Diversidade é condição para inovação, defendem líderes

Brenda Costa, Sil Bahia e Ka Menezes usam tecnologia para conectar e capacitar pessoas

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  • Naiana Ribeiro

Publicado em 8 de novembro de 2018 às 05:20

- Atualizado há um ano

. Crédito: Arisson Marinho/CORREIO

O que diversidade e igualdade de gêneros têm a ver com inovação? Essa foi a principal questão do painel Tecnologia, Impacto Social e Diversidade, que levou três líderes mulheres 'arretadas' ao seminário Humanize[se], evento de encerramento do Fórum Agenda Bahia 2018, nesta quarta-feira, 07.

Brenda Costa, Sil Bahia e Ka Menezes usam a tecnologia como ferramenta para conectar e capacitar pessoas e comunidades, promovendo a inclusão. Na ocasião, elas apresentaram seus projetos e defenderam que a presença de diferentes pessoas em qualquer projeto é pré-requisito para a inovação. Ka, Sil e Brenda (Foto: Naiana Ribeiro/CORREIO) “As tecnologias não estão só nos computadores e telas. São as soluções para os problemas. É arte, audiovisual, fotografia, ciência, é uma política de mundo. Sendo assim, não dá para excluir as pessoas disso. A gente tem que estar junto para mudar, inovar e evoluir”, disse Sil Bahia, diretora do Olabi MakerSpace, organização social que trabalha para democratizar a produção de tecnologia. 

Coordenadora do Pretalab, grupo de pesquisa sobre a necessidade de incluir negras na inovação e na tecnologia, Sil ressaltou que, embora não pareça, as inteligências artificiais trazem a visão de quem as cria: “Nenhuma tecnologia é neutra. A diversidade pode enriquecer ainda mais o mundo”.

A idealizadora do Projeto Crianças Hackers, Ka Menezes, pontuou que “as nossas nuances vivem nessa diferença”. “A diversidade é a relidade. Tê-la em qualquer lugar - seja na tecnologia, nas artes ou na educação - não é obrigação. É direito”. 

Para a pedagoga, o campo da ciência  foge da realidade a partir do momento que é formado majoritariamente por homens brancos. “Quando falamos em diversidade, temos que pensar nos privilégios e nas minorias políticas, que muitas vezes não são representadas nas soluções”. 

Em sua fala, Ka também citou o estigma da palavra ‘hacker’ e disse que essa pessoa é alguém que, por natureza, resolve problemas de forma criativa. “Todo mundo  precisa de um hacker hoje”, afirmou. A cultura hacker, explicou ela, é caracterizada pela abertura e compartilhamento não apenas do conhecimento, como também da criatividade e da liberdade para idealizar novos objetos através de um processo de descoberta lúdica.

E é justamente simplificando as linguagens e trazendo uma certa ludicidade que a estudante de sistemas de informação Brenda Costa já conseguiu impactar mais de cem jovens com o OxenTI Menina!, projeto que busca inserir mulheres da periferia na ciência, tecnologia e empreendedorismo. “Vivências diferentes trazem soluções melhores. Enquanto houver tantos tipos de desigualdades atingindo pessoas pelo simples fato de serem mulheres, é necessário olhar com atenção para elas. As meninas têm que se sentir representadas”, destacou.

Além de iniciativas de impacto social como essas e do combate a preconceitos como machismo e racismo, Sil citou outras soluções para diversificar o ramo: “Contratando, formando, comunicando, criando políticas públicas, ampliando o acesso, etc”.

O Fórum Agenda Bahia 2018 é uma realização do jornal CORREIO, com patrocínio da Braskem, Sotero Ambiental e Oi, apoio institucional da Prefeitura Municipal de Salvador, Consulado-Geral dos EUA no Rio de Janeiro, Federação das Indústrias da Bahia (Fieb) e Rede Bahia; e apoio do Sebrae e da VINCI Airports.