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Policiais penais estão fazendo paralisação nesta quarta-feira (9)
Bruno Wendel
Publicado em 9 de março de 2022 às 11:22
- Atualizado há um ano
Mães, esposas e filhas de detentos invadiram o Complexo Penitenciário da Mata Escura no início da manhã desta quarta-feira (9). Por conta da paralisação dos policiais penais, elas foram impedidas de entrar para a visitação na PLB.
Elas se aglomeraram na entrada do complexo desde cedo. Depois de muitas tentativas, essas mulheres avançaram e entraram quando o acesso aos funcionários foi liberado.
"Todas elas aproveitam o momento e invadiram. Foram todas para a porta da PLB. Lá, sem opção, a direção permitiu a entrada delas sem as sacolas com alimentos e outras coisas. Três servidoras que estão lá fazem a revistas", contou Fernando Fernandes, vice-presidente do Sindicato dos Servidores Penitenciários do Estado da Bahia. As mulheres entraram por volta das 9h40 e saíram do presídio às 10h.
Segundo Fernandes, a paralisação havia sido divulgada. "Informamos a paralisação de 72 horas desde a semana passada a Seap e o Ministério Público (MP-BA), que a maioria das atividades seria suspensa, inclusive a visitação. Algumas unidades anteciparam as visitas de quarta, quinta e sexta para esta segunda e terça. Mas a PLB não", disse Fernando Fernandes, vice-presidente do Sindicato dos Servidores Penitenciários do Estado da Bahia.
Uma nova paralisação dos agentes deve acontecer na próxima terça-feira (15), e deve durar 96 horas, ou seja, 4 dias.
"Nosso objetivo é saber porque a Bahia não cumpre o artigo 144 da constituição federal que estabelece a polícia penal como órgão permanente e responsável pelo controle e segurança dos estabelecimentos penais. Dos 23 estados, a Bahia é um dos quatro que até agora não vem cumprindo e até agora não disse qual o empecilho", disse Fernandes. "Estamos em assembleia hoje para decidir os próximos passos. É possível que tenhamos uma grave geral", finalizou.
De acordo com os organizadores, o estado atualmente conta com 1260 policiais penais, sendo 230 do plantão, gerando uma relação de um agente penitenciário para cada 66 detentos. Conforme o Ministério da Justiça, a relação deveria ser de um oficial para cada preso.