Enfermeiro baiano é vacinado contra covid-19 nos Estados Unidos

Bruno Politano foi um dos primeiros a receber o imunizante no SSM Saint Anthony Hospital, em Oklahoma City

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  • Da Redação

Publicado em 16 de dezembro de 2020 às 21:30

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Arquivo pessoal

Um baiano realizou o sonho de muitos brasileiros em meio à pandemia do coronavírus. Nesta quarta-feira (16), o soteropolitano Bruno Politano, 39 anos, foi vacinado contra a covid-19 no SSM Saint Anthony Hospital, em Oklahoma City, nos Estados Unidos. Ele foi um dos primeiros do local a receber o imunizante da Pfizer, que começou a ser aplicado na população na segunda-feira (14).

Bruno tem prioridade por atuar na linha de frente no hospital como Nurse Practitioner - um curso que não existe no Brasil, mas seria como um enfermeiro com curso avançado. O soteropolitano conta que receber a vacina é um privilégio e o seu desejo é que todos façam o mesmo quando um imunizante estiver disponível tanto nos EUA quanto no Brasil. “Tive uma oportunidade que muitos gostariam de ter e fico muito agradecido por isso. Estou incentivando a todos que não percam essa oportunidade, pois as pessoas podem não ter a chance de ver o amanhã caso peguem o coronavírus. Eu quis ser um dos primeiros para ser um exemplo para as pessoas”, afirmou o brasileiro que mora desde 2001 nos Estados Unidos. Ele indica que os brasileiros tomem a vacina assim que ela for aprovada pela Anvisa.Depois de tomar o imunizante, Bruno não sentiu efeitos colaterais. A experiência, como ele classificou, foi tranquila. Ele afirma que os possíveis riscos da vacina não devem sobressair nos benefícios de estar imune à doença. “Existem efeitos colaterais como em qualquer outra vacina, mas os benefícios são maiores, especialmente, se colocado na balança o risco de pegar o coronavírus. Trabalho com pacientes com Covid-19, tenho certeza que, se muitas pessoas que estão doentes tivessem a oportunidade, tomariam a vacina. A vacina é um marco por possuir quase 100% de eficácia. Não tomar a vacina é jogar fora uma oportunidade de outro de combater a pandemia”, contou Bruno.Depois de receber a vacina, os vacinados esperam 15 minutos para certificar que não há a ocorrência de efeitos colaterais. O baiano se inscreveu no Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) para participar do programa de monitoração de efeitos colaterais do imunizante.

O restante da família do profissional de saúde não tomou a vacina por não integrar o grupo de prioridade. Seus filhos Júlia, 10, e Samuel, 13, bem como sua esposa Anna Politano, também baiana da cidade de Wagner, terão que esperar mais para serem imunizados.

Trabalhando dentro de uma Unidade de Terapia Intensiva, Bruno conta presenciar diariamente o sofrimento trazido pela doença. O profissional de saúde conta que o número de pacientes internados nas UTIs tem crescido no seu estado e os hospitais tem ficado mais cheios. O cenário é de preocupação pois é possível abrir mais leitos, mas a equipe de atendimento é limitada, assim, o sistema pode entrar em um colapso.“A situação é ruim e não vai melhorar se nós não fizermos nossa parte. Temos que seguir os protocolos das entidades de saúde e, obviamente, tomar a vacina assim que ela estiver disponível contanto que ela seja aprovada pela Anvisa”, comentou.Assim que puder, o desejo do baiano é voltar à terra natal para onde vem a cada dois anos. Em 2020, estava com viagem marcada para a Bahia em novembro, mas a pandemia cancelou os planos. “Estou doido para voltar para a Bahia. Assim que a pandemia estiver em controle, vou passear por aí com minha família”, desejou.

*Com orientação da subchefe de reportagem Monique Lôbo