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Da Redação
Publicado em 24 de março de 2022 às 05:32
- Atualizado há um ano
Ao comemorarmos o Dia da Escola (15/3) não se pode ignorar alguns pensamentos e reflexões que, ao longo dos tempos, enalteceram seu papel e apontaram os prejuízos de sua falta. Mais recentemente, na vigência do isolamento determinado pelo advento da covid-19, a importância da escola foi colocada em evidência, não só pelos pais de crianças e jovens como, também, por outros atores sociais.
No seu poema “A escola é....”, Paulo Freire afirma que as escolas não são só os edifícios, recursos físicos, práticas e seus arranjos de funcionamento. A escola é, sobretudo, o lugar de gente que produz conhecimento e dele se beneficia, de gente que se reconhece e se estima, na tentativa de construir a própria felicidade e a do outro. É o lugar onde “podemos começar a melhorar o mundo”, onde é possível “fazer amigos, educar-se, ser feliz”. Sábias palavras neste tempo de transição da doença para a saúde, de perdas para recomeços, da recuperação do convívio entre os pares, da cura de medos e incertezas, da renovação de laços de confiança entre famílias e instituições de ensino e, sobretudo, da valorização de quem está a serviço da formação das novas gerações.
Agora, após o longo hiato determinado pela pandemia, a escola tem outro importante papel a cumprir, além de buscar o conhecimento não construído durante o período de isolamento. Trata-se de integrar seus alunos à rotina educativa, interrompida pelos eventos da covid-19. A volta às aulas presenciais revelou novos comportamentos, requerendo diferentes modos de atenção para inusitadas maneiras de comportar-se, de manifestar opiniões e, muitas vezes, indicando baixa tolerância à permanência no espaço escolar. Manifestações pós-traumáticas nas salas de aula, nos recreios e no trato entre as pessoas.
A escola está se reinventando para acolher a todos, para trabalhar as diferenças que se acentuaram, para compreender o desconstruído, para integrar os que preferem manter-se isolados e propor novas formas de fazer e estudar. Certamente, a escola enfrenta um expressivo desafio. É preciso garantir a rotina na qual a identificação do já conhecido e sua permanência oferecem a rotina que organiza, o porto seguro, a volta à calma. É preciso adotar, simultaneamente, novas estratégias para abraçar as dissonâncias de comportamentos gerados pela privação dos contatos sociais dos que regressaram à escola. É preciso avançar, construir e adotar novos percursos didáticos, recompor as perdas acadêmicas que o isolamento fabricou. Hoje, parodiando Paulo Freire, digo que a escola é o lugar para “fazer amigos, educar-se, ser feliz...” E, ainda, concordando com o mestre, “é por aqui que podemos começar a melhorar o mundo.”
Viviane Brito é CEO do Villa Global Education .