É dia de jogão na Copa Africana: Costa do Marfim ou Egito?

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  • Paulo Leandro

Publicado em 26 de janeiro de 2022 às 05:00

- Atualizado há um ano

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Do vencedor de Costa do Marfim e Egito, hoje, sairá um dos favoritos para a conquista da Copa Africana das Nações. Depois da eliminação da Nigéria, a Tunísia também pegou moral, mas quem sabe não ocorre uma surpresa, pois várias seleções emergentes, especialmente Burkina Faso, já vêm paquerando este título.

No outro jogo eliminatório, Mali e Guiné Equatorial se enfrentam em pé de igualdade. Guiné Equatorial teve a ousadia de eliminar a atual campeã, a Argélia, mas não há favoritismo. A seleção amarela bate muito, mas sabe sair jogando e tem jogadores experientes, além de ter a seu favor a mandinga, nome da região onde floresceu o império do Mali. E vocês sabem: “Quem não pode com mandinga, não carrega patuá!”

Pelas quartas de final, a seleção dona da casa, Camarões, terá pela frente a Gâmbia, enquanto Burkina Faso vai tentar passar pela Tunísia, em jogo duríssimo.

Um registro triste desta competição é a morte de pelo menos oito pessoas, na entrada do estádio, antes da partida de Camarões contra Ilhas Comores, vencida pela seleção dona da casa por apenas 2x1, mesmo enfrentando um adversário com goleiro improvisado e um jogador a menos expulso logo nos primeiros minutos de jogo.

Além da fragilidade técnica, Comores teve 12 jogadores testados positivos para covid-19, mas ainda assim, o placar apertado pode ser interpretado como um resultado digno para uma seleção com tão poucas chances de resistência, além da ausência de retrospecto de vitórias.

Dificilmente, Camarões deixará passar a oportunidade de ganhar este caneco, com Nigéria e Argélia fora da disputa, além de toda a pressão da torcida local, animada a ponto de esquecer o uso das máscaras. Apesar da coreografia e do colorido, as aglomerações dos torcedores lembram até o Brasil, dada a falta de noção, diante da pandemia. 

Apesar de todas as dificuldades, a competição tem empolgado os torcedores, como na vitória de Burkina Faso sobre o Gabão, que, mesmo com um a menos, conseguiu igualar o marcador nos acréscimos e só foi eliminado na disputa de pênaltis.

O empate de Serra Leoa diante da favorita Costa do Marfim também merece destaque, demonstrando o crescimento das seleções tidas como zebras diante das favoritas.

A classificação de Senegal, ontem, após vencer Cabo Verde por 2x0, colocou na disputa a seleção do grande craque e figura humana Sadio Mané, disposto a ajudar comunidades carentes de seu país, distribuindo parte de seus recursos financeiros para quem precisa. Um exemplo muito raro em um mundo onde o objetivo é se dar bem e enriquecer, como se a vida valesse alguma coisa sem o dom da empatia e da solidariedade.

Mesmo se o Senegal não conseguir o título, Sadio Mané já pode botar a faixa de campeão por sua boa vontade, como exemplo para outros jogadores bem sucedidos, mas nem sempre dotados de amor prático.

A brevidade da vida (obrigado, Sêneca) não nos permite ser tão desprovidos de compaixão a ponto de não tentar ajudar as pessoas carentes de tudo e este é o grande exemplo de Sadio Mané.

O nome até já indica o perfil: Sadio, mas não tem nada de Mané, ao contrário, só se for uma alusão ao nosso Mané, outro anjo, a Alegria do Povo, aquele de quem jamais esqueceremos. 

Paulo Leandro é jornalista e professor Doutor em Cultura e Sociedade.