Ex-goleiro Rodolfo Rodríguez lembra com carinho da passagem no Bahia

"Até hoje temos boas lembranças e voltamos para visitar Salvador", diz o uruguaio, bicampeão baiano em 1993/94

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  • Gabriel Rodrigues

Publicado em 11 de maio de 2020 às 05:16

- Atualizado há um ano

. Crédito: Pedro Ernesto Guerra Azevedo / Santos FC

A história de Rodolfo Rodríguez é cercada de feitos e curiosidades. Um dos maiores goleiros da história do Uruguai, ele ficou famoso por defesas que ajudaram a conquistar títulos como a Libertadores e o Mundial de Clubes pelo Nacional-URU e Copa América e Mundialito com a seleção. 

Até os dias atuais, a sequência de defesas que ele conseguiu quando atuava pelo Santos diante do América de Rio Preto, no Campeonato Paulista de 1984, impressionam. Mas no coração do uruguaio também tem um cantinho especial reservado para o Bahia. 

Foi defendendo as cores do tricolor que Rodolfo Rodríguez encerrou a carreira como jogador. Chegou ao Esquadrão em 1993, já com 37 anos e a experiência de ter passado também por Sporting-POR e Portuguesa, além de ter defendido seu país na Copa do Mundo de 1986, mas ainda a tempo de ser bicampeão baiano pelo Esquadrão. 

Rodolfo foi destaque como titular no Baianão de 1993 e fez parte do elenco em 1994. Ao todo, foram 78 jogos pelo clube. Rodolfo Rodríguez quando atuava no Bahia. Ele jogou em 1993 e 94 (Foto: Arquivo CORREIO) Ao CORREIO, o ex-goleiro de 64 anos, que hoje vive no Uruguai, lembrou a passagem pelo tricolor e contou como se apaixonou por Salvador. A conversa aconteceu em julho do ano passado, durante a Copa América, mas na época o material não foi utilizado. 

“Em 1984 eu fui jogar no Santos, fiquei cinco anos lá, fui campeão paulista, conheci muita gente. Depois disso fui para Portugal, voltei para a Portuguesa, e quando já estava pensando em parar de jogar veio a oportunidade de ir para o Bahia”, lembra o ex-goleiro. “Paulo Maracajá (presidente do Bahia na época) foi muito legal comigo, ele me convidou para jogar no clube. Eu já conhecia o Bahia, já tinha jogado contra tanto com a Portuguesa como o Santos, mas não conhecia a beleza da cidade, das pessoas”, continua.

Rodolfo conta que ficou maravilhado pela capital baiana nos dois anos em que defendeu o tricolor. Mesmo depois de ter encerrado a carreira e voltado a viver no Uruguai, ele e a família regressaram a Salvador como turistas.    “Tive o prazer de jogar dois anos no Bahia e fiquei muito feliz, grato por terminar a minha carreira no Bahia. Um clube sensacional. A minha família gostou muito também, até hoje temos boas lembranças e voltamos para visitar Salvador várias vezes. O Pelourinho, Cidade Baixa, as praias... lembro de tudo e estou sempre buscando informações sobre o que está acontecendo no clube”, declara. 

Copa América na Fonte Nova O que talvez pouca gente saiba é que o primeiro contato entre Rodolfo Rodríguez e Salvador aconteceu dez anos antes. Em 1983, o goleiro esteve na capital baiana para um jogo decisivo: a final da Copa América contra o Brasil. Na época o torneio não contava com sede fixa. Depois de vencer por 2x0 em Montevidéu, os uruguaios seguraram o empate por 1x1 na Fonte Nova e ficaram com o título. 

“Eu conheci Salvador pela primeira vez durante a final da Copa América de 1983, no segundo jogo que foi disputado na Fonte Nova. Nós tínhamos vencido o primeiro jogo em Montevidéu por 2x0, mas sabíamos que a viagem não seria fácil, jogar contra o time excepcional que o Brasil tinha, no meu entender e no de muitos, um dos melhores conjuntos que teve ao longo de sua história”, conta.

Ele se refere à geração de 1982, que no ano seguinte ainda contava com craques como Júnior, Sócrates, Éder e Roberto Dinamite. O técnico era Carlos Alberto Parreira.

Na ocasião, o meia Jorginho (do Palmeiras) fez o gol brasileiro e Aguilera empatou para o Uruguai do craque Enzo Francescoli, na época ainda um garoto de 21 anos. 

“Na Fonte Nova foi um jogo bem colorido e muito difícil, mas conseguimos um bom empate. O Uruguai estava bem posicionado e sabendo o que queria, tinha um elenco bem experiente. O jogo foi difícil, lógico, mas o empate nos deu o título em Salvador, coisa que não é fácil. Isso ficou na lembrança. Depois, as voltas da vida me levaram de novo para essa cidade maravilhosa, um pessoal sem igual. Conheci as praias, o clima, o dia a dia das pessoas de Salvador. Uma boa experiência e até hoje fica essa lembrança”, afirma Rodolfo Rodríguez.