Em três meses, setor alojamento e alimentação demitiu 49 mil pessoas na Bahia

Resultados foram divulgados pelo IBGE; taxa de desocupação na Bahia recuou

  • D
  • Da Redação

Publicado em 16 de agosto de 2018 às 12:11

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Marina Silva/Arquivo CORREIO

O setor de Alojamento e Alimentação foi o que teve a maior perda de postos de trabalho na Bahia no segundo trimestre de 2018. Entre abril e junho deste ano, o número de pessoas que perdeu o emprego nessa área chegou a 49 mil, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Trimestral, divulgada nesta quinta-feira (16), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Os empreendimentos de alojamento incluem desde pousadas, hotéis e hostels a pensionatos e casas de estudante, enquanto os de alimentação englobam bares, bufês, restaurantes e todos locais com preparação de comida para consumo imediato. Logo em seguida, vem o Comércio com foco em reparação de veículos automotores e motocicletas. Só este grupo demitiu 43 mil pessoas. Ao todo, houve diminuição de postos de trabalho em seis dos dez agrupamentos de atividades investigadas no estado pela pesquisa. 

Os maiores resultados positivos foram nos setores da Indústria Geral (saldo positivo de 48 mil contratações); administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (mais 36 mil pessoas) e Indústria de Transformação (mais 34 mil pessoas). 

No entanto, mesmo com as baixas em seis setores, a Bahia foi um dos sete estados em que a desocupação recuou entre o primeiro e o segundo trimestres do ano. Entre abril e junho, a o índice foi de 16,5%, - ou seja, menor que a verificada no 1º trimestre de 2017, que era de 17,9%, e abaixo também da taxa do 2º trimestre de 2017 (17,5%).

Com esse resultado, o estado deixou de ter a segunda maior taxa de desocupação do país, caindo para a quinta posição. O Amapá (21,3%) continua com a maior taxa de desocupação entre os estados. O problema é que, mesmo com a redução, a taxa de desocupação da Bahia permaneceu acima da média nacional, que é de 12,4%. Santa Catarina se manteve com a menor taxa no 2º trimestre (6,5%).

Salvador e RMS Por outro lado, na Região Metropolitana de Salvador (RMS) e na capital, a situação piorou: houve um aumento da taxa de desocupação. Em Salvador, a taxa de desocupação ficou em 17,2% no 2º trimestre deste ano, crescendo frente ao 1º trimestre (15,7%) e ao 2º trimestre de 2017 (16,1%). Assim, Salvador figura agora com a terceira maior taxa de desocupação entre as capitais brasileiras. 

A taxa de desocupação da RMS (20,3%) também aumentou tanto frente ao 1º trimestre de 2018 (19,2%) quanto em relação ao 2º trimestre do ano passado (19,1%), ficando como a segunda maior taxa entre as regiões metropolitanas do país.

Não trabalham, nem procuram trabalho Segundo o IBGE, a diminuição da taxa de desocupação na Bahia foi resultado, principalmente, da redução na população desocupada (que não estava trabalhando e procurava trabalho). Estimada em 1,168 milhão de pessoas no 2º trimestre, ela diminuiu tanto em relação ao 1º trimestre (-118 mil pessoas, um recuo de 9,2%) quanto frente ao 2º trimestre do ano passado (-102 mil pessoas ou redução de 8,1%).

Por outro lado, houve apenas uma leve variação positiva (um aumento de 0,4%) na população ocupada (trabalhando): essa passou de 5,885 milhões no 1º trimestre para 5,909 milhões de pessoas no 2º trimestre de 2018. Ou seja, um pequeno aumento de 24 mil pessoas. Em comparação ao 2º trimestre de 2017, quando a população ocupada era de 6 milhões de pessoas no estado, o número de pessoas trabalhando praticamente não se alterou.

O percentual de pessoas de 14 anos ou mais de idade trabalhando no estado (nível da ocupação), manteve-se, assim, no seu mais baixo patamar desde o início da série histórica da PNAD Contínua, em 2012: 47,8%.

Na Bahia, o aumento mais expressivo ocorreu na população fora da força de trabalho (pessoas que não estavam trabalhando nem procurando trabalho) que foi recorde no estado, no 2º trimestre de 2018: 5,280 milhões de pessoas, aumentando tanto em relação ao 1º trimestre (+132 mil pessoas ou +2,6%) quanto frente ao 2º trimestre de 2017 (+279 mil pessoas ou +5,6%).

Baianos desalentados crescem mais uma vez  O contingente de desalentados na Bahia segue como o maior do país. No 2º trimestre de 2018, o contingente de desalentados no Brasil foi de 4,833 milhões de pessoas, o maior da série histórica iniciada em 2012. Na Bahia, esse grupo voltou a crescer, pelo segundo trimestre consecutivo, chegando a 877 mil pessoas, recorde histórico também no estado.

No 1º trimestre do ano, os desalentados somavam 805 mil no estado, enquanto no 2º trimestre de 2017, esse grupo reunia 682 mil pessoas. A população desalentada é aquela que está fora da força de trabalho, ou seja, não trabalha nem está procurando trabalho, por uma das seguintes razões: não conseguia trabalho; não tinha experiência; era muito jovem ou idosa; ou não encontrou trabalho na localidade. Mas, se tivesse conseguido trabalho, estaria disponível para assumir a vaga.

Desde o início da série da Pnad Contínua, em 2012, a Bahia tem sempre o maior número de desalentados dentre os estados brasileiros. Entretanto, considerando-se os segundos trimestres de cada ano, esse grupo mais que dobrou de tamanho em relação a seu menor patamar, em 2014, quando chegou a 292 mil pessoas.

O total de trabalhadores em Salvador no 2º trimestre de 2018 foi de 1,451 milhão de pessoas, menos 2 mil em relação ao 1º trimestre e mais 6 mil em relação ao 2º trimestre do ano passado. Já a população desocupada (301 mil pessoas) aumentou em 30 mil pessoas frente ao 1º trimestre e em 23 mil pessoas frente ao 2º tri/17.

Os ocupados na região metropolitana de Salvador somaram 1,865 milhão no 2º trimestre do ano, +5 mil pessoas em relação ao 1º trimestre e +36 mil frente ao 2º tri/17. Já os desocupados (475 mil) eram 33 mil a mais que no 1º trimestre e 44 mil a mais que no 2º tri/17.

Carteira assinada No 2º trimestre, na Bahia, os empregados no setor privado com carteira de trabalho assinada (exceto empregados domésticos) somavam 1,525 milhão de pessoas. Esse número se manteve praticamente o mesmo do 1º trimestre (1,524 milhão), que foi o menor contingente da série histórica da PNAD Contínua (desde 2012).

Não houve variação estatisticamente significativa também frente ao 2º trimestre de 2017, quando os empregados com carteira na Bahia eram 1,537 milhão.