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Paula Theotonio
Publicado em 19 de agosto de 2021 às 05:01
- Atualizado há um ano
Uma palavra meio enigmática do léxico dos vinhos e que denota, basicamente, que se trata de uma bebida com boa acidez, aromas e sabores de frutas frescas em menor concentração, menor teor alcoólico e corpo leve a médio.
Nos vinhos elegantes, o uso da madeira se percebe em equilíbrio com as outras características e os taninos estão ali, mas não são tão adstringentes e dão estrutura à bebida.
É verdade que os vinhos elaborados com a Pinot Noir, principalmente os franceses e os de regiões mais frescas do globo terrestre, podem carregar essas características. Mas nada que torne o vinho incompreensível, muito pelo contrário: é como se, ironicamente, toda a elegância tornasse esses rótulos ainda mais acessíveis, fáceis de beber.
Os exemplares mais jovens, principalmente do Novo Mundo, são perfeitos para quem está começando a beber vinhos e já tem paladar para secos. Para aqueles e aquelas que não apreciam a sensação de boca seca que muitos tintos mais potentes costumam ter, mas já tomam cafés e outras bebidas sem açúcar, por exemplo.
Outro ponto forte da Pinot Noir é ser companheira das refeições leves. Eu gosto muito da harmonização com queijo maturado de massa mole, como Brie ou Camembert; vegetais assados, atum selado, pizzas e risotos de cogumelos. Também pode ser apreciado sem harmonizações específicas, somente regando um papo gostoso com quem a gente gosta. Hoje é dia da uva Pinot Noir (divulgação) A seguir, confira uma ficha técnica da uva e dicas de alguns rótulos.
Fatos sobre o vinho de Pinot Noir:
- Pode ter aromas de frutas vermelhas (morango, cereja e framboesa) frescas, maduras ou cozidas (em geleia). Em alguns locais podem desenvolver aromas de frutas negras;
- Quando envelhecidos, desenvolvem aromas de cogumelos, terra molhada ou folhas secas;
- Normalmente são tintos varietais (feitos só com a uva), exceto casos muitos específicos. Também é base de rosés saborosos e entra no corte de espumantes como Champagne;
- Sua região produtora principal é a Borgonha, na França, onde a uva nasceu. Os exemplares que ostentam a frase Appellation Bourgogne Contrôlée no rótulo já trazem excelente custo-qualidade;
- Existem, ainda, excelentes varietais desta uva no Chile, principalmente em regiões costeiras e na Patagônia; nos EUA (Sonoma e Oregon), Austrália (Yarra Valley), África do Sul (Walker Bay), Nova Zelândia (Central Otago, Martinborough e Marlborough) e Brasil, com destaque para a Serra Catarinense e a Serra Gaúcha;
5 rótulos para conhecer a Pinot Noir
● Aurora Pinto Bandeira Pinot Noir 2020 (A partir de R$ 60) — Este vinho made in Brasil tem aromas de frutas vermelhas maduras, toque de especiarias do estágio em madeira e é um tanto mais intenso, mas sem perder a facilidade ao beber de que tanto falei no texto. Acha facinho no supermercado.
● Aventura Pinot Noir Unoaked 2020 (A partir de R$ 99) — Toda a expressão da fruta em um vinho brasileiro fresco, leve, suculento e descontraído, sem passagem por madeira. O mais fácil de beber de todos da lista.
● Gen del Alma Ji Ji Ji Pinot Noir Malbec 2019 (A partir de R$ 150) — Co-fermentada com a Malbec usando a técnica da maceração carbônica (dos vinhos de Beaujolais), a Pinot Noir dá o tom de leveza a esse blend argentino inusitado. Tem aromas vibrantes e doces de bala, frutas vermelhas, um tantinho de pólvora (juro), acidez viva e um final médio a longo. É de Gualtallary, região a 1.400 metros de altitude em Mendoza, na Argentina. Já é um vinho pra ficar namorando, sem pressa.
● TRAPI Pinot Noir Hand Made 2017 (R$ 167 na Bevilo) — Direto do Valle de Osorno, na Patagônia chilena, sai este Pinot Noir absurdo, de cor viva, acidez marcante e um mix de frutas vermelhas frescas com toque bem mineral. É preciso se demorar com ele na taça, por mais difícil que seja, para saborear toda sua evolução. Vale a pena conferir este link para conversar com o enólogo Rodrigo Romero na próxima quinta-feira.
● Nuiton Beaunoy Beaune AOC 2018 (A partir de R$ 339,90) — Um Borgonha com excelente custo-qualidade, para abrir em um dia mais especial. Aqui chegamos no conceito de elegância de que tanto falei. É um varietal vivo, com aromas de frutas vermelhas maduras, como cereja, mais um leve toque de couro. Madeira bem sutil. É suculento, com acidez mais equilibrada e taninos finos.