Depois da Pandemia, a Infodemia

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  • Hugo Brito

Publicado em 3 de junho de 2021 às 11:08

- Atualizado há um ano

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O termo Infodemia foi criado em 2003, por ocasião da epidemia do SARS. O criador foi o jornalista e cientista político David Rothkopf, que falou sobre o tema em sua coluna no Washington Post. A Infodemia é a avalanche de informações, infelizmente muitas vezes falsas, que invadem o mundo quando algum fato relevante acontece. Com a atual epidemia e com o mundo altamente conectado, não poderia ser diferente. Na frente dos computadores e com os smartphones em punho o dia inteiro, a avalanche de informações gerou, em vez de um mundo informado e atento aos fatos, um planeta sobrecarregado e muitas vezes incapaz de separar a verdade da mentira. Um pesquisa da empresa de segurança cibernética Kaspersky mostrou que 78% dos brasileiros sentem-se saturados de informações. O consumo de notícias por aqui, ainda segundo a pesquisa, aumentou em 51%. 

Especialistas de WhatsApp

Quem nunca foi impactado por uma notícia que chegou por algum grupo, que atire a primeira pedra. E com a pandemia então, o que apareceu de gente especializada em medicina é algo impressionante, e que tem trazido efeitos para a vida real, seja por amizades ameaçadas ou relacionamentos desgastados. Em uma esfera mais perigosa, a enxurrada de informações causa confusões que podem trazer resultados ainda piores. Vejamos por exemplo a CPI que atualmente acontece em Brasília. Basta algumas horas em frente à tv para assistir ao desfile de políticos que, de repente, se tornaram especialistas em medicina, logística e comportamento humano, citando estudos e definições com um assustador nível de certeza. É aquela discussão no grupo de amigos, transportada para um local onde ela jamais deveria ter chegado. 

Como escapar?

Os especialistas que fizeram a pesquisa da Kaspersky indicam que para se livrar da sensação de angústia, causada pela inundação de informações e pela sobrecarga mental gerada por ela, dar uma desligada, fazer uma pausa, algo que desconecte, é fundamental . Mas com não dá para viver desconectado, o que faço e sugiro sempre aos meus amigos e familiares, é seguir a cartilha do jornalismo, que aliás é execrado constantemente por esses “Especialistas” formados pelos grupos de WhatsApp.

A primeira e mais importante dica é desconfiar sempre. No mundo digital seria evitar ser um clicador compulsivo, aquele que entre uma xícara de café e outra, encaminha algo que leu rapidamente para dezenas de pessoas. Cinco segundos de respiração e uma checagem rápida em quem escreveu, na empresa ou universidade que se diz ter vindo, etc, evita passar textos atribuídos a alguém ou até vídeos alterados por Deep Fake, algo cada vez mais difícil de se descobrir sem análises técnicas. Se foi um texto ou vídeo atribuído a uma pessoa famosa então, é preciso ficar ainda mais atento pois algo dito por quem é conhecido, tem um poder destrutivo ainda maior. Buscar a opinião de alguém que entende do assunto, mesmo que seja pesquisando na internet, também ajuda. Sei que dá trabalho mas, assim como os cuidados para não se contaminar ou contaminar alguém com o coronavírus, acredito que devemos agir com cautela em relação a informações que podem, em alguns casos, até causar mais estrago.

Se quiser dar uma conferida no estudo da Kaspersky sobre os impactos da Infodemia acesse o link.