Encapuzados invadem casa em Barra de Jacuípe e executam acusado de matar policial

Um rapaz também foi baleado e está internado em uma UPA de Camaçari

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  • Bruno Wendel

Publicado em 3 de agosto de 2020 às 15:34

- Atualizado há um ano

. Crédito: Almiro Lopes/Arquivo CORREIO

Homens encapuzados e mascarados, usando armas de fogo, invadiram um sítio, onde ocorria um encontro familiar com cerca de 20 pessoas, entre mulheres e crianças, e executaram Pedro Henrique Leal Braz, 37 anos, em Barra de Jacuípe, em Camaçari, Região Metropolitana de Salvador (RMS).

Ele foi preso em 2011 acusado de participação no assassinado do policial civil César Brito de Oliveira, 36, da Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos (DRFR). A morte do agente aconteceu dias antes da prisão de Pedro e comparsas em Salvador.  Além de Pedro, Mário José do Vale Gonçalves, 28, também foi baleado. Ele foi socorrido para uma UPA em Camaçari, mas não há informações sobre o estado de saúde dele. Antes de efetuarem os disparos, os bandidos fizeram reféns todos da casa, entre elas mulheres e crianças. Logo depois, os criminosos fugiram e levaram os três celulares e o carro de Pedro, um Toyota Corolla branco.  Pedro Henrique Leal Brás, morto entre domingo e esta segunda-feira em Barra do Jacuípe, tinha sido preso em 2011 por morto de policial civil (Foto: Almiro Lopes/Arquivo CORREIO) O crime é investigado pela 33ª Delegacia (Monte Gordo). De acordo com policiais da unidade, todas as pessoas que estavam na casa são de Salvador e a possiblidade é de que o crime tenha ligação com uma vingança.“Até o momento, não temos conhecimento da ligação dele com o tráfico. Levaram os celulares e o carro dele, numa tentativa de impedir que sejam rastreados. Traficante não se preocupa em esconder o rosto, de levar objetos, apenas matam e vão embora”, disse uma das fontes ao CORREIO. A Polícia Militar informou que uma equipe da 59ª Companhia Independente (Vila de Abrantes) esteve no local às 5h30, após ter sido acionada pelo Centro Integrado de Comunicação (Cicom) da Secretaria de Segurança Pública (SSP), e isolou a área para o trabalho da perícia. O curioso é que os nomes de Pedro Henrique e de Mário José não constam no Boletim de Ocorrências deste domingo e nem desta segunda-feira (3), disponibilizados no site da Secretaria de Segurança Pública (SSP). 

O CORREIO procurou a Polícia Civil para falar sobre as informações do crime e ainda aguarda. Já à SSP, a reportagem questionou o porquê de o homicídio e a tentativa de homicídio em questão não estarem registrados no domingo e sequer na manhã desta segunda, uma vez que a atualização das mortes violentas vem sendo feita diariamente, inclusive nos finais de semana - com exceção dos autos de resistências, as mortes em confronto com a polícia.

A SSP informou que entram no boletim apenas casos de homicídios - e que este caso, por envolver roubo de celulares e do carro, seria enquadrado como latrocínios (roubo seguido de morte). Apesar disso, há alguns anos a SSP passou a registrar as mortes no boletim como óbitos e não mais como homicídios. Na ocasião da mudança, o SSP disse ao CORREIO que entravam no boletim não apenas homicídios, mas as mortes violentas - homicídios, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte, chamados de CVLIs. Este ano, huve um aumento no número de mortes violentas em Salvador e RMS, inclusive na quarentena.

Crime O crime aconteceu na Rua das Flores, Estrada Velha de Jacuípe, no Sítio Paraíso Dourado, em Barra de Jacuípe. O que que seria um final de semana para descanso no local virou um pesadelo, após homens armados invadirem a residência na madrugada de domingo. A casa estava ocupada com 20 pessoas, entre eles crianças. Todos ficaram reféns dos bandidos até o dia clarear.

Em um determinado momento, os bandidos executaram Pedro. No memso momento, balearam Mário José, que se fingiu de morto. Por conta dos disparos, a casa ficou com várias marcas de tiros es em seguidas foi toda revirada. Após o crime, os bandidos fugiram levando três celulares de Pedro – dois deles Iphones –  e o carro dele, um Toyota Corolla branco, estacionado no imóvel. 

Em nota, a PM informou que, por volta das 5h30, policiais militares da 59ª CIPM foram acionados pelo Cicom para atender a uma ocorrência de homicídio no Sítio Paraíso Dourado.“No local, a guarnição constatou o fato. Havia um homem de 37 anos, morto por disparos de arma de fogo. De acordo com familiares da vítima, o homem foi morto por homens encapuzados e com máscaras que, em seguida fugiram do local levando o veículo da vítima, modelo Corrolla branco. Na ação, um homem de 27 anos foi ferido e socorrido para a UPA de Arembepe”, diz a nota. A PM informou ainda que o local foi isolado e a perícia técnica acionada para remoção do corpo. 

Morte de policial Em 31 de junho de 2011, o polícial civil César Brito de Oliveira foi morto a tiros na Avenida Barros Reis, em Salvador. O agente, que era investigador da DRFR, dirigia um carro da polícia, de “chapa fria”, quando foi abordado por dois motoqueiros e atingido no tórax. De acordo com a polícia, ele foi abordado quando estava parado num congestionamento. Pedro Henrique, a vítima fatal desta madrugada, foi preso pela morte do investigador.

Na abordagem, os bandidos teriam percebido a arma do policial e um deles disparou, atingindo-o no peito. Mesmo ensanguentado, César ainda tentou correr atrás dos ladrões, mas caiu a dez metros do carro. Ele foi levado para o Hospital Ernesto Simões por uma ambulância, mas não resistiu e morreu. Os bandidos não levaram nem a arma nem o dinheiro do policial.