Estudante picado por naja é liberado pela justiça do DF

Pedro Henrique criava cobras em casa e está sendo investigado por crime ambiental

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  • Da Redação

Publicado em 1 de agosto de 2020 às 13:03

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Reprodução

O estudante de medicina veterinária Pedro Henrique Santos Krambeck Lehmkuhl, 22 anos, que foi picado por uma cobra naja no começo de julho e estava preso por suspeita de crime ambiental, foi solto nesta sexta-feira (31). A decisão da justiça do Distrito Federal atendeu a um pedido da defesa de Pedro Henrique e foi concedida durante à tarde, depois que o estudante foi ouvido, durante três horas, na 14ª DP.

O amigo do estudante, Gabriel Ribeiro de Moura, 24 anos, que estava preso temporariamente também foi liberado. Gabriel é suspeito de tentar atrapalhar as investigações sobre um suposto esquema de tráfico de animais.

Pedro Henrique foi picado pela cobra naja em 7 de julho, e socorrido para um hospital particular do Distrito Federal, mas não havia antídoto no DF. O hospital pediu ajuda ao Instituto Butantan, em São Paulo, que tinha o material, usado em pesquisas. O estudante ficou em coma por alguns dias.

A polícia descobriu que a cobra pertencia a Pedro Henrique, e que o jovem criava outros animais silvestres sem autorização. Depois de ouvir testemunhas, os investigadores passaram a apurar o crime de tráfico de animais envolvendo o estudante, amigos dele, uma professora do curso de veterinária e até uma servidora do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Pedro Henrique foi multado em R$ 61 mil pelo Ibama por criar os animais exóticos, incluindo a naja que o picou, sem autorização legal. Os pais dele também foram penalizados por terem dificultado a ação de resgate das 18 serpentes.

Kambreck é acusado de tráfico de animais e de dificultar a ação dos fiscais, por maus-tratos e manter animais nativos e exóticos sem autorização. Segundo o Ibama, também foram multados o proprietário da chácara onde encontraram 17 serpentes (no valor de R$ 68 mil) e o amigo de Pedro que teria ajudado a esconder as serpentes (em R$ 81,3 mil). Ao todo, as penalidades aplicadas pelos fiscais ultrapassam R$ 300 mil em multas.