Entradas do Colégio Odorico Tavares amanhecem cercadas por tapumes

Governo encaminhou projeto de venda da escola para a Alba

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  • Eduardo Dias

Publicado em 24 de janeiro de 2020 às 08:51

- Atualizado há um ano

. Crédito: Eduardo Dias/CORREIO

Três dias depois de estudantes ocuparem o Colégio Estadual Odorico Tavares, no Corredor da Vitória, na Graça, as entradas, tanto da Vitória quanto do Canela, e os muros da escola amancheceram fechadas por tapumes nesta sexta-feira (24). A Polícia Militar segue no local em prontidão com viaturas e motocicletas. Ao CORREIO, a Secretaria de Educação do Estado (SEC) informou, em nota, que iniciou a instalação dos tapumes para garantir a conservação do patrimônio. O imóvel deverá ir a leilão e já é alvo de especulação imobiliária.

Na última terça-feira (21), cerca de 30 estudantes e ex-estudantes ocuparam o prédio em protesto contra o fechamento da escola. No entanto, após cerca de 10 horas de ocupação, eles deixaram o imóvel na madrugada de quarta-feira, sob alegação de falta de segurança e ameaça da polícia de invadir o local. Viaturas da Polícia Militar permanecem na frente da escola (Foto: Eduardo Dias/CORREIO) Em dezembro do ano passado, o Governo do Estado já havia anunciado o fechamento do Odorico e outras escolas, alegando que a demanda de estudantes nas unidades não eram suficientes para manter as estruturas. No entanto, alunos e professores defendem a tese de que a SEC tem adotado uma política de esvaziamento da escola. O grupo acusa o governo de agir pelo interesse do setor imobiliário.

Ao notar a frente do colégio cercada pelos tapumes, pedestres que passam pelo local bradavam: "É, agora fechou de verdade".  "Fechou mesmo, olha para isso". "Ouvi falar que colocaram esses tapumes ontem à noite. Quando cheguei em casa já estava tudo tapado", contou um morador, que não quis ser identificado. 

Dono de uma banca de revistas ao lado do Odorico há 29 anos, Joacy Couto, 49 anos, pede esclarecimentos sobre a venda do colégio. Ele teme que uma possível venda do imóvel possa prejudicar o seu comércio. Dono de banca teme pelo fechamento do Odorico Tavares, no Corredor da Vitória (Foto: Eduardo Dias/CORREIO) "Eles colocaram pela tarde, umas 16h, estão com medo dos estudantes ocuparem novamente. Alguns deles falaram que era uma prevenção para possíveis ocupações novamente. Mas ninguém dizia mais nada. Acredito que o governo precise de um diálogo com os estudantes e com os moradores daqui da Vitória. Não queremos o fechamento da escola. Precisamos de esclarecimentos quanto ao real fechamento e para onde vai esse dinheiro da venda. Não sei o que vai acontecer com minha banca se realemnte for fechado e demolido, não quero ficar sem meu trabalho", questionou o comerciante.

*com supervisão do chefe de reportagem Jorge Gauthier