Enseada obtém licença definitiva para escoar minério

O terminal portuário iniciou as operações em 2020 e já armazenou e movimentou 308 mil toneladas de minérios produzidos na Bahia

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  • Donaldson Gomes

Publicado em 7 de julho de 2021 às 17:20

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O complexo naval, industrial e logístico Enseada obteve nesta quarta-feira (07/07) a licença definitiva para operar como porto no escoamento de minério de ferro, ampliando os negócios para além do setor naval e industrial. O ato ocorreu na sede do Ministério da Infraestrutura, em Brasília. 

O documento emitido pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) é válido por 25 anos e prevê que o Enseada armazene e movimente granéis minerais (minério de ferro), cargas gerais e equipamentos de grandes dimensões, a exemplo de torres e pás eólicas, além de ampliar a área do terminal portuário para 740 mil metros quadrados, transformando o complexo em um dos maiores portos em operação do Nordeste. Presidente do Enseada, Maurício Almeida, assina contrato (Divulgação) Eficiência operacional  Localizado em Maragojipe, no Recôncavo Baiano, o Terminal de Uso Privado do Enseada (TUP Enseada) possui águas abrigadas, calado profundo e localização privilegiada, o que garante segurança e eficiência superiores em movimentações de cargas.

O TUP iniciou suas operações em 2020 e em menos de um ano já armazenou e movimentou 308 mil toneladas de minérios oriundos de minas da Bahia. “Foram sete carregamentos de 44 mil toneladas cada realizados com pleno êxito por nossa equipe, o que já nos coloca como o maior porto de minério em operação na Bahia”, revela Mário Moura, diretor de operações do Enseada.

Nos últimos anos, o Enseada passou por um reposicionamento estratégico, ampliando sua atuação para além da vocação naval e industrial. Hoje a empresa baiana oferece soluções integradas de engenharia para projetos navais e offshore, industriais e logísticos-portuários.

Para Maurício Almeida, a empresa mantém sua vocação de construção de projetos offshore e industriais, mas agora também passa a atuar no segmento portuário, tornando-se um player relevante para o setor. A licença marca a conclusão de um longo processo de quase três anos de trabalho com foco na diversificação dos negócios do Enseada, para além do setor de construção naval e offshore.“Reposicionamos a companhia e no meio de uma grave pandemia voltamos a contratar e gerar renda. Hoje oferecemos nossas instalações para a indústria nacional, em uma agenda industrial convergente e competitiva, que resultará em criação de valor para nossa empresa e clientes”, acredita. “Além disso, implementará uma nova rota para exportação das commodities da Bahia gerando desenvolvimento e oportunidades para a região do recôncavo. Tudo isso com segurança jurídica, sólida governança e uma forte política de sustentabilidade que nos diferenciam”, resume Almeida.O Ministério da Infraestrutura autorizou a operação de 11 novos terminais privados em oito estados brasileiros. O volum de investimentos com a medida chega aos R$ 1,4 bilhão nos próximos anos, de acordo com o ministério. Desde 2019, foram concedidas 96 autorizações, com R$ 8,9 bilhões contratados em terminais privados. 

O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, destacou o papel da iniciativa para o desenvolvimento do país. "Temos um desafio enorme, que é diminuir o nosso gap de infraestrutura, e não há outro caminho que não as concessões", disse. Para Freitas, a era dos portos ineficientes ficou para trás. "O setor portuário está conseguindo dar conta das demandas e é uma demanda cada vez mais forte", disse.