É hora de se prevenir para que ainda haja felicidade

As notícias que marcaram a semana

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  • Ivan Dias Marques

Publicado em 26 de dezembro de 2020 às 07:00

- Atualizado há 10 meses

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Em tempos normais, dezembro é o mês do companheirismo, de matar a saudade, de curtir o último mês do ano como, de fato, ele é. É quando muita gente fica de férias, sobretudo quem estuda - seja infantil, fundamental, médio ou superior -, e o período em que os soteropolitanos que vivem fora da cidade/estado voltam para rever familiares e amigos. Pra completar, Natal e Réveillon são dessas datas festivas que todo mundo gosta de contar com o maior número possível das pessoas por quem têm carinho. No Verão, Salvador ferve. Por isso que é tão difícil se conter, por mais que isso seja vital - literalmente - nesse momento. Como previsto, a pandemia do coronavírus voltou aos seus piores dias, chegando a bater mais de 1.000 mortes em 17 de dezembro e com mais da metade dos estados do Brasil em alta nas mortes. Mas é preciso ser racional. Não aglomerar e não correr o risco de que esse seja o último réveillon da vida. Durante todo o terrível ano de 2020, vimos exemplos de pessoas que, por um vacilo, morreram ou contaminaram alguém que veio a falecer. O último caso conhecido foi da atriz Nicette Bruno, que, após passar 10 meses isolada, foi contaminada por um parente que não sabia que portava o coronavírus. Nicette acabou morrendo no último dia 20. Até por isso, por mais que parecem desesperadoras, principalmente para o setor de comércio e serviços, a tendência é que endurecimento das medidas restritivas  seja necessário. Se as pessoas não se cuidam, o Estado precisa intervir em nome do coletivo.  As taxas de ocupação seguem altas, assim como as de transmissão, e leitos clínicos e de UTI precisaram ser reabertos. Como o CORREIO mostrou, subiu bastante o número de adolescentes e crianças internados.  Por isso, durante a semana, o prefeito ACM Neto pediu mais cuidado aos soteropolitanos. “Ninguém quer tomar medidas mais drásticas de restrição, não é o caminho que queremos. Mas, se a população não colaborar e se isso for necessário, não vamos hesitar”, afirmou Neto. Se o pior da pandemia passou ou não será uma escolha das pessoas. Melhor prevenir para não ter que remediar depois.

Nova variante Para completar a semana em que ‘alerta’ virou a palavra mais lida e ouvida, a nova variante do coronavírus descoberta no Reino Unido levou o caos à Europa e provocou uma reação em cadeia no mundo inteiro. O primeiro-ministro britânico Boris Johnson anunciou medidas restritivas mais duras já que a nova cepa, segundo o governo, seria 70% mais transmissível do que a que anteriormente dominava o continente. Em pouco mais de 48 horas, boa parte do planeta fechou as conexões com o Reino Unido, fossem elas aéreas, marítimas ou terrestres. Já era tarde. A variante já foi detectada em outros países, como África do Sul, Itália, Espanha, Austrália e Suíça, mas sua alta transmissibilidade não foi confirmada cientificamente. No Brasil, ao contrário de colegas sul-americanos, os voos oriundos do Reino Unido eram permitidos, mas desde a última sexta-feira (25) foram, finalmente, proibidos.

Vacinação? Só no vizinho Três países latino-americanos iniciaram a vacinação contra o coronavírus durante a semana: México, Chile e Costa Rica começaram a imunizar seus profissionais de saúde na última quinta-feira. Na Argentina, um lote da vacina russa Sputnik V chegou no mesmo dia e o país deve começar a partir de segunda-feira, dia 28.  E o Brasil? Por aqui, a vacinação é prevista para iniciar em fevereiro segundo o governo federal, que tropeça nas próprias pernas com um plano de vacinação cheio de buracos. Com toda razão, Estados e Municípios tomaram a iniciativa de comprar suas próprias vacinas, frente à letargia federal. Na Bahia, a cidade de Amargosa, a 235km de Salvador, não perdeu tempo e assinou contrato com o Instituto Butantã para a compra de mais de 12 mil doses da Coronavac, produzida pelo instituto em parceria com a chinesa Sinovac. A saúde do país tem pressa.

A postura do Bahia na acusação de racismo por parte de Gerson, do Flamengo O jogo entre Bahia e Flamengo, no último domingo (20), foi histórico dentro de campo. Fora dele, a denúncia de racismo por parte do volante flamenguista Gerson contra o meia Ramírez, do Bahia, transformou o noticiário esportivo. Entre laudos de perícia para leitura labial de ambos os lados, o que marcou a semana foi a postura adotada pelo Bahia durante todo o processo. Em sintonia com sua política de ações afirmativas, o tricolor, mesmo sem prova definitiva imediata, deu voz à vítima e afastou Ramírez dos treinamentos até que uma investigação conduzida pelo clube apurasse a denúncia.  Não encontrando provas de que o ato de racismo aconteceu e também de que não aconteceu, o Bahia reintegrou o atleta na última quinta-feira (24) e publicou uma carta em que reforça seu compromisso com o antirracismo. O clube, que tem apoio de entidades do movimento negro para tomar suas decisões, conseguiu se fortalecer com a situação, mesmo com toda dificuldade do processo, ainda em curso. 

***"E daí? Não sou coveiro"A frase dita pelo presidente Jair Bolsonaro em 20 de abril, ao ser questionado sobre o número de mortos pela covid-19 no país, foi eleita por leitores do Blog do Noblat, vinculado à revista Veja e editado pelo jornalista Ricardo Noblat, como a Frase do Ano em relação à pandemia. Mais de 43% dos 3.681 leitores que participaram da votação escolheram essa frase.