Os advogados também rebatem que houve cárcere privado afirmando que as imagens mostram que "a vítima teve diversas oportunidades para, se quisesse, ter se evadido do local, só não o fazendo por vontade deliberação de sua própria vontade".>
Relembre A advogada Tatiane Spitzner foi achada morta em 22 de julho do ano passado, no apartamento em que morava com o marido. Naquela madrugada, a Polícia Militar recebeu um alerta de que uma mulher tinha pulado ou caído na calçada. Quando os PMs chegaram, não encontraram mais o corpo e testemunhas contaram que um homem o levou para dentro do prédio. Foi quando Tatiane foi achada já sem vida.>
Imagens de segurança mostram quando Manvailer agrediu Tatiane na garagem e também no elevador do prédio. Depois, ele aparece subindo o elevador com a mulher no colo. Em outra imagem, ele limpa os vestígios de sangue. >
O suspeito fugiu no dia do crime, mas foi preso horas depois ao se envolver em um acidente na BR-277, no oeste do Paraná, com o carro da vítima. Ele sempre negou ter matado Tatiane, alegando que a esposa pulou da janela durante a briga do casal. Ele disse que bateu o carro porque não conseguia tirar a imagem do suicídio de Tatiane da mente. Para a polícia, Manvailer buscava fugir para o Paraguai quando sofreu o acidente e foi preso.>