Deixe sua marca: Confira como será o futuro do mercado de trabalho visto pelo Linkedin

Diretora de soluções de talentos para o LinkedIn Brasil, Ana Claudia Plihal, destaca a marca pessoal e a sinergia com a cultura da empresa como os grandes diferenciais

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  • Priscila Natividade

Publicado em 29 de julho de 2019 às 07:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Divulgação

“Os candidatos que tiverem sinergia com os valores e cultura da empresa, além de ter uma marca pessoal forte, serão os mais propensos a conquistar uma oportunidade”. A afirmação  é da  diretora de soluções de talentos para o LinkedIn Brasil, Ana Claudia Plihal. Para ela, as habilidades interpessoais serão cada vez mais determinantes no futuro. 

Em entrevista ao CORREIO, a executiva da maior rede social profissional do mundo destaca ainda dados da última pesquisa feita pelo LinkedIn, que analisou o futuro do trabalho. O estudo foi desenvolvido com a consultoria de tendências WGSN e mostra o impacto do ativismo e das experiências como características mais que agregadoras ao currículo desse novo profissional.  

“Vivemos em uma época em que as pessoas falam por meio de emojis e escrevem com símbolos. Isso, junto à onipresença de dispositivos móveis, traz uma verdadeira ‘Era do Ativismo’, na qual as pessoas se concentram com facilidade em torno de interesses comuns”, analisa.

Por isso, a mão de obra do futuro será marcada por duas palavras-chave: experimentação e empatia. “Em vez de sermos apegados a uma carreira, nos sentiremos cada vez mais à vontade para estar em vários lugares diferentes ou  testar novos modelos”.

Em relação a empatia, as gerações Z e Alpha (que ainda nem está no mercado de trabalho) determinarão que os valores morais influenciarão muito mais as suas decisões profissionais. “Por conta disso, não será possível ‘passar por cima’ de valores”, acrescenta Ana Cláudia. Confira a seguir mais detalhes sobre essas mudanças.

O que o mercado de trabalho reserva para o profissional no futuro?  

O mercado de trabalho não procura mais apenas profissionais qualificados tecnicamente, mas também que possuam competências interpessoais (as chamadas “soft skills”). Um estudo global do LinkedIn feito com mais de 5 mil recrutadores mostra que as soft skills importam tanto ou mais que as competências técnicas para os recrutadores, pelo menos para 92% dos entrevistados. Sendo assim, qualidades técnicas e comportamentais deverão sempre andar juntas e serão consideradas interdependentes.

O que irá se tornar determinante para se manter em um emprego ou conquistar uma vaga? 

Sem dúvida, uma marca pessoal forte. A marca pessoal é o que você constrói como profissional, não só com suas experiências, certificados e conquistas, mas, principalmente, como você se posiciona sobre assuntos da sua área, faz networking e é referência na área que atua.No LinkedIn, a marca pessoal pode ser construída, por exemplo, com o compartilhamento de  conteúdos e a conexão com outros profissionais da sua área.Muito se fala em tecnologia, em novas profissões que irão surgir e outras que devem deixar de existir. O que você destaca enquanto tendência? 

Profissões com alta capacidade para automatização são de fato, as primeiras que poderão deixar de existir. Aqui no Brasil, por exemplo, já observamos a extinção gradual de posições como o cobrador de ônibus, de atendimento em agências bancárias e determinados serviços com atendimento ao público. No entanto, nada disso é regra e acontece do dia para a noite.Vale frisar que os profissionais que se adaptam às novas circunstâncias e veem a oportunidade nessas mudanças são os que têm mais chances de prosperar. A adaptabilidade será fundamental nesse novo cenário.Já passamos por uma era manufaturada, que exigia a produção em série. Depois veio a era da informação. Qual será o modelo do mercado de trabalho dos próximos anos?  

No final do ano passado, divulgamos a lista dos 33 cargos mais recrutados em 2018. O engenheiro de DevOps (que trabalha com desenvolvimento e operação de software) está em primeiro lugar na lista, seguido pelo executivo de contas corporativas e engenheiro front-end (que trabalha com a arquitetura inicial de um software).O estudo, em suma, nos mostra que as novas profissões ligadas a software e dados também serão recrutadas por indústrias que não a de tecnologia para trazer mais capacidade analítica e independência ao negócio.Que  inovações que já podem ser vistas hoje dão início a esse modelo? 

Vimos também no nosso estudo  que, para atender às necessidades da geração que ainda não está no mercado, algumas escolas e startups de educação já estão adotando novas maneiras de preparar estudantes para tecnologias que ainda precisam ser inventadas.Para viabilizar isso, o currículo escolar está incluindo ferramentas e metodologias pouco ortodoxas, como gamification e design thinking, que devem se tornar conceitos permanentes na grade das escolas.  Coerentemente com o que o mercado de trabalho tem exigido, a criatividade e a colaboração, duas grandes competências interpessoais, se tornam fundamentais para serem desenvolvidas desde o ensino fundamental. Modelos de aprendizagem estão  substituindo os exames tradicionais por vivência e experimentação. Tudo isso são estratégias inovadoras. 

QUEM É

Ana Claudia Plihal  é a diretora de soluções de talentos para o LinkedIn Brasil. Tem passagens  por empresas como Microsoft, Cisco, Oracle e Schneider, onde sempre atuou na promoção das mulheres no mercado corporativo. É também representante executiva do Women at LinkedIn.