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Vinicius Nascimento
Publicado em 8 de novembro de 2019 às 21:09
- Atualizado há 2 anos
Um jogo ruim, mas recheado de oportunidades de gols para os dois lados. Esse resumo fala bem sobre o que foi a partida entre Paraná e Vitória, nesta sexta-feira (8), pela Série B. A partida reuniu dois times bem objetivos e cientes do que precisavam fazer em campo. Parece um paradoxo, mas foi o que aconteceu na Vila Capanema.>
De um lado, o rubro-negro precisava fazer o que o mais novo jargão do mundo esportivo afirma: "saber sofrer". Isso porque o time paranista certamente entraria em campo com gosto de sangue para manter viva a possibilidade de subir para a Série A. Os dois conseguiram fazer isso, mas ninguém se deu bem. O empate em 0x0 atrapalha um pouco os planos do Vitória em fugir logo do rebaixamento, mas ainda não há motivo para alarde. Foi o 17º ponto do rubro-negro em 11 jogos com o técnico Geninho.>
Antes de jogar fora de casa contra adversários em situação mais tranquila dentro de algum campeonato, o mantra do time visitante costuma seguir um padrão: resistir os primeiros 15 minutos e, depois disso, com o adversário nervoso, é hora de tentar buscar chances de atacar.>
O Vitória seguiu a receita do bolo. Nos primeiros 15 minutos, o Paraná foi dono da bola e apostou nas investidas de Guilherme Santos pela esquerda. Apesar do domínio territorial, os donos da casa só conseguiram criar perigo aos 21 minutos, quando Jenison chutou de fora da área e foi parado em boa defesa de Martín Rodríguez.>
Na cobrança de escanteio, aconteceu um bate-rebate na área do Vitória e o gol adversário só não saiu porque Zé Ivaldo conseguiu cortar a bola em cima da linha. Martín estava vendido no lance.>
Tic, tac. O tempo corria e o Vitória sofria mais pressão. Aos 29, Felipe Garcia cochilou e teve a carteira batida por Guilherme Santos, que avançou até entrar na área e não quis nem saber de cruzar. O lateral soltou uma bomba, mas, no meio do gol, Martín conseguiu evitar o prejuízo.>
Com o meio-campo anulado, o Vitória recorreu à bola longa saída dos pés do goleiro Martín para chegar ao ataque. Isso explica o fato do time de Geninho só conseguir a primeira finalização aos 33 minutos. Ainda assim, sem perigo. Felipe Garcia recebeu na esquerda e, de fora da área, isolou.>
Depois disso, o Paraná esfriou um pouco e passou a ceder espaço para um Vitória que parecia à espreita, pronto para se ousar. Depois dos 40 minutos da primeira etapa, o Leão conseguiu chegar com perigo em três oportunidades. Duas delas na bola parada de Carleto, uma arma do time.>
No primeiro lance, ele cobrou falta rasteira por baixo da barreira e, na confusão, o goleiro Thiago Rodrigues conseguiu buscar quase em cima da linha. Os jogadores do Vitória até comemoraram gol, mas o bandeira Diogo Carvalho Silva acusou impedimento e o lance foi anulado.>
Depois disso cobrou escanteio quase olímpico, a zaga cortou no primeiro lance e Ramon conseguiu, de costas, puxar a bola, que subiu demais e saiu em tiro de meta. Só que a melhor chance foi do Paraná. Mesquita aproveitou um chute torto da intermediária, que virou um passe e o deixou de cara com Martín. Ele não foi fominha e serviu para Bruno Rodrigues só escorar e... o atacante conseguiu chutar pra fora. Não tinha goleiro, zagueiro, ninguém. A sorte soprou para o rubro-negro.>
O lance irritou muito o elenco do Vitória. Os jogadores do Leão queriam a marcação de impedimento na origem do lance, algo que não aconteceu. Mais exaltado, Rodrigo Andrade foi punido com cartão amarelo. Fato que irritou ainda mais os jogadores: o árbitro Rodrigo Carvalhães de Miranda encerrou o primeiro tempo logo após a chance desperdiçada. Os atletas continuaram em cima e o juiz saiu distribuindo cartões. Sobrou até para Geninho, que foi ao centro de campo tentar apaziguar os ânimo. Os xarás Ramon e Anselmo Ramon foram punidos.>
Segundo tempo Na segunda etapa, o jogo ficou ainda mais morno. E mais feio. Não foram raros os lances com um nível de bizarrice peculiar. Bolas rifadas em sequência, amontoados de jogadores buscando uma bola que parecia invisível. Um horror. >
Mais uma vez, o Vitória contou com a sorte em um lance protagonizado por Bruno Rodrigues. O atacante do Paraná recebeu livre e tinha várias opções. Ele podia tentar encobrir Martín, que precisou sair do gol desesperado, podia tentar o drible. Mas no final acabou não fazendo nada. A bola prendeu no seu pé, espiroru e voltou para o goleiro rubro-negro. Amém! Martín ainda fez uma outra boa intervenção em chute de Fernando Neto, de fora da área.>
Depois disso, o jogo foi esfriamento em ritmo acelerado até o apito final. O Vitória chegava na bola parada de Carleto e o Paraná não conseguia aproveitar os espaços deixados pela defesa rubro-negra. O tempo corria e o sono aumentava. O jogo parecia fadado à morosidade e assim foi até o fim. O árbitro ainda deu mais um minuto de acréscimo além dos quatro já acrescidos, mas só para prolongar o óbvio: o duelo estava fadado a passar em branco.>
O empate em 0x0 deixa o Vitória com 41 pontos na tabela de classificação da Série B. O próximo jogo do rubro-negro é na terça-feira (12), no Barradão, contra o CRB.>
Ficha técnica Campeonato Brasileiro | Série B | 33ª rodada Paraná 0x0 Vitória>
Estádio: Vila Capanema, em Curitiba-PRParaná: Thiago Rodrigues, Léo Príncipe, Leandro Almeida, Rodolfo e Guilherme Santos; Luiz Otávio, Fernando Neto, Vitinho Mesquita (Pimentinha) e Matheus Anjos (João Pedro); Bruno Rodrigues (Judivan) e Jenison. Técnico: Matheus CostaVitória: Martín, Van, Zé Ivaldo, Ramon e Thiago Carleto; Rodrigo Andrade, Léo Gomes e Lucas Cândido; Felipe Garcia (Felipe Gedoz), Eron e Anselmo Ramon (Jordy Caicedo). Técnico: GeninhoCartões Amarelos: Léo Príncipe, Fernando Neto; Lucas Cândido, Rodrigo Andrade, Ramon, Anselmo Ramon, GeninhoArbitragem: Rodrigo Carvalhães de Miranda, auxiliado por Diogo Carvalho Silva e Thiago Gomes Magalhães (Trio do Rio de Janeiro)>
*supervisão do subeditor Miro Palma>