Ex-marido de servidora morta no Detran tinha bilhete no bolso: 'tudo era diferente'

Pedaço de papel foi apreendido pouco depois da prisão em flagrante de Jailson, que tomou veneno após esfaquear Marivalda

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  • Da Redação

Publicado em 26 de dezembro de 2017 às 15:28

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Reprodução

O ex-marido da servidora do Departamento Estadual de Trânsito da Bahia (Detran-BA), preso em flagrante pela morte de Maridalva da Silva Gonçalves, 46 anos nesta terça-feira (26), tinha um bilhete no bolso quando foi capturado. O recado de Jailson Santos Mendonça, também de 46 anos, escrito em um pedaço de folha de caderno, dizia: “Veja o que vocês fizeram no Natal. Mudou. Tudo era diferente. Estava tudo bem [entre] eu e Mari”. A mensagem foi destinada para Davi, Antônio, Gegeu e Andreia, nomes que não foram identificados ou confirmados com os familiares. (Reprodução: Almiro Lopes/CORREIO) O bilhete foi apreendido pouco depois da prisão em flagrante de Jailson, que tomou veneno após esfaquear Marivalda no tórax, no pescoço e nas costas. O homem foi encaminhado ao Hospital Geral do Estado (HGE). O estado de saúde não foi divulgado.

Familiares estiveram na manhã desta terça-feira (26) no Instituto Médico Legal Nina Rodrigues (IMLNR) para liberação do corpo. No local, o irmão de Maridalva, o cobrador Raimundo Santos, 56, lamentou a morte e afirmou que havia conversado com Jailson na última terça-feira (19).

“Eu disse a ele que ele tinha dado sorte porque estava ameaçando uma pessoa que a família não tem maldade no coração. Ele disse ‘eu só ameacei ela porque eu perdi a cabeça, jamais vou tocar nela’”, afirmou Raimundo. O irmão ainda contou que seu ex-cunhado teria pedido que a família confiasse nele. “Eu respondi que só com o tempo”, lamentou.

Entenda o caso Maridalva foi assassinada às 8h30 desta terça-feira (26) na principal escadaria de acesso ao prédio do Detran-BA, que fica na Avenida Antonio Carlos Magalhães. De acordo com a delegada Cristina Portugal, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), o casal estava junto há cerca de um ano, mas a família da servidora não aprovava a união. O irmão de Marivalda contou que o casal se separou há um mês, quando diversas ameaças foram proferidas por Jailson à servidora.

Apesar dos alertas feitos pela família e amigos para que Maridalva denunciasse as ameaças à Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam), ela não prestou queixa. Maridalva, de acordo com Raimundo, comprou um HB20 para que Jailson trabalhasse como Uber. Procurada pelo CORREIO, a Uber disse que não foi localizado nenhum motorista com este nome vinculdo ao aplicativo.

Em nota, o Detran-BA lamentou a morte da servidora que trabalhava no setor de defesa prévia. "O clima no Detran é de tristeza e consternação. O órgão está prestando solidariedade à família da vítima e informa que os serviços oferecidos à população não foram suspensos", diz o texto. A família ainda não divulgou informações sobre o sepultamento. Maridalva deixa uma filha.