Educação pelo esporte: Práticas promovem integração e desenvolvimento de soft skills 

Após dois anos de Pandemia, competições do Nordestão Salesiano voltam a acontecer de forma presencial, de 26 a 30 deste mês, em Aracaju (SE)

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  • Da Redação

Publicado em 27 de junho de 2022 às 06:00

. Crédito: Foto: Elder Silva

Além de bem-estar e saúde para o corpo, a prática de esportes é capaz de trazer benefícios mais amplos para a vida de uma pessoa ao possibilitar o desenvolvimento de habilidades socioemocionais que irão fazer toda a diferença ao longo da vida. Clareza de raciocínio, equilíbrio, saber trabalhar em equipe, persistência, disciplina, tomada de decisão, capacidade de aprendizagem e resiliência são algumas das chamadas soft skills que podem ser adquiridas. Quando tudo isso acontece dentro de um ambiente educacional que preza pela formação de bons cristãos e honestos cidadãos, é um grande diferencial.

Os Salesianos Bahia, em sintonia com a  dimensão da ação educativa de Dom Bosco fundamentada pelo tripé “razão, religião e amor”, apostam nos esportes como um caminho prazeroso para as fases de desenvolvimento do aprendizado, reforço da consciência social, desenvolvimento cognitivo e psicomotor e compreensão das múltiplas inteligências. “O esporte sempre teve o seu lugar privilegiado no pátio. É possível trabalhar diversos valores com os alunos, como disciplina e sociabilidade. Motivamos e incentivamos a prática esportiva na prevenção de possíveis doenças e buscamos a possibilidade que os alunos tenham uma alimentação saudável. Dom Bosco utilizava o esporte e as brincadeiras como meio lúdico e educativo para estar sempre próximo aos jovens e tentar transmitir de alguma forma o melhor caminho a seguir” - George Cabral, coordenador de esportes do Colégio Salesiano Dom Bosco desde maio de 2010.

Os Salesianos Bahia também prezam pela difusão dos valores Olímpicos e Paraolímpicos defendidos pelo Comitê Olímpico Nacional: A amizade, excelência, respeito, determinação, coragem, igualdade e inspiração. Atributos esses que são trabalhados dia a dia  junto aos alunos por meio de diversos modalidades esportivas, como basquete, capoeira, dança, funcional kids, futsal, ginástica rítmica, handebol, hidroginástica, judô, natação, pilates e vôlei. As práticas acontecem sempre de segunda a sexta-feira, depois das aulas regulares e/ou nos turnos opostos. Essas atividades são direcionadas tanto à comunidade educativa pastoral (alunos e colaboradores) quanto extensivas ao público externo. 

Nordestão Além das atividades rotineiras, os Salesianos Bahia têm como grande diferencial oferecer experiências inesquecíveis por meio do esporte e para tanto promovem eventos, a exemplo de campeonatos internos e externos, festivais, participação nos Jogos Escolares Brasileiros e, sobretudo, seu evento mais importante, o Nordestão Salesiano. “É um evento esportivo, cultural e pastoral que tem como objetivo proporcionar aos jovens um momento de confraternização por meio da pedagogia Salesiana, motivando e incentivando a prática esportiva e reunindo as escolas das mais diversas cidades da região do Nordestão”, comenta o coordenador George. 

Para ter bons resultados e fazer bonito no evento, que acontecerá de 26 a 30 deste mês, em Aracaju (SE), os alunos estão se preparando com toda disciplina e muita entrega. As competições incluem modalidades como basquete, futsal, handebol, vôlei, ginástica rítmica., judô, Karatê, natação, tênis de mesa e xadrez. “Nossa delegação do Salesiano Dom Bosco Salvador parte com 156 atletas e o Liceu Salesiano do Salvador com 100 atletas. É o estado com o maior número de atletas no evento”, ressalta o coordenador.  Espírito esportivo, confraternização em família, carisma Salesiano, competitividade, disciplina, respeito, protagonismo juvenil, amizade, trabalho em equipe e inclusão são os princípios que norteiam a realização do Nordestão Salesiano. (Foto: Elder Silva) FocoOs convocados vivem sentimentos de alegria e ansiedade. “Eu tô muito ansioso para o Nordestão. Vai ser um experiência nova e tenho certeza que vai ser incrível. Todos que já foram falam muito bem”, comenta Gabriel Freitas Antunes Guimarães, 17 anos, aluno da 2ª série do ensino médio do Liceu, convocado pela primeira vez. Ele começou a praticar esportes no Salesiano e passou por várias modalidades até se apaixonar pelo vôlei, se tornar muito bom e conquistar seu primeiro título no Jocopar infantil e juvenil pelo Salesiano. Também jogou na seleção e venceu um campeonato baiano sub 18 - muito disputado -  e participou de um campeonato brasileiro de primeira divisão em Saquarema. Além de se desenvolver como atleta, o garoto conta que obteve outro grande benefício: “Passei a ter mais foco naquilo que eu quero. Quando eu coloco uma meta em algo, eu tendo a ir atrás até alcançar o meu objetivo”. 

O Nordestão representa muito mais do que uma competição esportiva. O evento é, na verdade, uma grande oportunidade de confraternização entre alunos e professores dos Colégios Salesianos, no âmbito esportivo. Uma história que começou em 1984, em Recife-PE, com a participação de quatro escolas: Colégio Salesiano Sagrado Coração de Recife, Colégio Salesiano do Salvador, Colégio Salesiano São José de Natal e Colégio Salesiano de Aracaju. Ao longo dos anos cresceu o interesse pelo encontro e a adesão de Colégios Salesianos , inclusive, de outras regiões do país. A cada ano uma capital diferente sedia as competições, o que é definido previamente em uma reunião de diretores e coordenadores de esporte dos colégios convidados. Aluno do Salesiano Dom Bosco, Pedro Henrique Silva Brito é PCD (pessoa com deficiência) e foi convocado para a competição que acontecerá em Aracaju. (Foto: Elder Silva) Inclusão Espírito esportivo, confraternização em família, carisma Salesiano, competitividade, disciplina, respeito, protagonismo juvenil, amizade, trabalho em equipe e inclusão são os princípios que norteiam a realização do Nordestão Salesiano. 

Prova disto é a convocação de Pedro Henrique Silva Brito, 9 anos, aluno do Dom Bosco. Ele é PCD (pessoa com deficiência física) e começou a fazer natação; um mês depois veio a pandemia e ele parou, porém, não desanimou. No retorno às aulas, também voltou às piscinas e ,desta vez, tendo a natação como uma prática esportiva até ser convocado para a competição que acontecerá  em Aracaju (SE). “Ele mantém os treinos na escola às segundas e quartas , além dos treinos extras que o coordenador George programou”, afirma Sheila Silva, mãe de Pedro. 

Ela comenta, ainda, que ao receber a notícia de sua participação, o sentimento foi primeiro de surpresa, depois de dever cumprido e depois de ensinamento. “Pedro nasceu com uma deficiência física e como mãe de PCD, temos a tendência a pensar que ele não vai fazer o mesmo que as pessoas "normais" fazem. E ele veio com a missão de mostrar que ele pode e pode muito. Quando recebi a notícia da convocação só percebi o quanto ele pode muito e quanto ele vai longe. Muito orgulho de tudo que ele ainda superar”.

Na convivência e integração com as outras crianças na escola, o pequeno nadador tem uma rotina bem natural. De acordo com a mãe, Pedro é uma criança que socializa muito bem e trata com muita naturalidade  a situação dele.  A forma com que ele aprendeu a conviver com a diferença transmite a outras crianças a mesma aceitação.

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