Estudantes de Salvador já têm data marcada para reencontrar a sala de aula

Escolas iniciaram os preparativos para cumprir o protocolo de retorno às aulas presenciais

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  • Daniel Aloísio

Publicado em 24 de abril de 2021 às 06:50

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Nara Gentil CORREIO

Mais de um ano após a pandemia separar alunos e escolas, os estudantes de Salvador já têm data marcada para reencontrar a sala de aula: dia 3 de maio. O anúncio, que encerra o longo período de incertezas sobre a volta da educação presencial, foi feito na sexta-feira pelo prefeito Bruno Reis (DEM). Entretanto, o retorno só será possível para parte dos estudantes da capital e ocorrerá sem a plenitude desejada.

De acordo com o secretário de Educação de Salvador, Marcelo Oliveira, todas as séries já poderão retornar, do ensino infantil ao médio. No caso das escolas públicas, a prefeitura é responsável apenas até o fundamental. O médio fica por conta da rede estadual, que ainda não tem planos de retorno presencial. Já os colégios particulares que ofertam séries do antigo segundo grau estão autorizados a reabrir. Depende somente deles a decisão.  

“Toda a educação tem a permissão de voltar, municipal e particular. Todos os segmentos”, reforçou o secretário. Os pais, no entanto, terão o direito de decidir se os filhos vão frequentar a escola por causa da pandemia, apesar dos protocolos sanitários impostos pela prefeitura e do chamado modelo semipresencial. As salas de aula, por exemplo, estarão limitadas a 50% da capacidade. 

Regras Os alunos poderão frequentar as escolas em dias alternados: segundas, quartas e sextas em uma semana e, na seguinte, às terças e quintas. Segundo a prefeitura, o rodízio vai garantir o cumprimento de carga horária igual para todos. Nos dias em que não estiverem nas escolas, os estudantes terão aulas online ou pela TV, estudos dirigidos e atividades impressas. 

Nas escolas, o uso de máscaras e o distanciamento social de 1,5 metro serão obrigatórios. O consumo de água deverá ser feito com copo descartável ou garrafa individual. Nas lanchonetes e restaurantes, também não poderá ocorrer compartilhamento de produtos e materiais. 

Antes do dia 3, todas as escolas públicas e particulares poderão reabrir na próxima segunda, mas não ministrar aulas. É que esse primeiro período servirá para integração e acolhimento de pais e alunos. “Eles poderão visitar as unidades, conversar com o dirigente e saber como será o retorno”, explicou o prefeito.  

Na tarde da sexta, integrantes da prefeitura visitaram escolas para conferir se elas estão prontas para o retorno. Além de marcadores no chão para determinar o espaço das pessoas, as escolas devem ter dispensadores de álcool em gel e materiais de higiene básica, como água e sabão. Durante a semana de acolhimento, os alunos da educação infantil e do 1º ano do ensino fundamental terão prioridade na visitação. 

Segundo o prefeito, haverá organização de horários de acesso das turmas para evitar aglomerações e diretrizes para uso das áreas comuns, como bibliotecas, quadras e piscinas. Não é o reencontro esperado, mas já significa algum recomeço.

Prejuízo aos estudantes cresce a cada dia, diz secretário

Para o secretário municipal de Educação, Marcelo Oliveira, a decisão de reabrir as escolas é fruto da preocupação com o futuro educacional dos alunos de Salvador depois de 13 meses de pausa. “Cada dia que passa sem aulas presenciais, o prejuízo para crianças e adolescentes é maior”, disse.  

Oliveira se refere aos problemas que estudantes enfrentam com as aulas virtuais. Para ele, muitos não conseguiram se adaptar ao ensino remoto e estão com atraso no desenvolvimento, além de expostos à possíveis violações de direitos. “O MP nos tem reportado aumento assustador nos episódios de abuso de crianças. Algumas ficam nas ruas, em situação de violência. No ambiente escolar estarão menos expostas”, argumenta.  

Ao mesmo tempo, a medida leva em conta a melhora nos números da pandemia. De acordo com a prefeitura, a cidade apresenta recuo de 30% na soma de novos casos, em relação a março, além da taxa menor de ocupação nas UTIs.

Ainda assim, a  APLB, entidade que representa os professores, garante que a categoria só voltará quando todos os trabalhadores da educação estiverem vacinados. O presidente  da entidade, Rui Oliveira, disse que é alta a possibilidade de deflagrar greve.

“Todos os demais profissionais voltaram a trabalhar presencialmente. Então, qual é a razão de fazer greve? Apelamos ao espirito público desses professores, que escolheram a carreira movidos por um propósito elevado, de educar as crianças”, contra-argumentou o secretário de Educação.

Fique por dentro de tudo sobre a volta às aulas

Quem vai poder retornar Como a rede estadual ainda não definiu data, apenas as escolas públicas municipais, que ofertam do Ensino Infantil ao Fundamental, e as particulares, em todos os níveis, vão  reabrir a partir do dia 3 de maio   

Modelo adotado e regras O formato será semipresencial, com dias alternados para frequentar as aulas na escola e limite de 50% da ocupação máxima da sala. Os grupos se revezarão às segundas, quartas e sextas de uma semana e terças e quintas da outra 

Decisão de voltar é opcional A presença nas salas de  aula é facultativa. Responsáveis pelos alunos podem optar por formato 100% virtual   

Normas obrigatórias Escolas terão que instalar dispensadores de álcool em gel. Uso de máscaras é exigência, assim como copos descartáveis ou de caráter  individual, sem compartilhamento