Empresário é perseguido e executado por bandidos na Fazenda Grande II

Antes, bandidos invadiram casa da vítima

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  • Bruno Wendel

Publicado em 16 de outubro de 2018 às 15:15

- Atualizado há um ano

Ao chegar em casa, na Fazenda Grande II, o empresário Gênesis Arruda, 30 anos, encontrou tudo revirado na noite desta segunda-feira (15). Às pressas, retornou para o carro e ligou para a mulher. O que ele não contava é que os três invasores estavam a poucos metros, dentro de um carro, à sua espera. Gênesis percebeu a emboscada e correu, mas logo foi atingindo nas costas e caiu no chão. 

Em seguida, um dos criminosos desceu do carro, e, andando lentamente, se aproximou do empresário que agonizava, esticou o braço em direção à nuca da vítima e, à curta distância, disparou outras duas vezes. 

Com a mesma calma que atirou, o algoz entrou num carro de cor e vidros escuros e foi embora. Gênesis morreu no local. Ele era dono de um ponto comercial no bairro de Cajazeira X. O caso é apurado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). 

Em nossa, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) confirmou que a vítima foi atingida por disparos de arma de fogo, e que autoria e motivação são desconhecidas.

Crime O crime aconteceu perto um campo de futebol, na Segunda Etapa, Quadra E. Testemunhas contaram ao CORREIO que três homens circulavam pelo local desde às 17h de segunda-feira.“Algumas vezes, eles andavam no carro com os vidros abaixados até a metade e dava para ver que eram três homens. Mas nunca os vi aqui”, disse um rapaz, que jogava bola e preferiu não se identificar. Segundo o rapaz, em um determinado momento, os criminosos invadiram a casa de Gênesis e reviraram tudo. “Estavam procurando por ele. Não o encontraram e então resolveram esperar. Colocaram o carro a uma certa distância da casa dele e o aguardaram”, detalhou.

Ainda de acordo com a fonte, Gênesis chegou à localidade pouco depois das 19h40. Estacionou o carro perto do campo de futebol e desceu uma escada e, ao chegar em casa, deparou-se com tudo remexido.

Assustado, retornou para o carro, pegou o celular e, ainda do lado de fora, ligou para a mulher que não havia chegado. “Ele fala com ela quando viu o carro todo escuro se aproximando e correu, mas atiraram e ele caiu. Um homem saiu tranquilamente e efetuou mais dois tiros”, contou.

Agonizado Uma vizinha e amiga da mulher de Gênesis disse que, instantes antes, tinha cruzado com o empresário. Ele a cumprimentou e estava com a fisionomia de assustado.

“Tinha saído para comprar pão e quando voltei o vi agitado. Falou comigo e continuou andando. Foi só o tempo de eu chegar em minha casa, começar a limpar o ventilador, e ouvi os três tiros. Eu nem ia sair, mas os vizinhos vieram aqui em casa e fui com eles ver quem era”, contou a mulher. 

A vizinha disse que quando chegou ao local do crime, o empresário ainda estava vivo. “Ele balbuciava, com respiração ofegante e revirando os olhos. Foi horrível vê-lo agonizando. Nunca imaginei que pudesse ver isso. Logo depois a mulher dele chegou, Valesca. Ela gritava por ajuda, mas ele já estava morto. Ninguém podia fazer nada”, disse a fonte. 

Silêncio Os moradores da Segunda Etapa disseram que Gênesis era conhecido por falar muito pouco. “Andava calado para cima e para baixo. Malmente dava um 'bom dia', só quando estava com a mulher, ela sim era uma pessoa educada, falava com todo mundo sem besteira”, contou um senhor que reside no local há mais de 20 anos. 

O que se sabe da vida de Gênesis é que ele é dono de um ponto comercial localizado em frente ao prédio da antiga 13ª Delegacia (Cajazeiras), onde anteriormente funcionava a Pizzaria do Chico – atualmente no local funciona uma outra pizzaria que estava fechada na manhã desta terça-feira (16).

“Acho que nem a mulher dele sabia detalhes da vida, porque ela comentava com a gente que ele era muito calado e isso a preocupava”, relatou uma outra moradora.

Ainda de acordo com os moradores, a casa onde casal morava é da mãe da mulher do empresário. Eles estavam no local há quatro meses e não tinham filhos.  O corpo do empresário foi enterrado na tarde desta terça-feira (16), no Cemitério Municipal de Plataforma, no Subúrbio Ferroviário de Salvador.