É mito achar que não comer carne seja sinal de má nutrição

Linha Fina Lorem ipsum dolor sit amet consectetur adipisicing elit. Dolorum ipsa voluptatum enim voluptatem dignissimos.

Publicado em 16 de dezembro de 2019 às 09:20

- Atualizado há um ano

. Crédito: .

Na pré-história, o homem se alimentava basicamente de vegetais, ele colhia o que achava na natureza, e sua dieta era basicamente vegetariana. Com o surgimento dos primeiros instrumentos, como lanças e arpões, o homem ampliou sua dieta alimentar, e começou a caçar animais, o que lhe conferiu “poder”, mesclando o consumo de vegetais com as carnes. A descoberta do fogo, conferiu ao homem mais “poder” sobre a natureza e ele percebeu que a cocção retardava o apodrecimento da carne e melhorava a palatabilidade das mesmas.

Os alimentos passaram do estado cru para o cozido, ou seja, a natureza se transformando em cultura, é quando surge a 1ª técnica de conservação dos alimentos. A partir daí, o homem praticamente, passou a ter uma alimentação carnívora, em sua totalidade, deixando os vegetais em segundo plano até a idade contemporânea. 

As proteínas de origem animal (carnes, ovos, leites e derivados) são de alto valor biológico por possuírem todos os aminoácidos essenciais ao organismo humano, mas, dentre os macronutrientes (carboidratos, proteínas e lipídios), a proteína é que deve ser consumida em menor quantidade na dieta diária, mas o brasileiro consome numa quantidade desproporcionalmente maior ao que se é preconizado.

Talvez, esse consumo excessivo se deva a vários fatores, seja para ganhar massa muscular, seja por achar que é o alimento que “sustenta”, seja por motivo cultural, pois a carne é alimento identitário de algumas regiões brasileiras (RS E MT) ou porque “confere poder”, pois a carne de boi sempre foi cara, e não é à toa que existe uma diferenciação entre as partes de um mesmo animal (carne de 1ª e carne de 2ª), ou, ainda, seja porque a falta da carne expressa pobreza, escassez.

É um mito achar que “não comer carne” seja sinal de má nutrição ou de escassez. Os alimentos de origem vegetal são fontes de carboidratos, proteínas, vitaminas e minerais, são indispensáveis para a saúde, e cada dia mais estão sendo utilizados, justamente para uma melhor nutrição. Existem diversas possibilidades de produções culinárias, com vegetais, ovos, leites e derivados.

A preocupação com a questão ambiental, com a sustentabilidade, com a saúde, com a adesão cada vez maior a uma alimentação não convencional, como o vegetarianismo, por exemplo,  são fatores que colaboram para a redução das produções em larga escala comercial, como a da carne, que vai ficar cada  vez custará mais.

Maria Helena Motta é nutricionista, tecnóloga em gastronomia e professora de Gastronomia da Estácio

Conceitos e opiniões expressos nos artigos são de responsabilidade dos autores