Em Salvador, a falta de água é mais um desafio em plena pandemia

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  • Da Redação

Publicado em 18 de fevereiro de 2022 às 05:22

- Atualizado há um ano

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Dificuldades com a higiene pessoal, limpeza das casas e alimentação são só alguns dos problemas que vêm sendo, frequentemente, enfrentados por moradores de Salvador. A descontinuidade do fornecimento de água também atrapalha negócios e coloca em risco a segurança de pessoas impossibilitadas de cumprir o protocolo mínimo de proteção na pandemia. Não há sequer como lavar as mãos se as torneiras permanecem secas por semanas seguidas.

Como exigir que cidadãos façam a sua parte no combate à covid-19 se não se oferece as condições mais básicas? Como desejar que se recuperem nesse cenário de reconstrução da economia se não têm o insumo mais essencial para qualquer comerciante formal ou informal trabalhar? Dezenas de localidades e bairros estão sem água - ou com abastecimento irregular -, de acordo com recente levantamento feito pelo CORREIO, nas redes sociais. São, pelo menos, 7 bairros e 24 localidades que não podem contar com o abastecimento regular da Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa).

Em algumas comunidades, a situação é gravíssima. Águas Claras, por exemplo, ficou sem o recurso por 37 dias. Apenas um dos exemplos do descaso com bairros que chegam a ter porte de pequenos municípios. Mussurunga, outro entre tantos exemplos possíveis, que também tem vivido o prolongado terror da falta de água, abriga mais de 30 mil habitantes. É como se o fornecimento de cidades inteiras estivesse interrompido. Um escândalo que só não ganha maior repercussão porque esses números estão diluídos dentro de Salvador, em uma população de milhões de pessoas.

Os moradores são incansáveis na busca por solução. Alguns colecionam dezenas de protocolos de reclamações inclusive porque, garantem eles, as contas chegam como se o fornecimento seguisse em total normalidade. Ou seja, além da falta do elemento básico para sobrevivência, esses cidadãos precisam lidar com o estresse da cobrança indevida e o desgaste de lutar para que um mínimo de justiça seja garantido: apenas pagar pelo que foi consumido.

Lembremos, todos, que são famílias. Crianças, idosos, mulheres grávidas. Boa parte já em situação de vulnerabilidade agravada, sobremaneira, pela insuficiência do serviço. São escolas que não funcionam, unidades de saúde com dificuldades para atender, comércio prejudicado, toda uma estrutura que se desorganiza. É preciso que se reflita sobre os grandes impactos causados pelo que, às vezes, em um olhar mais superficial, pode parecer corriqueiro. A frequência e tempo de interrupção do fornecimento de água em Salvador é, todos devem concordar, um problema gravíssimo. A Embasa deve se comprometer com investimentos em tecnologia e infraestrutura para garantir que compromissos sejam cumpridos.