Destaque contra o Santos, David faz 22 anos e celebra evolução

Melhor jogador em campo no Pacaembu, atacante comemora boa fase e fala sobre a pressão sentida pelo Vitória quando atua dentro do Barradão

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  • Fernanda Varela

Publicado em 17 de outubro de 2017 às 21:34

- Atualizado há um ano

. Crédito: Mauricia da Matta/ECVitória/Divulgação

Ele foi o melhor em campo no empate por 2x2 com o Santos, na segunda (16). No Pacaembu, o menino, que estava prestes a completar 22 anos, mostrou maturidade de homem. Correu, distribuiu passes de qualidade, cruzou. Deu um drible seco em Vanderlei, um dos melhores e menos vazados goleiros do Brasileirão, e mandou a bola no fundo do gol. Prazer, David.

O atacante do Vitória tem talento, mas também consciência de que precisa oscilar menos em campo. Nesta terça (17), após viver seu dia de glória na véspera, o camisa 27 comemorou mais um ano de vida.

Eram 9h quando David, ainda dentro do ônibus, a caminho do aeroporto de Congonhas, em São Paulo, atendeu o celular. Lembrou dos lances do jogo, admitiu que sofre com as críticas de parte da torcida e que a celebração do aniversário não seria tão empolgante nas primeiras horas do dia.   “Ô, obrigado pelos parabéns. Ainda bem que deu tudo certo ontem (segunda-feira). Comemoração? Bom, quando chegar em Salvador, eu vou no DM (departamento médico). Não vai ser tão animado, é regenerativo. Vou ficar de boa mesmo. Vou ver alguns amigos que estão chegando em Salvador, ver minha família, mas tudo bem. Estou acostumado já”, iniciou David. “Estou feliz demais por ter feito esse gol, ainda mais sendo na véspera do meu aniversário. Foi bom também porque no jogo anterior, contra o Sport, eu tinha completado 100 jogos pelo Vitória e, na minha opinião, fui muito abaixo do que eu posso ser, sabe? Então, nesse jogo contra o Santos me cobrei bastante e prometi para mim mesmo que ia ser melhor, que ia participar mais, chutar mais no gol”, lembra.   David estava feliz. A voz entregava um pouco de sono, mas a empolgação veio rapidamente ao lembrar do gol que fez no Pacaembu. “Na frente do gol tem que ter frieza, calma. Eu vi Vanderlei saindo ali e percebi que, se eu chutasse, a bola ia bater nele. Então, optei por cortar ele e consegui. Foi bom demais. Este ano está sendo diferente para mim. Estou tendo muita oportunidade, fazendo gols. Está sendo o mais especial até agora”, admite ele, que chegou à Toca do Leão em 2013 e estreou como titular dois anos depois. Na temporada, David soma nove gols e dez assistências.  Amadurecimento Assim como outros jogadores saídos da base, David é alvo constante de críticas por parte da torcida rubro-negra. Antes, as palavras tinham mais força e deixavam o garoto abatido. Agora, o capixaba nascido em Vitória aprendeu a lidar melhor com a pressão e se diz até compreensivo.

“Existe uma pressão enorme quando jogamos dentro de casa. Não só comigo, mas com o time todo. Tem um pouco mais com os garotos da base. Claro que a torcida também apoia muito, mas tem pressão. Isso, hoje, não influencia tanto no nosso jogo. Acho que existe mais uma questão psicológica nossa. Isso vai passar. Espero que quinta (19) isso passe”, comenta, referindo-se ao jogo contra o Atlético-PR, às 19h, no Barradão.

“Eu juro que entendo as vaias. Se o torcedor cobra tanto de mim, é porque sabe que eu posso dar mais. Claro, tem uns que pegam pesado. É muito chato isso, mas eu já acostumei também. Paciência”.