Dupla Ba-Vi reinicia a temporada

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  • Da Redação

Publicado em 3 de abril de 2019 às 05:00

- Atualizado há um ano

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As demissões de Enderson Moreira e Marcelo Chamusca são provas de que o primeiro semestre de Bahia e Vitória foi um verdadeiro desastre. Em circunstâncias diferentes e por motivos diferentes, os treinadores não conseguiram entregar o que deles se esperava. Ambas as equipes ainda têm chance de levantar um troféu neste mês de abril, é bem verdade, mas isso não apagaria a má impressão deixada até aqui. 

Embora compreensíveis por causa do momento da dupla Ba-Vi, as demissões não são garantias de melhora. Pelo contrário, é um risco que se corre, afinal é sempre complicado recomeçar um trabalho do zero. Cada treinador tem suas características, suas ideias de jogo e, até que os jogadores as assimilem, pode levar tempo. Exemplo: tem técnico que gosta de um jogo mais direto, aquele em que a equipe define seus ataques de forma rápida, geralmente em alta velocidade; tem quem seja adepto da valorização da posse de bola, de atacar com muitos homens no campo de ataque e, para isso, você precisa criar mecanismos para encontrar espaços através de passes e deslocamentos sem a bola. 

São conceitos que não são assimilados de uma hora para outra. Leva tempo e repetição. Por isso, é natural que muitos treinadores iniciem o trabalho pelo sistema defensivo, porque facilita o entendimento dos atletas. Dá muito mais trabalho criar estratégias para chegar ao gol do adversário, cavar espaços em defesas fechadinhas. Isso significa que será necessário ter paciência com Claudio Tencati e Roger Machado, este último que acertou ontem o contrato com o Bahia. 

Além dos aspectos técnico e tático, o treinador precisar estar atento ao emocional dos atletas. E Tencati foi preciso ao destacar o bem que a classificação para as quartas de final da Copa do Nordeste fez ao elenco do Vitória. Em campo, a equipe tem muito a evoluir e não há como o torcedor ficar satisfeito vendo o Vitória se classificar com sete empates e uma derrota. Mas o 1x1 diante do Náutico, no Barradão, que rendeu ao Leão a vaga, pode ser a virada de página de que o clube tanto precisa. 

O adversário da próxima fase é o Fortaleza, uma equipe organizada, de Série A, e que manteve o técnico Rogério Ceni, um treinador em ascensão. Diante de um time assim, favorecido pelo contexto, são necessários mente sã e corpo são. O Vitória fará o jogo em um Castelão lotado e precisará demonstrar, além de uma evolução técnica, um psicológico fortalecido para as adversidades que venha a encontrar.

A chance de título do Bahia é justamente na competição em que o clube menos priorizou e escalou uma equipe B em diversos jogos. Só que não há mais espaço para lamentar: vencer o Campeonato Baiano não vai salvar a temporada nem diminuir a ira dos tricolores, mas ameniza o vexame de ter sido eliminado precocemente de duas competições importantes para o Tricolor, a Copa do Nordeste e a Sul-Americana, tendo montado um elenco qualificado na expectativa de fazer um ótimo 2019. E seria de grande ajuda para o técnico que chega iniciar a caminhada no Brasileirão com um troféu.

*Rafael Santana é repórter do globoesporte.com **Opiniões e conceitos expressos no texto são de responsabilidade exclusiva do autor