Deixe os meninos jogarem, Petrovic

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  • Ivan Dias Marques

Publicado em 16 de julho de 2019 às 05:00

- Atualizado há um ano

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O técnico Aleksandar Petrovic defendeu que a convocação da seleção masculina de basquete conta com uma mescla importante de três gerações diferentes. Até concordo, mas creio que era necessário dar um passo à frente já neste Mundial.  É fato que o Brasil terá um grupo bastante difícil pela frente, com chances reduzidas de classificação. A Grécia está muito à frente, Montenegro num nível superior e a Nova Zelândia na mesma situação da seleção, talvez um pouco abaixo. Quiçá, fosse esse o momento de dar rodagem a mais garotos. Varejão e Leandrinho, por exemplo, mesmo com toda a bela e importante carreira que possuem, já não conseguem fazer tanta diferença no basquete nacional. Além de Varejão e Leandrinho, ambos com 36 anos, a convocação tem Marcelinho Huertas, também com 36; Marquinhos, com 35; e Alex, com 39. Desses, quem menos tem sentido o peso da idade é Huertas, ainda atuando em bom nível na Espanha. A posição de armador também favorece, principalmente ofensivamente, já que depende menos da explosão física. Por outro lado, a convocação conta com três jogadores que, aparentemente, serão o futuro próximo da seleção. Já merecem ser o presente, mas não sei se terão tanto espaço com essa quantidade de jogadores acima dos 35 anos convocada. Bruno Caboclo,  23 anos, Didi Louzada,  20, e Yago, também de 20, já merecem ser os condutores da seleção.  Caboclo vem de ótima temporada no Memphis Grizzlies. Finalmente, chegou à maturidade e ao que se esperava - ao menos, por enquanto, já que pode crescer muito - quando ele foi draftado pelo Toronto Raptors, em 2014, com 19 anos. Caboclo, agora no Memphis Grizzlies, se tornou um belo defensor e tem abusado da potência física (ainda em desenvolvimento) para se impor no garrafão. Chegou como experiência para o time de Memphis, mas, com bons números e atuações, ganhou um contrato de dois anos.  Didi, draftado pelo Pelicans neste ano, irá jogar na liga australiana, com nível bem maior que o NBB, mas mostra, na Summer League, bom nível de defesa e ataque, sendo já considerado uma ‘steal’ (termo em inglês para designar um jogador draftado numa posição abaixo do que deveria) do Pelicans. Obviamente que uma melhoria na língua vai fazer ele conseguir se desenvolver mais, mas penso que, talvez, um acompanhamento mais de perto da equipe, colocando-o na D-League, seria mais proveitoso.  Yago também tentou o draft, mas não chamou a atenção de nenhum time da NBA a ponto de ser escolhido. De qualquer forma, vem sendo chamado para seleção há algum tempo e me parece mais encaminhado a ser o futuro da equipe do que os outros. No entanto, com Huertas e Rafael Luz no elenco do Mundial, pode ter seu desenvolvimento atrapalhado, ainda que possa aprender com os dois armadores mais experientes. Infelizmente, o insucesso em se classificar para um modesto Pan-Americano também irá atrapalhar o desenvolvimento da seleção adulta, além de todos os problemas pelos quais o basquete brasileiro passou e ainda passa após gestões horríveis na Confederação Brasileira de Basketball. 

Ivan Dias Marques é subeditor de Esporte e escreve às terças-feiras