Douglas Augusto, Ramires e o cobertor curto

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  • Da Redação

Publicado em 3 de julho de 2019 às 05:00

- Atualizado há um ano

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O Bahia está a uma semana da partida mais importante do ano, contra o Grêmio, pelas quartas de final da Copa do Brasil, e o técnico Roger Machado tem a difícil missão de encontrar uma solução para suprir a ausência de Douglas Augusto, vendido pelo Corinthians ao PAOK, da Grécia. Com base nos treinamentos realizados desde que a equipe voltou do recesso, o substituto já foi escolhido: o meia Eric Ramires.

Não tenha dúvida, torcedor tricolor: Douglas fará muita falta. O jogador se encaixou como uma luva no esquema 4-3-3 de Roger, contando com três volantes de grande poder de marcação e razoável qualidade na saída de bola. A ideia inicial do treinador era utilizá-lo inicialmente nos jogos fora de casa, mas a estratégia deu tão certo que se consolidou como padrão da equipe. Jogando assim, o tricolor passou pelo São Paulo nas oitavas de final e superou adversários difíceis no Brasileirão, como o próprio Grêmio.

Com o trio de volantes, o Bahia optou por ter menos a bola para apostar nos contra-ataques. O torcedor brasileiro, que se acostumou com a plasticidade dos seus jogadores ao longo das décadas, não é afeito a esse tipo de jogo, só que, bem executado, ele se mostra eficiente. O tricolor mostrou isso em pouco tempo, e o volante que estava em Salvador emprestado pelo Timão era peça fundamental dessa engrenagem, porque impõe um jogo físico muito forte, rouba bolas e tem bom passe para acionar os três homens de frente, Élber, Artur e Gilberto.

Com Ramires, por mais que se mantenha o esquema, a característica do time será diferente. Sabe aquela história do cobertor curto? O Bahia terá menor poder de marcação, porém mais recursos para chegar na frente.

É preciso explicar que a presença de Ramires não torna a equipe frágil defensivamente. O jogador formado no Fazendão tem características que agradam a Roger: pressiona o adversário assim que o time perde a bola, recompõe muito rápido para ajudar o sistema defensivo e é obediente taticamente. Só que é frágil fisicamente, o que faz com que ele tenha dificuldade no embate corporal com o adversário. Com sua recomposição rápida, ele retarda o ataque da equipe rival, mas dificilmente recupera a bola.

Eric Ramires surgiu como um meteoro, com qualidade e maturidade que despertaram o interesse de clubes do Brasil e da Europa. A tomada de decisão se mostrou um diferencial do jovem jogador: ele acertava mais do que errava. O ano de 2019 tem sido difícil para ele. Além da oscilação natural que se espera de um jovem de 18 anos, o meia não teve férias, já que se juntou à seleção brasileira sub-20 para a disputa do Sul-Americano da categoria. Após o recesso de dez dias graças à Copa América disputada no Brasil, a esperança é de que ele volte com fôlego renovado.

Será improvável, mas não impossível que Roger mude de ideia e escale Flávio para jogar ao lado de Gregore e Elton contra o Grêmio, afinal, o volante não se impõe fisicamente como Douglas Augusto nem tem a qualidade ofensiva de Ramires. Para a sequência da temporada, o presidente Guilherme Bellintani já avisou que tem acordo encaminhado com um atleta de características parecidas com as do volante que foi para o futebol grego.

Rafael Santana é repórter do globoesporte.com