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Primeira edição do Fisc promove mais sustentabilidade no campo baiano
Da Redação
Publicado em 31 de outubro de 2019 às 06:00
- Atualizado há um ano
Para crescer, alavancar a produção de commodities e conquistar mais competitividade, o agronegócio vai ter que ser não só mais inovador, mas, principalmente, mais sustentável. As estratégias para discutir ações que promovam cada vez mais a sustentabilidade no campo baiano foram tema da primeira edição do Fórum de Inovação e Sustentabilidade para a Competitividade (Fisc), que aconteceu na última semana (24), no Senai Cimatec, em Piatã. O Fórum também terá edições em Vitória da Conquista (9/11) e Barreiras (22/11).
Em Salvador, produtores, entidades representativas do agronegócio, da indústria e do Poder Público trocaram experiências e afinaram o discurso sobre a importância do fortalecimento de um sistema integrado entre os segmentos. “Esta convergência vai nos ajudar a construir consensos e pontes porque é assim que a sociedade se desenvolve. Não podemos ter medo dos órgãos de controle. Temos que ver neles o sentimento da parceria”, defendeu o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária da Bahia (Faeb) e do Conselho Administrativo do Senar, Humberto Miranda.
Interesses comuns
A Bahia alcançou em 2018 o maior crescimento entre os setores produtivos, com um acréscimo de 12,5%, segundo informações da Superintendência dos Estudos Econômicos (SEI). Dados mais recentes do primeiro semestre deste ano destacam que agronegócio participou com 23,4% da geração de riqueza do estado. Os números reforçam a importância do setor para a economia baiana e chamam atenção para o seu potencial de expansão.
“A ideia é começar a abrir esse dialogo e ver a economia girando: isso é que é sustentabilidade. O órgão público tem que agir dentro da função, da missão que é dada para ele. Aí você tem o órgão regulador dizendo abertamente que quem fizer errado vai ser fiscalizado e punido. Mas quem está fazendo certo, nós vamos amplificar tudo que está trazendo de positivo”, pontuou o superintendente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis na Bahia (Ibama-BA), Rodrigo Alves.
Para a acionista e diretora do Jornal CORREIO, Renata de Magalhães Correia, o debate deve ser amplo e as boas práticas estimuladas. “O papel da mídia é esse, o de promover o debate e mostrar que todos podem caminhar juntos rumo ao desenvolvimento”, disse.
O I Fórum de Inovação e Sustentabilidade para a Competitividade é uma realização do jornal CORREIO, Ibama e WWI, com o patrocínio da ABAPA, Fazenda Progresso e Suzano S.A, apoio da Fundação Baía Viva e apoio institucional da FIEB e FAEB/SENAR.
A NOVA SUSTENTABILIDADE PARA O AGRONEGÓCIO
O caminho para o desenvolvimento sustentável do agronegócio e de uma ‘eco-nomia’ baiana tem muitos caminhos a percorrer e eles estão na adoção dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), apontado pela Organização das Nações Unidades. A agenda é defendida pelo diretor da WWI Brasil, Eduardo Athayde. “É a senha de entrada e tudo que há de novo no mundo e a Bahia precisa estar alinhada com isso”, afirma. Para Athayde, o desenvolvimento do agro deve ser pautado pela ODS (Foto: Marina Silva/ CORREIO) Entre os temas definidos pelos ODS está a promoção do crescimento econômico sustentável, inclusivo e produtivo, assim como a disponibilidade de água e energia para todos. “O acordo de Paris quebrou a economia no ao meio. O que vai ser feito, com que prazo, o orçamento e as entregas. Isso vai garantir sustentabilidade”.
Ainda de acordo com Athayde, a Bahia já tem vários setores articulando esta tendência. “A Associação Comercial da Bahia declarou a Baía de Todos os Santos como sede da Amazônia Azul. Então, quando você faz isso, atrai os olhares sobre a economia do mar”, afirma.
'INTEGRAÇÃO AGRO E INDÚSTRIA TRAZ GANHOS'
Para o presidente em exercício da Federação das Indústrias da Bahia (Fieb), João Baptista, a integração dos setores agropecuário e industrial baianos traz vantagens , mas está incompleta. Segundo ele, o Fórum e Inovação e Sustentabilidade para a Competitividade contribui para eliminar barreiras a essa união. 'Esse processo de integração resulta em ganhos de produtividade', pontua Baptista (Foto: Marina Silva/ CORREIO)
Como vê o estágio atual de integração entre agro e Indústria? Por que essa integração é importante?
O Brasil tem um dos mais importantes agronegócios do mundo, que resulta da integração entre uma moderna indústria nacional e condições propícias para a agropecuária. A indústria fornece para a agropecuária máquinas, equipamentos e insumos e, mais do que isso, soluções engenhosas voltadas para o melhoramento e ampliação da produção agrícola.Esse processo de integração resulta em ganhos de produtividade e possibilita o aumento da escala da produção, reduz custos e aumenta a competitividade do setor agrícola. E torna possível a ampliação da produção de alimentos demandada pelo mundo em condições ambientalmente sustentáveis.
Como o Fórum pode contribuir para essa integração?
O estado Bahia é grande produtor, mas a integração da indústria e da agropecuária não é completa, e muitos produtos são exportados in natura, com baixa agregação de valor. Além disso, há gargalos importantes, como a infraestrutura e a insegurança jurídica. Neste sentido, o Fórum tem um papel importante ao reunir atores com capacidade de identificar e conduzir propostas para superação de obstáculos à integração destas cadeias.