Em queda livre, Bahia só venceu mais que o lanterna no 2º turno

Tricolor não vence há nove jogos e perdeu a chance de brigar pela Libertadores

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  • Gabriel Rodrigues

Publicado em 29 de novembro de 2019 às 05:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Felipe Oliveira/EC Bahia

Só em falar da campanha do Bahia no segundo turno do Campeonato Brasileiro, o torcedor tricolor chega a sentir calafrios. Depois de uma primeira metade surpreendente, quando somou 31 pontos e terminou na 7ª colocação - a melhor marca do clube em um primeiro turno de Série A -, o Esquadrão desabou na competição. 

Em 16 jogos do segundo turno, o Bahia somou 14 pontos e conquistou três vitórias. O desempenho em número de triunfos só é melhor que o do Avaí. Já rebaixado, o time catarinense venceu apenas uma partida no período.    

O tricolor parece ter esquecido como é comemorar. A última vez que o time ganhou foi no dia 16 de outubro, quando bateu o Grêmio, por 1x0, em Porto Alegre. Depois disso, a equipe acumulou um jejum que já dura nove jogos, algo que não acontecia pelo Brasileirão desde 2014. Naquele ano, o Esquadrão chegou a ficar sem vencer durante 11 partidas seguidas e terminou rebaixado à Série B. 

Este ano, o Bahia não corre risco de ser rebaixado, mas o rendimento ruim refletiu na tabela. Se antes a expectativa era por uma vaga na Copa Libertadores 2020, agora o que resta é assegurar a participação na Sul-Americana.

Com 45 pontos, o time está na 11ª colocação, a seis pontos do Internacional, que fecha o G8, faltando três rodadas para o fim do campeonato. Em relação à Sul-Americana, a distância é de quatro pontos para o Fluminense, 15º colocado e primeira equipe fora da zona de classificação, que engloba do 9º ao 14º.

Na avaliação do diretor de futebol do Bahia, Diego Cerri, é difícil até encontrar uma resposta para a má fase que se abateu sobre o grupo. “Difícil achar explicação para esse momento ruim, de pouca pontuação, porque você passa a analisar: qualidade? Podemos melhorar. Mas esse mesmo elenco fez um campeonato surpreendente, era visto como a equipe que se meteu no meio das equipes com orçamento maior. É o mesmo elenco. A comissão é qualificada, a comissão da casa é qualificada. A diretoria está fazendo o máximo para estruturar esse clube”, comentou Cerri.

Na avaliação do dirigente, o Bahia montou um elenco qualificado, mas algumas peças acabaram não rendendo o esperado na reta final. “Não acho (que há um cobertor curto). Houve as lesões, mas, mesmo assim, temos peças de reposição, um elenco homogêneo, jogadores brigando por espaço. Agora, uma coisa é ter elenco, outra é estar rendendo. O elenco tem capacidade, há uma disputa interna, tem jogadores que querem estar jogando mais, o que é normal, desde que haja respeito. Não é um elenco reduzido em opções de ataque. Agora, tem momento que estão rendendo bem, tem horas que cai um pouco. Quando a equipe caiu, foi em conjunto".

Obsessão Com chances mínimas de chegar à Libertadores ao fim de 2019, Diego Cerri afirma que o grupo vai lutar até o final, mas lembra que o trabalho feito no clube é a longo prazo e gradativo. Segundo o dirigente, voltar a disputar o principal torneio do continente tem sido uma obsessão no Fazendão e não vai demorar para acontecer. 

“Não foi um choque de realidade, porque tenho certeza de que poderíamos chegar a essa fase da Libertadores, seja direta ou nas qualificatórias. Não foi um choque. Colocamos como obsessão chegar, algo que acho correto, pelo grupo, por todo trabalho que é feito, a gente tem que pensar grande. Não consigo dizer que é um sonho. Pode ser uma realidade. Hoje, machuca todo mundo essa fase ruim, a queda de produção, mas não é um choque de realidade. Bahia vem construindo ano a ano uma estrutura melhor e que vai possibilitar que a gente chegue, se não for este ano, que está difícil, mas vamos lutar até o final. Se não for este ano, o ano que vem, o próximo. O Bahia vai chegar em coisa grande”, afirmou.