Disfunção erétil e covid-19

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  • Da Redação

Publicado em 5 de agosto de 2021 às 05:51

- Atualizado há um ano

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A dificuldade para manter uma ereção foi adicionada à lista de possíveis sequelas da Covid-19. Segundo especialistas, o distúrbio pode acontecer como consequência da ação direta do vírus nos vasos sanguíneos (responsáveis pelo evento final que leva à ereção peniana) ou, indiretamente, através da ansiedade e depressão que a doença deixa para trás quando o evento é muito traumático – longas internações e dificuldades para a recuperação da saúde.

Os especialistas vêm hoje a covid-19 como uma doença multissistêmica, com consequências nos mais variados órgãos e sistemas que podem durar após a infecção aguda (covid longa). Um estudo publicado na conceituada revista médica The Lancet, com quase 4 mil indivíduos que tiveram Covid-19, identificou mais de 200 sintomas da chamada Covid longa, que permanece após a infecção aguda.

Ainda em 2020 um grupo de cientistas alertou para a possibilidade de que algumas pessoas poderiam sofrer, em algum nível, perda de função sexual, especialmente pelo potencial de dano ao endotélio (tecido que reveste internamento os vasos sanguíneos, responsáveis por intumescer o pênis nos momentos que precedem a ereção). Ainda faltam estudos para tornar os mecanismos totalmente elucidados, e mais pesquisas são necessárias.

Em maio deste ano, um grupo de pesquisadores da Escola Miller de Medicina, ligada à Universidade de Miami, nos EUA, mostrou que o Sars-Cov-2 pode ser encontrado no pênis mesmo após a doença. Na revista científica The World Journal of Men´s Health, os cientistas afirmam que os danos causados pela Covid-19 nas células endoteliais podem contribuir para a disfunção erétil. Não se pode, contudo, perder de vista outros fatores que podem, em maior ou menor grau, contribuir para a falha da ereção no pós-covid: alteração no olfato (ligado aos estímulos sexuais) e a insegurança com a condição física ainda debilitada e que pode comprometer a performance sexual.

A boa notícia é que o distúrbio parece ser transitório, e o tratamento com remédios para ereção, como sildenafila e outros, tem dado bons resultados. Para alguns pacientes, contudo, o tratamento deve incluir hormônios e acompanhamento de outros especialistas, como psicólogos, nutricionistas e educadores físicos. Se a condição é detectada, um endocrinologista e um urologista devem ser procurados o quanto antes, pois postergar o tratamento pode tornar cada vez mais difícil a busca por uma solução.

Nathale Prates é  médica Endocrinologista