Dia Mundial do Doador de Sangue: Hemoba promove ações para incentivar doações

Apesar do aumento em relação a 2020, situação dos estoques ainda é crítica

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  • Luana Lisboa

Publicado em 14 de junho de 2021 às 20:25

- Atualizado há um ano

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. por Paula Fróes/Correio

Daniela Cruz tem 47 anos e há 20 é doadora de sangue e de medula óssea. A cada 3 meses, a assistente social tenta aparecer em um banco de sangue, apesar de ter reduzido as visitas durante a pandemia. Mas como estava em Salvador nesta segunda-feira (14), Dia Mundial do Doador, quis dar um pulo na Fundação de Hematologia e Hemoterapia do Estado da Bahia (Hemoba), de onde saiu com um saldo de quatro vidas salvas a mais em 20 minutos (tempo que dura a doação).

Ela e cerca de outras 150 pessoas, média diária de doadores na capital baiana, fizeram parte das ações do Hemoba em comemoração à data, que contou com uma apresentação do cantor e sanfoneiro Cicinho de Assis, acompanhado de sua filha, Julie de Assis, ex-The Voice Kids, na sede do local, na Avenida Vasco da Gama. O cerimonial foi realizado pelo artista Edd Bala, que introduziu uma apresentação de cordéis dos estudantes do ensino médio do Colégio Nossa Senhora das Mercês. Os cantores Junior Machado e Adelmário Coelho também compareceram. [[galeria]] Para chamar a atenção para o Junho Vermelho, o ônibus de coleta da Hemoba ficará no Hospital Universitário Professor Edgard Santos (Hupes), no bairro do Canela de terça-feira (15) até sexta-feira (18). 

Segundo dados do instituto, apesar de um aumento de 21% nos candidatos à doação nos primeiros cinco meses do ano, em relação ao ano de 2020, a situação dos bancos de sangue em toda a Bahia ainda é crítica. Em Salvador, foram 20.082 candidatos e 15.074 bolsas de sangue entre janeiro e maio de 2020. Considerando os mesmos meses de 2021, foram 22.454 candidatos à doação e um total de 16.152 bolsas.

Nas unidades do interior do estado, também houve aumento na quantidade de candidatos e doadores, apesar de ter sido menos significativo. Os dados representam aumento de 5% dos candidatos à doação em 2021, em relação ao ano anterior, com 32.522 candidatos em 2020 e 33.991 candidatos em 2021.“O ano de 2020 tinha representado uma diminuição de 10% nos doadores em relação a 2019. Então, em 2021, estamos recuperando as doações a passos lentos. Lembrando que a realidade dos bancos de sangue ainda é crítica, com a grande rotatividade dos sangue A+ e O+, os mais comuns e mais requisitados. Em 2021, como as pessoas voltaram à normalidade, também estão acontecendo mais acidentes do que em 2020, então mais pessoas estão precisando de sangue”, afirma o diretor-geral da Hemoba, Fernando Araújo.Ele também explica que, nos anos anteriores, a maior preocupação quanto ao estado crítico nos bancos de sangue eram os momentos festivos, como Carnaval e São João, devido a uma possível maior demanda, graças aos turistas. A preocupação agora é em conseguir atender a todos os baianos.

Uma das pessoas que reduziram a frequência ao local de doação foi Felipe Rodrigues. Desde os 18 anos, ele doa sangue para comemorar seu aniversário. Hoje, aos 29, ele doa plaquetas, exclusivamente. “Minha esposa ficou grávida, e com o nascimento do meu filho, eu esperei ele ter 6 meses para sair de casa. Mas já voltei a doar, porque sei que muitas pessoas precisam disso e não é um sacrifício para mim. É algo que qualquer pessoa pode e deve fazer”, relata.

Já o cantor Cicinho, que fez parte das atrações no Hemoba, não doou, mas levou sua filha Julie para doar. “Foi a primeira vez que fui convidado para essa ação do Hemoba e, para mim, valeu muito a pena. É bom contribuir para uma causa tão bonita com minha música, uma troca em que todos saem ganhando”, aponta.

Quem pode doar Para doar sangue, o voluntário deve estar em boas condições de saúde, sem sintomas virais, pesar mais de 50 quilos, estar bem alimentado, ter dormido pelo menos 6h, não ter ingerido bebida alcoólica nas últimas 12h, não fumar por, pelo menos, duas horas, e ter entre 16 e 69 anos incompletos. No local, é obrigatório o uso de máscara. Menores de 18 anos precisam estar acompanhados de um responsável legal e apresentar documento original com foto, emitido por órgão oficial e válido em todo o território nacional.   

Pessoas que se vacinaram contra a covid-19 com a vacina da Coronavac poderão doar sangue após 48 horas. No caso do imunizante da AstraZeneca e da Pfizer, as pessoas podem doar após sete dias da vacinação. Durante a pandemia, a recomendação é de que pessoas com mais de 60 anos permaneçam em casa.