Empresas têm dado exemplo com direcionamento de ações que visam o bem-estar da sociedade

Cultura de ações focadas no compromisso social ganham cada vez mais força entre empresas

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  • Da Redação

Publicado em 23 de dezembro de 2021 às 06:00

- Atualizado há 10 meses

A preocupação com o social e em como as atividades das empresas vão impactar o meio ambiente está cada vez mais presente. O que era impensável há alguns anos, hoje – especialmente depois do início da pandemia - se tornou uma proposta que agrega valor.

Trata-se do somatório de atos voluntários das organizações que direcionam suas atividades para o bem-estar social e conduzem seus negócios visando o interesse coletivo, e não somente os lucros, uma vez que priorizam o todo.

A consultora de negócios Meg Barretto explica que não se trata mais de uma escolha. Com o consumidor mais consciente e conectado, a experiência de compra traduz esse sentimento social – o que reflete fortemente no comportamento das empresas. “Falando em estratégia, é claro que a temática socioambiental ental agrega valor econômico à marca, mas se o negócio não tiver essa premissa no seu DNA, não consegue sustentar as ações por muito tempo. Essa tendência já faz parte, inclusive, do plano de metas de muitas empresas e o tripé saúde, meio ambiente e responsabilidade social, que era um movimento comum das organizações de grande porte, ganhou força entre as pequenas”, conta.

Meg Barreto destaca que os efeitos da pandemia aceleraram o movimento verde e solidário nas empresas: “Houve um despertar coletivo para a brevidade da vida e a necessidade de se conectar com a natureza e com o outro.  O sentir se sobressaiu ao ter e o mercado precisou trilhar esse caminho”.

CONTRIBUIÇÕES  PARA A SOCIEDADE

A responsabilidade social é um tema muito presente na indústria baiana. Por meio do SENAI CIMATEC, a Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB) realizou, por exemplo, ações determinantes para o combate ao Covid-19. Entre elas, a recuperação de respiradores e máquinas de fusão, além do mais recente projeto que colocou em fase de teste uma nova vacina de repRNA (replicon de RNA) contra o coronavírus, primeiro imunizante que utiliza essa tecnologia a ter uma fase de estudos realizada no Brasil.

“A indústria está respondendo de maneira muito interessante, quer seja revisando os seus processos e seus produtos, para diminuir o impacto ao meio ambiente, ou quer seja com iniciativas que desejam mitigar outras questões que estão presentes na sociedade”, ressalta Flávio Marinho, gerente executivo de Tecnologia e Inovação do SENAI CIMATEC. A consultora de negócios Meg Barreto acredita que houve um despertar coletivo para a brevidade da vida e a necessidade de se conectar com a natureza e com o outro (Foto: Divulgação) Quebrando muros

No setor imobiliário, uma tendência mundial tem derrubado muros. Trata-se da abertura das incorporações para a cidade, com transformação de determinados espaços comuns de um condomínio voltadas também para o bairro, como praças e áreas verdes. Tudo com a intenção de sugerir mais mobilidade e ocupação nas ruas, aproximando e dando vida a região em que o empreendimento seja construído.

Carlos Andrade, diretor da parceria Capa Concepts e Costa Andrade, acredita que a tendência ainda está em momento de transição em Salvador. Mas há um previsão, por exemplo na região do Horto Florestal, onde um grupo de incorporadoras vão lançar uma série de empreendimentos e deseja fazer um desenho de um novo bairro, com intervenções que incentivam o uso do espaço público, com praça e arborização.

“A gente teve uma época de condomínio clube, que trouxe os serviços para dentro dos empreendimentos. Agora é um novo momento em que a gente quer conectar com a cidade. A pandemia forçou a ter os prédios grandes e apartamentos maiores, mas também a usar as áreas comuns de uma maneira mais orgânica e com interação entre vizinhos e comunidades. São mais de 10 incorporadoras na região do Horto Florestal que vão lançar algum empreendimento e todas estão se comunicando, pensando em fazer uma intervenção na rua que vai além dos muros. Tudo isso possibilita contribuir muito mais com a cidade e com as pessoas”, diz Carlos Andrade.

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